Iron Maiden: a "teimosia" de Steve Harris em "Death of the Celts" (vídeo).
Por Tchelo Emerson
Postado em 17 de novembro de 2021
O canal Metal Musikast está publicando uma série especial com resenhas em vídeo de todas as músicas do novo álbum do Iron Maiden. Semelhante ao que é feito com músicas e letras do Metallica no especial "Explicando Metallica", a série traz comentários, curiosidades e análises de cada música e letra do álbum Senjutsu. Daí o título da série "Explicando Iron Maiden - Especial Senjutsu".
O vídeo inédito fala sobre a música "Death of the Celts", composta pelo baixista e líder do iron Maiden, Steve Harris. A letra também é de sua autoria e faz menção à história do povo celta.
Você pode ver o vídeo completo no player a seguir.
A música "Death of the Celts" é a primeira das três faixas que encerram o álbum (as demais são "The Parchment" e "Hell on Earth"). Compostas por Steve Harris, tais faixas são fortemente influenciadas por rock progressivo, o que lhes confere algumas características que têm sido frequentes nas composições do líder do Iron Maiden: longa duração, variedade de andamentos, introduções e encerramentos mais melódicos e, às vezes, acústicos.
O baixista já revelou em entrevistas que sempre foi influenciado por bandas como Wishbone Ash, Yes, Genesis, Jethro Tull, entre outras do mesmo estilo.
A letra de "Death of the Celts" se assemelha a um poema épico que relata a obstinação do povo celta, que viveu aproximadamente entre os anos 600 a. C e 600 d. C., tendo se espalhado por várias regiões da Europa, fornecendo uma cultura marcante que se espraiou por vários países, dentre eles a Inglaterra.
Steve Harris destaca a coragem dos destemidos guerreiros celtas, registrada historicamente em escritos gregos e romanos. Há menções à religiosidade dos celtas, que era marcada por crenças na vida após a morte.
O líder do Iron Maiden sempre teve simpatia por histórias de povos que resistem à opressão, lutando pela manutenção de suas culturas, costumes e tradições. Ele já abordou temas semelhantes em "Invaders", "Run to the Hills" e "The Clansman", o que revela um traço importante de sua personalidade, já que a história do Iron Maiden sempre foi marcada por sua visão do que a banda deve ser, independente dos modismos.
Desde os primeiros dias, passando por todas as fases da indústria musical, Steve Harris manteve a sua integridade, não se curvando às pressões das modas musicais do momento. No início, foi aconselhado a adotar a estética punk rock, que era a moda no cenário roqueiro de Londres na segunda metade dos anos 70. Steve Harris resistiu a essas pressões, que se repetiram quando o glam metal de bandas como Bon Jovi e Poison davam as cartas nos anos 80. Do mesmo modo, o Iron Maiden não se dobrou aos modismos do grunge, do poppy punk e do new metal.
Quando a MTV enchia as telas de TV's do mundo inteiro com as bandas de glam metal na segunda metade dos anos 80, o Iron Maiden lançava discos de heavy metal, como "Somewhere in time" e "Seventh son of a seventh son". Outras bandas contemporâneas dos ingleses se rendiam ao som "americanizado", como o Judas Priest, com o álbum "Turbo", e o Saxon com os álbuns "Innocence is no excuse", "Rock the nations" e "Destiny".
Quando o grunge causou um enorme impacto na indústria musical, com bandas como Nirvana, Pearl Jam e Soundgarden, até mesmo o vocalista Bruce Dickinson (que havia deixado o Iron Maiden pouco antes) resolveu render seu tributo ao modismo do momento, contratando o produtor do Nirvana, Jack Endino, para o ajudar a gravar um disco de rock alternativo, "Skunkworks". Enquanto isso, Steve Harris punha o seu heavy metal em campo, com os álbuns "The X Factor" e "Virtual XI". Goste-se ou não destes trabalhos com Blaze Bayley nos vocais, o fato é que não se pode acusar o Iron Maiden de ter se iludido com modismos, mantendo os dois pés bem firmes no território do heavy metal.
Vieram outras tendências "modernosas", como o poppy punk de bandas como Green Day e Offsping, sucedidas pelo new metal de Limp Biskit e Linkin Park, e bandas como Sepultura e Metallica sucumbiram ao new metal (a banda brasileira com "Roots" e os americanos com "St. Anger"). E o que o Iron Maiden fez? Deu aos seus fãs álbuns como "Brave new World", "Dance of Death" e "A matter of life and Death".
Depois dessas incursões de importantes bandas por caminhos diferentes, várias delas resolveram que o rótulo "heavy metal" não lhes cai tão mal. O Saxon voltou a lançar discos do mais puro heavy metal, o mesmo acontecendo com Judas Priest, Accept e Metallica. O Iron Maiden não teve que "dar explicações", pois manteve a integridade no estilo que o consagrou, tendo lançado os álbuns "The Final Frontier" (fraco), "The book of Souls" (bom) e o excelente "Senjutsu".
E neste novo álbum, lançado mundialmente no dia 3 de setembro de 2021, o Iron Maiden mais uma vez traz o heavy metal fortemente influenciado por rock progressivo, principalmente nas três faixas mencionadas, que encerram "Senjutsu".
Não é estranho que Steve Harris tenha especial interesse por povos como os celtas, que resistem até a morte se esse for o preço a pagar para manter suas convicções, cultura, costumes e tradições, o que condiz com a letra de "Death of the Celts".
O vídeo é o oitavo de uma série chamada "EXPLICANDO IRON MAIDEN - ESPECIAL SENJUTSU", que vai abordar curiosidades sobre todas as músicas e letras deste mais novo álbum da banda.
Metal Musikast no Youtube é um novo canal para os fãs de metal encontrarem muita informação e histórias sobre as principais bandas de várias vertentes do metal
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