Bruce Dickinson: as patacoadas que ele faz para conseguir vender camisetas
Por Bruce William
Postado em 21 de março de 2022
Bruce Dickinson bateu um papo com o Las Vegas Weekly alguns dias antes de levar seu "spoken word" ao House of Blues de Las Vegas, evento em que Bruce relata com "um olhar humorístico e muitas vezes satírico" as várias experiências de sua vida, que incluem acontecimentos totalmente diversos entre si tais como obter licença para pilotar avião, sobreviver a um câncer de garganta, escrever livros e se tornar um palestrante motivacional, além de uma segunda parte onde o vocalista se torna objeto de uma sessão de perguntas e resposta, que ele não se furta de responder aos membros da plateia.
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Inicialmente o LVW quis saber de onde surgiu a ideia de Bruce de revisitar este formato, que ele usou em 2017 para promover seu então recém-lançado livro autobiográfico "What Does This Button Do?", e o vocalista reponde: "Fiz uma turnê no ano anterior à pandemia, e um dos últimos shows que fiz foi em Dublin. Eu estava meio nervoso com isso, porque se há uma cidade onde as pessoas sabem contar histórias é ali. Mas eu fiz isso e o promotor ficou espantado, ele me disse 'Caramba, isso foi ótimo. Você sabe, eu faço spoken word para festivais, perante 10 mil pessoas. Quer ser meu convidado especial?'".
Bruce conta que recebeu aquele convite como "um sinal" de que poderia funcionar. "Claro, aquilo assustou a gestão empresarial do Iron Maiden, pois era algo sob o qual eles não tinham controle", diz Bruce, contando ainda que lhe disseram que ele podia passar por bobo. "Mas era esse exatamente o ponto, é por isso que estou ali. Você faz papel de bobo, mas de um jeito bem legal".
Mas o cantor conta que agora tudo já foi superado. "Agora estão todos felizes e relaxados, e recebemos ótimas críticas. Inacreditavelmente eu estou vendendo um horror de camisetas" conta Bruce, que até hoje se espanta de vender tantas camisetas durante um evento de spoken-word.
O LVW pergunta então para Bruce se ele já se arrependeu de dizer algo que não deveria, e ele explica que isso não acontece pois há limites pré-estabelecidos sobre coisas que podem ser perguntadas. "Se alguém pergunta alguma coisa totalmente fora da casinha eu simplesmente direi 'Não posso responder, não vamos atingir este ponto'. Eu me esforço para trazer perguntas ou declarações que sejam involuntariamente engraçadas ou ao menos levemente divertidas. Mas também recebo coisas de pessoas tipo 'Sou uma sobrevivente de câncer e estou preocupada com o tratamento ou tenho um amigo que está fazendo tratamento'. É preciso lidar com essas coisas com sensibilidade, mas você pode erguer a pessoa e ao mesmo tempo fazê-la rir. Há um momento onde falo sobre o câncer e todos estremecem ao ouvir a palavra que começa com a letra C, mas ao final eles acabam rindo da maldita coisa. Não por ela ser engraçada, mas porque eu os coloco em uma situação onde as pessoas percebem que apesar de ter sido algo sombrio, eu mostro pra elas que não foi tão sombrio assim pra mim e que a história teve um final feliz".
Por fim, Bruce confessa que ele não tem um roteiro propriamente dito. "Bem, na verdade há uma espécie de roteiro mas ele está em constante evolução. Há improvisações e coisas que já estão ali e outras que surgem na hora, eu penso naquilo e imagino que pode ser engraçado, daí arrisco e acabo arrancando algumas risadas".
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