Dorsal Atlântica: Carlos Lopes faz resenha completa do álbum "2012" (vídeo).
Por Tchelo Emerson
Postado em 16 de junho de 2022
O canal Metal Musikast deu início a uma série especial de vídeos que trazem informações e curiosidades sobre o álbum "2012", da banda Dorsal Atlântica.O detalhe inusitado é que a série conta com a participação do próprio Carlos Lopes, fundador, principal compositor e guitarrista da banda que foi uma das pioneiras do metal no Brasil.
O primeiro episódio traz um apanhado geral das circunstâncias que cercaram a composição, a gravação e o lançamento do disco que marcou o retorno da Dorsal Atlântica aos estúdios, após o álbum "Straight" e a pausa nas atividades da banda imposta por Carlos Lopes após o histórico show na edição brasileira de 1998 do Festival Monsters of Rock.
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Você pode ver o vídeo completo no player a seguir.
Em "2012 - Resenha Completa - Carlos Lopes - Ep. 1", o líder da banda contou diversos detalhes e curiosidades sobre as circunstâncias que cercaram a composição, produção, gravação e lançamento do disco e como o contexto histórico influenciou em tudo o que se relaciona à obra resenhada.
Carlos Lopes começa esclarecendo: "Este disco está fazendo 10 anos agora em 2022, então [o vinil] é uma edição comemorativa e é a mesma idade do meu filho, que nasceu logo depois que eu terminei de gravar o disco. Tem muita coisa. [...] Há mais mistérios que a nossa vã filosofia não consegue entender (risos)".
O álbum "2012" está sendo relançado em vinil amarelo (180g) por uma parceria dos selos La Ursa Discos e CKD Discos. A nova edição vem com pôster (arte criada pelo próprio Carlos Lopes), fanzine, patch, adesivo e 2 cartões postais e tem tiragem de apenas 300 (trezentas) cópias.
Sobre os primeiros passos em direção à realização do disco, Carlos disse que "falei com um amigo, o Sérgio Filho, que é músico, técnico de gravação e produtor, que eu iria entrar numa coisa super nova no Brasil, que era a campanha de financiamento coletivo, porque eu tinha uma banda com um tempo de carreira, só que eu tinha decidido parar logo depois do show do [Festival] Monsters of Rock, pra tocar uma música mais livre. Então eu decidi durante 10 anos tocar soul music, rock n' roll, MPB, bossa nova. Misturar tudo com guitarra e me divertir e ousar. [...] Fizemos a campanha [de financiamento] e deu certo, em abril de 2012. Então o Sérgio Filho encontrou o estúdio, o SuperFuzz, de uma galera legal, que foi muito amigável e era um pessoal novo, sem os vícios do passado. Parece sacanagem (risos), mas o estúdio era do lado do local onde ficava o colégio onde fiz meu primeiro show em dezembro de 1981 e aquilo foi uma coisa muito simbólica".
O entrevistador ressalta que o disco tem uma sonoridade rica, orgânica, pesada e com muita qualidade. Carlos Lopes explica: "Eu já tinha tocado rock n' roll por 10 anos, o que me deixava com a cabeça mais aberta". O líder da Dorsal Atlântica deixa claro que propôs para as pessoas que participaram da campanha que só voltariam se a banda fosse renovada. "Como fã dos Beatles, o que os Beatles me ensinaram? Que a evolução é constante e necessária para um artista que quer crescer. [...] Foi isso que eu pedi aos apoiadores [...]: a Dorsal não pode ser uma cópia do passado. Eu não apoio esse movimento de 'old school'. Isso não tem nada a ver comigo. Eu sou um artista, então eu preciso me renovar, me reescrever, me redesenhar. Vou continuar fazendo rock pesado, thrash metal, tudo isso, porém, tem que ter uma leitura nova. Todo mundo foi avisado disso no começo da campanha e a campanha foi vitoriosa".
Carlos Lopes deu detalhes sobre sua maneira de cantar e tocar guitarra, sobre a produção de "2012", explicando como conseguiu o resultado orgânico do álbum, além de trazer detalhes sobre a volta da formação do final dos anos 80 e anos 90 a pedido dos apoiadores.
O vídeo traz diversas curiosidades, como a menção à música composta para o jogador Seedorf, que tinha sido contratado na época da gravação do disco resenhado, e acabou sendo tocada num programa televisivo da Rede Globo.
O líder da Dorsal Atlântica também explicou os detalhes do pôster que acompanha o vinil, que possui carga política explícita, uma vez que a ilustração apresenta a ex-Presidenta da República, Dilma Rousseff, sendo crucificada por outros líderes políticos do Brasil, como o ex-Presidente Michel Temer.
Carlos Lopes mostra no vídeo um caderno que possui ilustrações que ele fazia na época da gravação do "2012" e disse que naquele momento ele voltou a ter vontade de desenhar.
"Desde moleque eu não desenhava, e eu comecei a desenhar nos cadernos na gravação desse disco. [...] Pra você ver como tem muitas simbologias ligadas a esse disco, ao período político, às decisões que você toma, campanha de financiamento. E tudo isso somado, dá um monte de bastidores que, na verdade, influem no disco de forma indireta".
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