Dorsal Atlântica: "O solo de Stalingrado se conecta com Bomber, do Motörhead"
Por Tchelo Emerson
Postado em 06 de julho de 2022
O canal Metal Musikast está publicando uma série especial de vídeos que trazem informações e curiosidades sobre o álbum "2012", da banda Dorsal Atlântica, com a participação especial do próprio Carlos Lopes, fundador, principal compositor, vocalista e guitarrista da banda que foi uma das pioneiras do metal no Brasil. Lembrando que o álbum "2012" acabou de ser relançado numa versão em vinil amarelo 180g pelos selos La Ursa Discos e CKD Discos, sediados em Olinda/PE. A versão comemorativa de 10 anos do seu lançamento original traz 1 pôster, 1 fanzine, 2 cartões postais, 1 patch e 1 adesivo.
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O quarto episódio traz comentários sobre os detalhes da música "Stalingrado" e da sua letra.
Em "2012 - Resenha Completa - Carlos Lopes - Ep. 4", o líder de uma das bandas pioneiras da música pesada brasileira faz comentários sobre a música que relata em sua letra a Batalha de Stalingrado, que foi a maior batalha ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial, envolvendo os exércitos russo e alemão e deixando um saldo trágico de aproximadamente 2 milhões de vidas ceifadas.
O entrevistador destaca que se trata de uma música anti-comercial, já que traz uma letra que não obedece os padrões comuns do heavy metal.
Carlos Lopes deixa claro: "Isso é a minha cara! O dono da última gravadora que eu tive disse pra mim: 'Você não vende disco. Você é anti-comercial, mesmo para o ambiente de metal'. Eu falei: 'disso eu tô cansado de saber'. [...] Comercial é tudo aquilo que você preenche o desejo de um público específico. Você vai desenhar quadrinhos para a Marvel. A Marvel vai pedir daquele jeito e vai ter que ser daquele jeito. você não pode mijar fora do penico. Não está aberto para você fazer esse tipo de experiência".
Musicalmente, Carlos Lopes conta que: "o formato da música é um hardcore, só que ele é intercalado em pedaços quase como se fosse um hardcore progressivo. Ele para, muda de andamento, muda de tom. E o que você vê que é mais característico dessa fase da Dorsal, do '2012' até o 'Pandemia': eu sou muito mais interpretativo quando eu vou cantar a música. Eu interpreto igual a um ator. [...] Você vai ver que a música é totalmente fora do padrão" [...] E tem pequenas citações. Por exemplo, quando chega no solo de guitarra, ele é um pouco emulado dos solos do hardcore finlandês e também se conecta ao 'Bomber', do Motörhead, que também é uma citação à Inglaterra quando tava sendo bombardeada pelos nazistas".
Sobre a letra, que retrata a batalha que estava prevista na Operação Barbarossa, em que os nazistas organizaram a invasão da União Soviética tendo três alvos: as cidades de Leningrado, Moscou e Stalingrado, Carlos Lopes esclarece que: "Você já parou pra pensar uma coisa curiosa? Esse disco foi relançado agora em 2022. Tá tendo uma conexão com a invasão da Ucrânia.[...] Eu fiz num contexto visando a Segunda Guerra Mundial, mas é óbvio que tem uma sub-leitura. Como no [álbum] "Antes do Fim" eu usei o nazismo pra falar da ditadura brasileira, esse disco inteiro [o "2012"] já está falando do governo da Dilma Roussef, da conspiração que havia pra derrubá-la desde o dia 1. Não importa se ela fizesse um governo bom, um governo ruim. Ia ser derrubada. Por milhões de motivos. Por misoginia e por ela ter uma preponderância de um poder e a outra que é mais curiosa que eu vou falar pra você: por ela ser uma pessoa inteligente".
Carlos Lopes contou mais alguns outros detalhes e curiosidades sobre música e letra de Stalingrado.
Você pode ver o vídeo completo no player a seguir.
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