Como o rock ficou chato no final dos anos 60, segundo Joey Ramone
Por André Garcia
Postado em 26 de agosto de 2022
O Ramones surgiu em meados dos anos 70, durando até sua despedida em 1996. Considerados os pais do punk rock, durante toda sua existência eles definiram sua música um resgate da época em que o rock era simples e divertido — antes do reinado do rock progressivo, com seus longos solos e sua pretensão sem fim.
Conforme publicado pela Rock and Roll Garage, em 1990, enquanto promovia o álbum "Brain Drain", o vocalista Joey Ramone falou sobre o bom e velho rock n roll (e como ele ficou chato no final dos anos 60).
"Bem, rock n roll é muito importante para mim. Ele está em meu sangue. Quando eu comecei a curtir, foi mais ou menos em sua origem — os anos 60 foram minha geração. Tinha tantos artistas fazendo tanto tipo de coisa… Um período realmente criativo, experimental. Mas lá para 69, o rock n roll na maior parte do tempo não estava mais presente no rock n roll. Tinha todo tipo de elementos diferentes nele. Você tinha sorte se encontrasse mais de seis músicas em um disco."
"E as músicas duravam meia hora, com todo tipo de solos horríveis. Era muito pretensioso, muito cheio de frescura, não era mais contagiante. Não tinha mais aquele frescor. O rock n roll do final dos anos 60 e começo dos anos 60 te empolgava. Aquilo te mostrava novas maneiras de enxergar as coisas, e mudava sua vida e a forma como você conduzia sua vida. Era toda uma contracultura."
"Punk era atitude pura. Era feito daquilo: a atitude. Caso contrário, é [The] Foreigner tudo de novo. Hoje em dia poderia ser até pior. Poderia ser Winger, Slaughter, ou sei lá o quê", concluiu.
Em 1990, o rock era dominado pelo tipo de bandas mencionadas pelo vocalista, o chamado hair metal. No entanto, aquilo estava com os dias contados, já que no ano seguinte ele seria varrido pelo movimento grunge, encabeçado por bandas como Nirvana e Pearl Jam.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps