Lars Ulrich sobre "Fade to Black": Frequentemente sinto haver dois Metallicas
Por André Garcia
Postado em 19 de agosto de 2022
O Metallica surgiu na primeira metade dos anos 80 e, misturando o peso do metal com a fúria do punk e as reviravoltas estruturais do progressivo, logo recebeu o rótulo de thrash metal. Rótulo esse que rendeu à banda acusações de ter se vendido cada vez que ousava fazer algo que fugisse daquele estilo.
Essa história provavelmente começou já em seu segundo álbum, "Ride the Lightning", que pegou os mais puristas de surpresa com "Fade to Black" — afinal de contas, por mais pesada que fosse, ainda assim era uma balada. Conforme publicado pela Metal Hammer, o baterista Lars Ulrich comentou as influências da faixa.
"Todo mundo parecia ter sido pego de surpresa pelo fato de termos feito aquilo. Surpreendemos a todo mundo, exceto nós mesmos. Dá para ouvir que o new wave of british heavy metal inspirou o primeiro disco. Mas se você dá um passo além daquilo, você tem 'Child in Time', do Deep Purple; 'Beyond The Realms Of Death', do Judas Priest; e até 'Stairway to Heaven' — aquelas grandiosas e contemplativas canções épicas."
"Aquele tipo de música sempre esteve em nosso background — sabíamos em nossos corações que aquilo era parte do som do Metallica, mas simplesmente não tínhamos habilidade e sutiliza para abordar aquilo em 'Kill'em All'. Conforme Cliff [Burton] e Kirk [Hammett] embarcaram, nós sentimos ter o que era necessário para seguir aquele caminho."
Ao ser perguntado sobre a reação dos fãs na época, o baterista respondeu:
"Tinha um grupo de pessoas com uma visão diferente do que era o Metallica, de que éramos muito mais uma coisa unidimensional. Frequentemente sinto haver dois Metallicas: o que eu vivo e respiro todo dia, e o que eu leio sobre. Muitas vezes eles são contraditórios. As coisas que pegam as pessoas de surpresa são completamente normais na minha cabeça, mas talvez a gente não faça um bom trabalho em explicar elas."
Passado o estranhamento inicial, "Fade to Black" se tornou uma das músicas mais queridas pelos fãs. Prova disso é que, segundo o site setlist.fm, ela é a nona música mais tocada ao vivo pelo Metallica, com 1244 execuções — pouco atrás de outra balada, "Nothing Else Matters".
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