Ringo Starr recorda assédio a Yoko Ono após assassinato de John Lennon
Por André Garcia
Postado em 29 de novembro de 2022
Em 1969, os Beatles já estavam prestes a se separarem por conta das tensões internas entre eles. Mesmo no auge dessas tensões, o descontraído e sorridente Ringo Starr foi o único integrante a seguir se dando bem com John, Paul e George — e até mesmo com Yoko Ono!
Em 31 de março de 1981, Ringo e sua esposa Barbara Goldbach deram uma entrevista no quintal de casa para Barbara Waters no programa 20/20. Entre outras coisas, ele falou sobre o insensível assédio sofrido por ele e Yoko Ono pelos fãs e a mídia após o assassinato de seu amigo e colega John Lennon.
"Eu estava nas Bahamas, e assim que soubemos do que tinha acontecido, pegamos um avião o quanto antes e fomos para Nova Iorque. Não que você possa fazer alguma coisa, mas você tem que ir lá dar um oi e ver se há algo que você possa fazer. Não há nada que você possa fazer, mas pelo menos estar lá, sabe?"
Ao encontrar a recém-viúva, Ringo relembrou que "as pessoas gritavam para Yoko aparecer na janela com [seu filho] Shawn. Teria sido melhor que tivessem deixado ela em paz. Porque aquilo não ia trazer ele de volta. Não ajudava nada ter uma multidão do lado de fora tocando as músicas dele. Sabe, tudo bem que quisessem fazer aquilo, mas por que não fazem em casa?"
"Quando fomos a público, eu não precisava ouvir as pessoas me dizendo o quanto amavam os Beatles ou qualquer coisa daquela. Tínhamos acabado de perder John. Eu não estava lá para ver um beatle, eu estava lá para ver meu amigo, sem relação com aquela banda."
Beatles
Pioneiro, John Lennon formou o The Quarrymen em 1956 — ano do lançamento do álbum de estreia de Elvis Presley, considerado o marco zero do rock. Paul McCartney se juntou a ele em 58, George Harrison em 59. Depois de trocar de nome várias vezes, em 1960 a banda adotou o definitivo: The Beatles.
Em ascensão então sem precedentes, eles conquistaram Liverpool em 62, a Inglaterra em 63 e os Estados Unidos e o mundo em 64, o ano da beatlemania. Após serem apresentados à maconha por ninguém menos que Bob Dylan, em meados da década o quarteto deu uma guinada em sua carreira, se afastando das canções pop e buscando fazer algo mais maduro.
Ao abandonar os shows ao vivo em 1966 — que, cada vez mais caóticos, chegaram a colocar a vida de seus membros em risco —, os Beatles puderam se dedicar integralmente às gravações. Com álbuns como "Revolver" (1966) e "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" (1967), eles atingiram seu auge criativo abusando de instrumentos exóticos, experimentações sonoras e inovadoras técnicas de gravação. Não é por acaso que o "Sgt. Pepper's…" está entre os álbuns mais vendidos de todos os tempos.
Com o "White Album" (1968), por outro lado, eles já davam sinais de crescerem em direções diferentes, perdendo a unidade e coesão. A partir dali, cada vez mais a banda ficou pequena para os quatro. Insatisfeitos, para poderem fazer o que realmente queriam, tiveram que seguir caminhos separados após a gravação de "Abbey Road" (1969). O "Let it Be" (1970) já foi lançado como um trabalho póstumo.
Apesar de ter encerrado sua trajetória há mais de meio século, os Beatles seguem conquistando a novas gerações, e até hoje permanecem entre os nomes mais populares da música.
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