John Frusciante conta como Keith Richards ajudou a moldar o som do "Blood Sugar Sex Magik"
Por André Garcia
Postado em 10 de dezembro de 2022
John Frusciante fez sua estreia como guitarrista do Red Hot Chili Peppers no "Mother's Milk" (1989). Embora o álbum possua grandes faixas e albuns clássicos, não agradou muito a ele, que considera seu primeiro grande trabalho "Blood Sugar Sex Magik" (1991).
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Marcando o início de uma parceria de longa data e extremamente bem sucedida com o produtor Rick Rubin, não por acaso foi o disco que alçou o quarteto californiano a um sucesso estratosférico.
John Frusciante deu uma entrevista para a Music Radar enquanto promovia "Stadium Arcadium", então o trabalho mais recente do Red Hot. Entre outras coisas, ele contou como sua forma de tocar mudou no "Blood Sugar Sex Magik", e como Keith Richards foi importante para aquilo.
Quão diferente era o processo de gravação antigamente?
Bem, na época eu não fazia muitos overdubs — 'Blood Sugar [Sex Magik]' era nu. Na época, era a direção que eu queria seguir, até porque o produtor de "Mother's Milk", Michael Bienhorn, realmente nos levou ao limite. Ele me botava para quadruplicar as guitarras. Então por anos eu nem duplicava mais nada por causa daquela experiência esquisita no "Mother's Milk".
Como você se sente quando olha para a época do filme Funky Monks, filmado na época do "Blood Sugar…" Como se sente ao se ver tocando naquela época?
Tenho todo o respeito pela forma como eu tocava guitarra na época, especialmente por ter quebrado aquela coisa de estar em um lugar em particular. Quando adolescente, eu amava Jimi Hendrix, Frank Zappa e Steve Vai, e incorporava seus estilos no meu. Eu não tinha identidade própria, e não sabia qual seria a minha voz musical."
Foi pela época que começamos a compor o "Blood Sugar…" que eu finalmente deixei os estilos daqueles guitarristas de lado e esqueci o que era [considerado] tecnicamente bom. Eu pensei que, se a música de Keith Richards emocionava tanta gente tocada de um jeito tão simples… então, porque não pegar um pessoal com essa cabeça e fazer algo bonito que afetasse emocionalmente as pessoas?
Para mim, foi uma nova forma de pensar que exigiu um tempinho para me acostumar. Então, na época do "Blood Sugar…" eu ainda sentia que me papel era dar equilíbrio e não me sentia à vontade com o que eu estava fazendo — o que provavelmente foi uma coisa boa."
Red Hot Chili Peppers
Considerado a personificação do rock californiano, o Red Hot Chili Peppers foi formado em 1983 por Anthony Kiedis e Flea. Desde o princípio, a banda sempre teve em seu DNA a mistura de ritmos, especialmente punk rock, funk e rap.
Com a entrada de Chad Smith na bateria e John Frusciante na guitarra, no começo da década seguinte eles chegaram ao estrelato com "Blood Sugar Sex Magik" (1991), alavancado por estrondosos hits como "Give It Away" e "Under the Bridge".
Por mais que a década de 90 tenha começado bem, ela reservava para a banda um inferno astral. Após a saída de seu guitarrista em 1992, lançou "One Hot Minute" (1995) — com Dave Navarro na guitarra — muito mal recebido, derrubou a popularidade do quarteto. Quando parecia que tudo estava perdido, com o retorno de Frusciante e o lançamento de "Californication" (1999), a banda fez mais sucesso do que nunca. Essa nova fase rendeu ainda "By The Way" (2002) e "Stadium Arcadium" (2006).
Com a nova saída de John Frusciante em 2009, assumiu a guitarra Josh Klinghoffer. Embora tenha se esforçado na gravação de "I'm With You" (2011) e "The Gateway" (2016), jamais caiu na graça dos fãs. Com o novo retorno de Frusciante em 2019, a banda lançou "Unlimited Love" e "Return of the Dream Canteen" (ambos em 2022).
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