David Lee Roth relembra perrengues dos primórdios do Van Halen
Por André Garcia
Postado em 06 de janeiro de 2023
Há na primeira prateleira do rock aquelas bandas cujos membros nasceram em berço dourado, mas, é muito mais comum que eles venham de baixo. Em via de regra, começo de carreira é um período marcado por muita paixão e disposição para superar perrengues e dificuldades financeiras.
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Com o Van Halen não foi diferente, como relembrou o vocalista David Lee Roth no segundo episódio da nova temporada de seu programa, o The Roth Show.
"A gente deixava de comer em 1972, porque cada centavo ia para [pagar] gasolina ou equipamento. Nossos pais praticamente nos abandonaram, disseram, 'Olha, se você escolher viver de música, é [um caminho] extremamente instável, e você está por conta própria'. E nós estávamos mesmo! Então cada centavo tinha que ir para o tanque de gasolina. Aqueles foram nossos dias de ouro!"
"[Quando] eu ia até a casa dos Van Halen, Al [Alex] Van Halen aparecia com um sanduíche que sua mãe fazia para ele... Ele sempre me dava metade, enfiava a outra metade na boca."
"Se tivéssemos mais de cinco dólares - o que às vezes acontecia - um de nós atravessaria a rua até a mercearia armênia. Sabíamos que [os filhos dos donos eram fãs do Van Halen e que] viriam para nossa próxima festa no quintal, então, se tivéssemos pouco dinheiro, não tinha problema! Eu ficava encarregado do caixa da banda porque sou judeu, na vidade! Eu era bom em interagir com as pessoas, me comunicar. Fala sério, consigo fazer amizade até com um hidrante!"
Van Halen
Uma das maiores bandas de rock americanas de todos os tempos, o Van Halen foi formado pelos irmãos Eddie e Alex, respectivamente guitarrista e baterista. Completavam a formação original o baixista Michael Anthony e o carismático, performático e acrobático frontman David Lee Roth.
Seu álbum de estreia, autointitulado, lançado em 1978, foi revolucionário. Além de conquistar público e crítica, vendeu milhões de cópias. Além do vocal possante de Roth e sua capacidade de interpretação, tinha a revolucionária guitarra de Eddie. Abusando de técnicas até então pouco difundidas no rock, ele surpreendeu com sua sonoridade única e sem precedentes.
Com os lançamentos seguintes, se consolidou na primeira prateleira do rock e lotou estádios por onde passava. Seu auge foi "1984"(1984), embalado pelo estrondoso hit "Jump". Quando parecia que nada poderia os parar, seus fãs foram pegos de surpresa com a saída do vocalista em 1985.
Seu substituto foi Sammy Hagar, que teve grande impacto em sua sonoridade, mais madura e melódica do que a festiva e bombástica fase David Lee Roth. Nem todos os fãs curtiram essa nova proposta, mas ela introduziu a banda a um novo público e a manteve entre as maiores do mundo.
Em 1996, tensões internas levaram à turbulenta saída de Sammy. Com Gary Cherone em seu lugar, a banda flopou pela primeira vez com "Van Halen III" (1998) — renegado pelos fãs e detonado pela crítica.
Dali em diante, a banda passou por longos períodos de inatividade. Em 2004, fez uma catastrófica reunião com Sammy Hagar, que rendeu apenas uma turnê, sem produzir um novo trabalho.
Com a volta de David Lee Roth e a entrada de Wolfgang (filho de Eddie) no baixo, fechou sua discografia com "Another Kind of Truth" (2012). Os fãs permaneceram esperançosos por um retorno até a morte de Eddie Van Halen, em 2020.
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