Cliff Burton e a banda que ele gostava muito, "por incrível que pareça"
Por Bruce William
Postado em 05 de janeiro de 2023
Cliff Burton teve uma vida curta, muito curta. Nascido em 10 de fevereiro de 1962 em Castro Valley, pequena cidade que hoje tem cerca de 50 mil habitantes na Califórnia, ele começou a se interessar por música ainda na infância, ao ter sido apresentado por seu pai ao jazz, que o matriculou em uma escola para aprender a tocar piano.
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O baixo, instrumento ao qual ele ficaria associado, só entrou em sua vida mais tarde. Com o tempo e prática diária entre quatro e seis horas, Cliff se tornou um mestre no instrumento, e ao longo dos anos tocou em bandas com Jim Martin, ex-guitarrista do Faith No More, depois o Trauma, até que seu talento foi notado por James Hetfield e Lars Ulrich, que com o Metallica teve seu talento exposto e reconhecido mundialmente até a sua trágica morte precoce, em 1986.
A bagagem musical de Cliff era completamente diferente dos seus colegas de banda, conforme revelou Lars Ulrich: "Cliff mostrou para mim e para James muitas coisas, de Peter Gabriel a ZZ Top e outras coisas que nem conhecíamos. Ele nos mostrou bandas como Yes. Nunca tínhamos ouvido aquelas coisas. Em compensação, ele nunca tinha ouvido Diamond Head, Saxon ou Motorhead. Então foi uma excelente troca de informações"(...)"Eu botava Iron Maiden, Diamond Head... Ele botava 'Rio Grande Mud' (do ZZ Top), algum disco do Yes que eu nunca tinha ouvido falar, ou algo assim".
Durante uma conversa com a Rock Hard em 1986, Cliff mostrou que ele tinha, de fato, um gosto musical diferenciado, ao ser perguntado sobre seus cinco álbuns favoritos: "Uhhh... cinco álbuns... Bem, vamos dizer cinco bandas favoritas. Tudo do Glenn Danzig, seja Misfits ou Samhain, tudo que ele fez. Tudo do Thin Lizzy. Quem mais? Jesus, o que mais...? Awww, que merda!" responde Cliff, com sua memória passando por um branco repentino.
O entrevistador tenta ajudar e sugere: "English Dogs? Creedence (Clearwater Revival)?". Cliff rejeita a ideia. "Não, não. As coisas antigas do Sabbath... o que mais?" E então se lembra de algo que, para ele, soava estranho naquele momento: "Há uma banda chamada R.E.M. que eu gosto muito, por incrível que pareça". E para finalizar, Cliff ainda conta que gosta muito do Aerosmith, "tanto o velho quanto o novo".
Certamente o espanto de Cliff ao citar o grupo de Michael Stipe vem do fato de que, naquele ano, o R.E.M. ainda estava em seu quarto álbum, "Lifes Rich Pageant", que saiu no final de julho. Como não sabemos a data exata da entrevista, não temos como apurar se ele chegou a conhecer este trabalho ou apenas os três primeiros - "Murmur" de 1983, "Reckoning" de 1984 e "Fables of the Reconstruction" de 1985. Então, apesar do sucesso que o R.E.M. vinha fazendo, naquele ano eles ainda eram uma espécie de "banda revelação", ainda mais pensando sob o ponto de vista de quem foi educado ouvindo jazz e que na maior parte do tempo ouvia clássicos da década anterior.
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