Thiago Bianchi explica sucessão de problemas durante show de Paul Di'Anno
Por Gustavo Maiato
Postado em 01 de fevereiro de 2023
Em entrevista ao Ibagenscast, Thiago Bianchi, vocalista do Noturnall, que está tocando na turnê de Paul Di’Anno pelo Brasil, explicou os motivos que levaram aos problemas no primeiro show em Fortaleza.
Problema no som
"O show de Fortaleza contou com uma série de infortúnios. As pessoas não sabem como são os bastidores, mas você precisa de um som muito bom. Levamos uma mesa e o cabo se partiu. É como uma jamanta em alta velocidade sem motorista. Não podia mexer no volume dos instrumentos, que vão para o público e para a gente. Uma série de situações ocorreram por causa de um cabo. Mesmo assim, consegui fazer o show, com dificuldades, mas não entreguei o que sempre entrego. Quero deixar tudo no palco. Ali é minha vida que se esvai um pouco. Deixou um pouco e recebo um pouco da galera".
Baterista passando mal
"Nosso baterista Henrique estava passando mal, além de tudo. Quando o Paul Di’Anno chegou, não tínhamos visto ele ainda. Foi um choque. Ele está muito debilitado. A Estética Torta cercou o cara de enfermeiro e cuidador. Veio uma galera para se certificar que ele seria bem cuidado. Mas ele está muito debilitado, não consegue dobrar uma das pernas. A produtora fez tudo que foi pedido e todas as adaptações para receber um cadeirante. Mas ele chegou bem pior do que ele estaria. Não falavam que precisava de uma pessoa para segurar a perna dele, por exemplo".
"Desventuras em série"
"Estávamos em um frio forte em São Paulo, e voamos para Fortaleza no mesmo dia do show. Chegamos com um sol forte e muito ar condicionado. Nosso baterista estava com a boca branca e andando cambaleando. Ele desmaiou no backstage, dei uma acordada. Ele não quis dizer, porque não queria parar o show. Quis dar uma de herói e subiu para tocar. Passou mal no show e deu uns brancos. Toco com ele há seis anos. Ele não entrava nas músicas. Para piorar, o Paul estava de mal humor. O cabo partido e sem som. Deram o microfone errado para o Paul. Quando vimos, ele estava no palco com o mic errado. Foi no estilo desventuras em série. Não consigo culpar ninguém. Foi culpa do acaso. Todos pagaram por isso".
A interrupção do show
"Eu resolvi subir no palco e intervir na situação. Pedi um tempo para todo mundo. Falei para parar o show e começar do zero depois de resolver tudo. O próprio Andre Matos, em Fortaleza, naquela mesma casa, passou por isso. Foi interrompido porque não estava bom. O Megadeth também parou já para arrumar. É chato, parece que é coisa de artista cuzão, mas vocês não sabem o que é a rotina de uma turnê. Trouxe um telão para sincronizar com nossa música. Nossos técnicos heróis trabalhando dormindo 1 hora em três dias. Isso pode ser classificado como trabalho escravo. Só tenho que pedir desculpas. Se o som estivesse bom e o Henrique não tivesse passado mal, teria sido memorável. Fiquei com dor no coração porque o público estava ótimo".
"Ninguém botou arma na cabeça do Paul"
"O Paul perdeu dois voos. Os quatro dias que teríamos antes do show para ensaiar, ele não conseguiu chegar. Ensaiar só você com o CD não é igual com o cara ali. Ele é muito vivo, pede mudanças na hora. Tem uma música que ele decidiu cortar um pedaço e quer que todos ensaiem assim. Ele só falou isso na hora de entrar no palco! Claro que não ia dar certo. Isso faz parte da aventura de se fazer uma turnê. Não pode virar uma bola de neve. Por exemplo, em Recife foi uma noite perfeita. O Paul chorou. Eu chorei vendo-o chorar. Vimos que tudo valeu a pena. As coisas funcionaram como deveriam. Ninguém botou uma arma na cabeça do cara para ele vir ao Brasil tocar. Ele estava convalescendo. Também ficamos com coração partido de ver ele nesse estado. Mas ele está lá. Está feliz e fazendo a grana dele. O próprio Steve Harris está pensando em vir para cá".
Confira a entrevista completa aqui.
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