O grande segredo da coesão do U2 que, conforme Lars Ulrich, só funciona para eles
Por Bruce William
Postado em 18 de abril de 2023
Volta e meia Lars Ulrich reafirma sua admiração pelo U2. E o tema voltou de novo à mesa durante participação no podcast Club Random de Bill Maher, onde o baterista explicou com mais detalhes um dos aspectos que, conforme ele explica, é bastante apreciado pelos músicos de modo geral. A transcrição é do Loudwire.
O assunto surgiu quando o tema passou a ser a dinâmica de relacionamento que acontece dentro da maioria das bandas, com o apresentador observando que a maioria delas vive à beira da separação iminente, então Lars citou o caso do U2 como uma das bandas que consegue se manter coesa e unida, apesar de todos os anos que estão juntos.
"O U2, eu acho que se estivéssemos aqui conversando com alguns caras dos Red Hot Chili Peppers e do Muse e de outras bandas que ainda se dão bem, todos entraríamos num acordo que o U2 é o modelo ideal de se estar numa banda por causa da forma como funcionam", diz Lars, ressaltando em seguida que, no caso específico deles, há um fator que contribui para que eles tenham conseguido consolidar esta unidade ao longo da vida. "Eles cresceram mais ou menos na mesma rua e foram para as mesmas escolas, eles se conhecem profundamente e tem o mesmo DNA correndo no corpo".
Lars também observa que esta dinâmica que o U2 é muito rara, usando sua própria banda como exemplo: "Mas há muitos grupos onde nem sempre isto é necessário, incluindo a banda deste integrante com quem você está conversando agora. Eu cresci com uma educação muito liberal e artística em Copenhague, Dinamarca. James Hetfield cresceu num lugar que é praticamente o oposto disso aqui no sul da Califórnia, em Fullerton. Entende o que eu quero dizer? Kirk Hammett cresceu no distrito de Mission, também com uma criação pós-hippie muito liberal".
Depois ele volta ao U2: "Então o que quero dizer é que o U2 é o ápice de tudo que aspiramos pois eles ainda conseguem fazer tudo funcionar do jeito que sempre foram. Mas você mencionou os Eagles, que há muitas versões diferentes, e também o Crosby, Stills, Nash & Young, que simplesmente não conseguem lidar com isto e é mais fácil pros caras saírem em carreira solo".
Lars então relata sua tese para que isto funcione: "Quem são os caras que comandam? Se você superar esta coisa de dirigir e liderar tudo e não se importar de ficar em segundo plano, tendo confiança e respeito suficientes pelo seu parceiro para recuar se ele tomar a frente de uma música, um álbum, letra ou o que quer que seja, ambos terão uma grande chance de equilibrar e fazer tudo funcionar. Mas o problema é o ego. Todas as grandes bandas de rock and roll são comandadas por pessoas com egos gigantes, senão as bandas não dariam certo. Mas às vezes os egos se chocam".
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