Por que Testament tem álbum "esquecido" que virou favorito dos fãs décadas depois?
Por Gustavo Maiato
Postado em 09 de abril de 2023
O Testament é uma das bandas mais famosas do thrash metal americano e vem se mantendo relevante desde os anos 1980. Em entrevista ao jornalista musical Gustavo Maiato, o guitarrista Eric Peterson comentou sobre um aspecto curioso da discografia da banda: um disco que quando saiu não fez sucesso e só virou favorito dos fãs depois. Confira trechos abaixo.
Algum álbum do Testament merecia mais atenção do que teve?
Nosso novo álbum, por causa da pandemia. O bom é que com a internet nossa música acabou sendo bastante divulgada. Provavelmente o ‘The Ritual’ também teve pouco reconhecimento na época que lançamos. Agora, ele está sendo mais aclamado. Na época, foi uma época estranha para o heavy metal. Era quase como se o metal fosse uma palavra feia. Bandas como Pearl Jam, Alice in Chains, Soundgarden e outras realmente trouxeram uma outra vibe. Foi a era do grunge, com o Nirvana também. Quando surgiu esse nosso disco, foi estranho por isso. Acho que é um bom disco e vejo pessoas na internet dizendo que é o álbum favorito delas. Fico tipo: ‘Hum, não lembro dessa repercussão toda’. As pessoas achavam ok. Agora, tem coisas clássicas lá como ‘Electric Crown’ e ‘Return to Serenity’. Tem coisa boa lá!
Como foi a composição do megahit "Alone in the Dark"?
Essa música foi o Alex Skolnick que trouxe a ideia. Quando ele se juntou a nós, estávamos mais inclinados para uma sonoridade mais maligna! [risos]. Não diria que éramos death metal. De qualquer forma, o Alex tinha uma educação musical grande. Ele veio com a proposta de fazer músicas em tons diferentes. Por isso ‘Alone in the Dark’ é no tom de Lá. Quando começamos a tocar, pareceu uma pegada meio Mercyful Fate. Era algo diferente. Foi empolgante, sabe? O refrão surgiu um pouco depois e todos foram acrescentando elementos. Foi algo muito inspirador. Quando eu e o Alex nos juntamos, nossos dois mundos se deram muito bem!
Qual foi a inspiração para o novo hit "WWIII"? Estamos perto de uma guerra nuclear?
Sem querer soar clichê, mas é exatamente essa sensação de que podemos entrar em guerra. É o sentimento da música. Acho que o Testament sempre analisa o que está acontecendo no mundo e tenta ser relevante em descrever esse cenário nas nossas vidas. Tem coisas muito loucas acontecendo por aí. É um medo que todos sentem. Vemos países diferentes falando: ‘Se você fizer isso, vamos fazer isso’. Todo o resto do mundo fica: ‘Não façam isso!’. São dois caras representando suas nações. O que podemos fazer? Vamos tocar metal.
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