A explicação de Keith Moon para seu hábito de destruir quarto de hotel
Por André Garcia
Postado em 27 de junho de 2023
O caos em forma de baterista, Keith Moon ficou famoso por deixar um rastro de destruição por onde passava — tanto sobre o palco quanto fora dele. Quartos de hotel sofriam na sua mão.
Amplamente considerado um dos maiores bateristas do rock, o que lhe faltava em técnica e precisão, sobrava em energia, peso e anarquia. Era seu turbilhão sonoro que sustentava o som do The Who e fez do grupo um dos maiores precursores do heavy metal.
Fora do palco, Moon levava sua vida com a mesma loucura, excessos e descontrole de quando se sentava no banquinho da bateria. E quartos de hotel muitas vezes em sua mão acabavam tendo o mesmo destino que seu instrumento ao final de suas apresentações.
Conforme publicado pela Drum Magazine, na edição de 22 de abril de 1972 a Melody Maker publicou uma entrevista com o então já lendário Keith Moon. Entre outras coisas, ele explicou o motivo por trás da destruição que tantas vezes causou pelos hotéis.
"[Isso começou] quando os hotéis começaram a me tratar mal. Ser tratado como lixo é ruim. Não é assim que quero ser tratado. Se estou em um quarto e os garçons não trazem bebidas ou serviço de quarto demora horas, é ruim. Não dá para subir ao palco com a barriga cheia de comida. Se uma refeição levar duas horas para chegar, vou surtar e jogar ela na parede. Aí o garçom vai chamar o gerente, e seremos expulsos. Estamos banidos em várias redes de hotéis. Outras bandas dizem que isso é ruim para eles, mas se estão dispostos a tolerar esse tipo de tratamento dos hotéis, boa sorte para eles. Mas eu não estou."
Keith relembrou um dia em que explodiu as portas de um hotel:
"Fomos a um hotel e eles trancaram as portas com as malas dentro enquanto estávamos fora. Eles exigiram dinheiro adiantado, mas não tinham nos avisado sobre aquilo antes. Então simplesmente trancaram tudo. Isso não é legal, então explodi as dobradiças das portas e peguei minha bagagem. Tem uns hotéis que ainda se lembram de nós, mas agora nós já descobrimos os bons.
Quando questionado se aquilo não afetava sua reputação como músico respeitado, ele respondeu que jamais ambicionou ser tal coisa — a ele bastava ser o baterista do The Who: "Não tenho grandes aspirações em ser um baterista excepcional. Não quero direcionar toda a minha energia para a bateria, nem ser um Buddy Rich. Apenas quero tocar bateria para o The Who, só isso", concluiu.
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