Eric Carr sobre como os fãs do Kiss reagiram a "Beth" com ele no vocal
Por André Garcia
Postado em 17 de junho de 2023
Eric Carr em 1989 falou sobre seu receio em regravar o vocal de Peter Criss em "Beth" no ano anterior, revelou que os fãs receberam a nova versão bem melhor do que ele esperava.
Em 1988, o Kiss lançou aquela que provavelmente seja sua mais polêmica coletânea: "Smashes, Thrashes & Hits". Além de duas faixas inéditas ("Let's Put the X in Sex" e "(You Make Me) Rock Hard"), ela trazia clássicos setentistas em versões remixadas — incluindo "Rock and Roll All Nite" com uma linha de baixo alternativa e a palavra "Night no lugar de Nite" no título.
Mesmo assim, a coisa mais polêmica foi a inclusão de balada "Beth" com o vocal de Peter Criss trocado pelo de seu substituto Eric Carr. Criss ficou enfurecido e não foi para menos: a música foi uma declaração de amor dele para sua esposa.
Em entrevista para o fanzine Kiss Mask, publicada em 9 de novembro de 1989, Carr foi questionado se ficou com um pé atrás de regravar os vocais da icônica balada.
"Sim. Eu fiquei muito lisonjeado por terem me oferecido, sabe, por terem me pedido para fazer. Minha reação inicial foi dizer: 'Sim! Uau! Beleza, beleza, beleza... bora fazer!' Depois eu pensei sobre o assunto e comecei a ficar preocupado que o pessoal fosse ficar ofendido comigo. Aquilo era a última coisa que eu queria. Tudo que eu não queria era deixar os fãs putos comigo, sentindo que eu cometi um sacrilégio ou algo assim."
"Porque é uma daquelas músicas que quem conhece já está tão acostumado a ouvir de um jeito, que depois daquilo é como se você estivesse refazendo 'Stairway to Heaven'. Você pode botar alguém para cantar que faça um ótimo trabalho, mas todo mundo que conhece a música já está acostumado com o vocal daquele jeito. Se você ouve algo diferente, não fica tão bom. Você está acostumado a ouvir [Robert] Plant cantando daquele jeito. O pessoal acostumou a ouvir Peter [Criss] cantando daquele jeito."
"Então, eu estava com medo de que, não importasse o quão boa fosse a minha performance, as pessoas simplesmente não aceitassem, mas estou feliz por ter feito. A reação, assim como quando entrei na banda, não recebi coisas negativas. Sabe, talvez os fãs estivessem sendo gentis e tenham me poupado, mas recebo cartas de fãs o tempo todo, todo mundo sempre me dizendo o quão incrível ficou. Estou feliz com a maneira como cantei. Acho que fiz um ótimo trabalho."
"É uma boa música, sabe? Chegou a se discutir lançar ela de novo como single, mas acho que isso causaria problemas, sei lá. Estou satisfeito com o que fiz. Basicamente, a regravei com uma voz mais suave. Eu fiz a versão do Peter, só que com uma voz mais suave. Só isso. E eu estava na mesma sala e no mesmo estúdio da versão original. Não só no mesmo Record Plant, como a mesma sala em que ele cantou. Até onde sei, sentado no mesmo banco. Eu comi o mesmo sanduíche que ele comeu também… Estou brincando [risos]! Mas fiquei muito feliz com o resultado."
Tanta polêmica parece ter colaborado para o sucesso comercial do álbum, certificado platina dupla em 1996. Além disso, foi o álbum mais vendido do Kiss nos Estados Unidos a partir de 1991, quando a SoundScan começou a monitorar as vendas no país — até 2007 foram 830 mil cópias vendidas.
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