Nasi explica o verdadeiro motivo da saída de Charles Gavin do Ira!
Por Bruce William
Postado em 14 de julho de 2023
Nasi conta neste corte da participação no podcast Inteligência Ltda, apresentado por Rogério Vilela, onde também estava presente o jornalista e crítico musical Regis Tadeu, o que ele diz ser o verdadeiro motivo da saída de Charles Gavin do Ira!.
"Era muito bullying, eu vou te falar, o Ira! perdeu dois bateristas por bullying. Primeiro foi o Vitor leite, que foi, que Deus o tenha. A gente ensaiava na casa do cara, nossa, no fundo da casa dele. A gente ensaiava lá, eu cantava no gogó, entendeu? E a gente zoava tanto o Vitor e eu lembro que um dia a gente começou a zoar ele porque o Sex Pistols gravou uma versão de 'Substitute'".
Nasi e Edgard Scandurra, na verdade, eram fanáticos pelo The Who - Nasi inclusive mostra uma tatuagem que fez em homenagem à banda - mas eles faziam aquilo apenas para atormentar o coitado do Vitor. "E a gente falou pro Vitor, cara, a versão do Sex Pistols é muito melhor que a do The Who. A gente não achava, mas fazia pra zoar, ele ficava puto da vida. Então, chegou uma hora que a gente não estava ganhando dinheiro, ensaiava na casa do cara, tinha pouco show que a gente tocava só nos boteco, aí teve um dia que a gente zoava tanto o Vitor que ele chegou na hora e falou assim, 'fora'. A gente pensou que ele estava brincando, tentamos argumentar. FORA DA MINHA CASA!, disse ele!"
Aí Regis diz: "Aí o Vitor saiu do Ira! e foi pro Muzak", contando que ele, Regis, foi quem indicou o Charles Gavin para o Ira! E neste ponto Nasi revela que o Charles foi outra vítima do Ira, de tanto que foi zoado. "Isso nunca foi contado, eu vou contar agora. Primeiro que o Charles sempre foi um cara, aliás, eu admiro muito, um abraço para ele e parabéns por esse sucesso do Titãs. Mas ele é um cara muito sério, muito sério. Tanto que na época ele tocava a bateria com a gente e trabalhava com computação, né?"
Regis explica melhor: "O Charles trabalhava na parte de programação de uma grande empresa de madrugada. Então ele ia para o trabalho, ele passava o som, ele ia para o trabalho, ele saía do meio do trabalho e ia fazer o show e voltava para trabalhar".
Nasi retoma a fala: "Tô falando isso que eu já conversei com o Charles. Eu, o Edgar, doido pra caralho, só querendo tocar no underground, de doido. Aí ele pensou: 'onde isso vai me levar na minha vida, acompanhando esses doidos'. Ele já nem bebia. Não bastasse isso, a gente ainda fazia bullying, né? Eu lembro de uma vez que a gente foi cruel pra caramba com Charles, que ele andava com uma pochete, a gente tirava o maior sarro: 'Ô Charles, você é baterista do Ira!, de pochete! A gente tirava um sarro dele... Aí um dia ele chega no ensaio todo arrasado porque ele tinha sido assaltado na Praça da República e levaram a pochete. Aí, em vez da gente falar, 'ô Charles, coitado etc' a gente riu pra caralho... então, como é que um cara vai aguentar um negócio desse?'"
Todos dão muitas risadas, e Nasi emenda: "Aí o Charles vai e recebe uma boa proposta do RPM. Ele sai pra ir pra RPM, no meio do caminho chegam os Titãs e botam ele na chamada 'encruzilhada'. Ele fez a escolha correta, né? Porque os Titãs, nada contra o RPM, mas o RPM, uma banda só com imbróglios de acabar, voltar, muita confusão, uma banda que talvez seja a banda que melhor construiu a sua própria carreira".
O vídeo completo de Nasi no podcast Inteligência Ltda, com a participação de Regis Tadeu, está no player a seguir.
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