A comparação entre Slash e Angus Young analisada por Rafael Bittencourt do Angra
Por Gustavo Maiato
Postado em 30 de agosto de 2023
Slash, do Guns N’ Roses, e Angus Young, do AC/DC, marcaram época dentro da história da guitarra elétrica. Em episódio do Amplifica, Rafael Bittencourt, do Angra, fez uma análise dos dois.
"Durante uma conversa, abordei um tema que considero curioso e que revela uma discrepância geracional. Estava discutindo com membros mais jovens do Angra e tratamos da relevância dentro do universo dos guitarristas que tocam com instrumentos Gibson. Comparamos a importância de Angus Young com a de Slash. Para mim, Angus Young é um verdadeiro ícone da guitarra.
Ele exerce uma enorme influência e ocupa um lugar de destaque na minha avaliação, equiparável a Van Halen. Alguns dos presentes não puderam conter o riso diante dessa comparação, achando estranho equiparar artistas tão distintos. No entanto, enfatizei a influência profunda que Angus teve e a ligação com a marca Gibson, bem como o impacto que causou nas pessoas que se sentiram inspiradas a tocar por sua causa.
No meu caso, a pessoa que me inspirou a tocar foi Slash. Mas, considero Slash um músico de uma geração mais recente. Apesar de não ser tão recente assim, existe um intervalo considerável. Essa percepção me levou a compreender que muitos não viveram a era de Angus Young, a paixão que ele despertou e a revolução que ele trouxe consigo."
Rafael Bittencourt e a guitarra
Em outra ocasião, no mesmo Amplifica, Rafael Bittencourt comentou mais sobre sua relação com a guitarra e com guitarristas. Ele desabafou por não conseguir tirar músicas do Pink Floyd.
"Eu tinha 19 anos e o Angra bombou. Eu tinha muitos planos para minha vida. Com 15 anos não sabia se queria ser surfista, skatista ou músico. Dentro da música não sabia se queria fazer música para filme e teatro ou ter uma banda. Também queria ser ator. Não sabia se queria ser cantor, tocar metal ou MPB cabeça.
O mundo do teatro me fascinava e o Angra surgiu. A escolha estava feita. Uma daquelas coisas que eu sonhei deu certo. Eu estava na Alemanha e veio um disco de ouro. Sempre quis ser músico. Só que um médico quando chega em casa e está afim pode pegar sua Fender e tocar algo. Ele vai tocar exatamente o que ele quiser. No meu caso, quando estou com o instrumento, preciso viabilizar algo para pagar minhas contas.
Não necessariamente toco o que me der na telha. Se tenho que gravar amanhã, preciso ver isso. Eu não sei tocar o solo de ‘Comfortably Numb’. Olha o tamanho do meu drama! Não sei tocar o solo do meu maior ídolo da história, que é o David Gilmour. Muitas vezes, outras prioridades vão aparecendo e eu não fico simplesmente tirando o que eu quero".
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps