A banda que Ozzy Osbourne chamou de "encontro do heavy metal com os Beatles"
Por Gustavo Maiato
Postado em 10 de setembro de 2023
Além de ser um pioneiro do metal como vocalista do Black Sabbath, Ozzy Osbourne sempre foi um amante da música ao longo da vida. Em sua carreira, elogiou uma variedade de músicos, desde seus heróis iniciais, The Beatles, até colegas de gênero como Motörhead.
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Como especialista no gênero metal, Osbourne fez muitos comentários sobre o lado mais pesado do desenvolvimento da música. Uma banda pela qual ele tem um amor particular é a lendária Nirvana, do grunge. O nativo de Birmingham tem tanta paixão pela banda de Kurt Cobain que chegou a compará-los aos Beatles, o grupo ao qual eles creditaram influenciar os aspectos mais melódicos de seu som.
Em uma entrevista para o VH1 (via Far Out) em um documentário sobre o trio "Smells Like Teen Spirit", Osbourne destacou a natureza contrastante de seu som e a forma como eles uniram elementos do metal com o pop. Ele disse: "Eu amo Nirvana, era como heavy metal encontrando os Beatles, sabe, até certo ponto".
Isso não seria a última vez que Osbourne refletiria sobre a genialidade do Nirvana. Em sua autobiografia de 2009, "Eu Sou Ozzy", ele revelou que a canção mais famosa do Nirvana teve um "enorme" impacto sobre ele e disse estar "muito orgulhoso" de ouvir que Cobain era um fã seu. Ele escreveu: "Teve um enorme impacto em mim, 'Smells Like Teen Spirit'. Fiquei muito orgulhoso quando descobri que Kurt Cobain era meu fã. Eu achava que ele era incrível."
Apesar de Cobain e Nirvana serem fãs de Ozzy Osbourne, eles recusaram uma vez a oportunidade de abrir para ele. Quando o Nirvana estava no auge de seu poder, receberam várias ofertas para abrir para atos proeminentes, incluindo Guns N' Roses e Rush. No entanto, em sua verdadeira essência, eles recusaram, mantendo que não queriam se aproveitar do sucesso de ninguém, e se fossem tocar em grandes arenas, seria apenas como headliners.
Cobain disse a Gilbert Blecken em 1991: "Eu entendo Ozzy gostar de nós porque temos pelo menos algumas semelhanças com sua antiga banda. Claro, eu respeito o homem, sempre amei sua música, exceto pelos últimos cinco álbuns ou algo assim."
Relembrando um encontro que tiveram com Osbourne, Cobain disse: "Ozzy também estava no mesmo estúdio de mixagem que nós para o nosso último disco, e nos encontramos nos corredores algumas vezes".
Refletindo sobre o estado de Osbourne na época, ele continuou: "Não conversamos, mas houve algumas vezes em que estávamos indo um na direção do outro e eu tive que me encostar na parede e esperar que ele passasse cambaleando por mim, porque ele estava tão fora de si. Ele (Ozzy) também nos convidou para fazer turnê com ele, mas recusamos. Teria sido divertido e emocionante fazer parte de seus últimos shows, mas nós realmente não queríamos tocar em grandes arenas como banda de abertura para alguém."
Os fãs de Nirvana
Em uma entrevista recentemente resgatada pelo Podcasts Traduzidos, dois ícones do rock, Kurt Cobain e Dave Grohl, do lendário Nirvana, abriram o jogo sobre seus sentimentos em relação aos fãs apaixonados da banda que conquistou o mundo nos anos 90. O que eles revelaram pode surpreender muitos.
Kurt Cobain, o vocalista icônico da banda, compartilhou seus sentimentos sobre a devoção dos fãs, chamando-a de "constrangedora". Em suas palavras: "Nada mais constrangedor do que um grupo de pessoas se aproximando de você, sacudindo, fazendo barulho, e você sabe, te elogiando e te tratando como se você fosse algum deus ou algo assim. É realmente embaraçoso", disse Cobain. Essa perspectiva sincera oferece uma visão rara da relação entre artistas e seus seguidores mais fervorosos.
Por outro lado, Dave Grohl, o renomado baterista que mais tarde fundaria o Foo Fighters, explicou que, apesar dos elogios e da adoração dos fãs, o Nirvana não se via como "grandioso" como muitos costumavam pintar a banda de grunge. Grohl revelou: "As pessoas sempre estão te dizendo que você é incrível, tão talentoso, que sua banda é ótima, que você revolucionou o rock and roll. E você só pensa que não, que não fiz nada disso, que nada realmente mudou. Eu não me vejo como alguém grandioso, e não entendo por que todos estão tão encantados com a banda." Essa honestidade emocional oferece um vislumbre do peso que a fama pode trazer para artistas que, por trás do sucesso estrondoso, continuam sendo pessoas comuns.
Em uma indústria onde a adulação dos fãs é uma parte intrínseca da experiência musical, as palavras de Cobain e Grohl são um lembrete vívido de que, por mais amados e reverenciados que sejam, os artistas são seres humanos com suas próprias inseguranças e dúvidas. A entrevista reveladora resgatada pelo Podcasts Traduzidos lança luz sobre a complexa dinâmica entre ídolos e seus seguidores apaixonados, lembrando a todos nós que, por trás das músicas icônicas, existem indivíduos com suas próprias jornadas emocionais.
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