A reação do Sepultura quando até cantores sertanejos tentaram a sorte para substituir Max
Por Gustavo Maiato
Postado em 20 de novembro de 2023
No universo do heavy metal, o Sepultura sempre foi uma referência incontestável. Com uma história marcada por sucessos e desafios, a banda brasileira, nascida em Belo Horizonte na década de 1980, passou por uma reviravolta quando o vocalista Max Cavalera deixou o grupo. A busca por um substituto se tornou uma saga que envolveu até figuras inusitadas do cenário sertanejo.
O episódio foi revelado no livro "Sepultura – Os Primórdios", editado pela Estética Torta. Segundo o baixista Paulo Jr., o escritório da gravadora foi inundado com centenas de fitas, demonstrando o interesse de aspirantes a vocalista em assumir a posição deixada por Max. O que surpreendeu a todos, no entanto, foi a incursão de cantores sertanejos na tentativa de conquistar o lugar no grupo de metal.
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"Recebemos uma fita de um caubói do interior do Mato Grosso", recorda Paulo Jr. "O sujeito mandou uma foto dele no meio do matão. Até que cantava bem, mas não era muito o nosso estilo."
A banda, composta por Paulo Jr., Andreas Kisser e Igor Cavalera, decidiu analisar cuidadosamente as fitas recebidas. Afinal, a escolha do novo vocalista era uma decisão crucial para o futuro do Sepultura. "A vida na estrada não é moleza, você precisa ter um bom relacionamento, senão a coisa não dá certo. Não adianta o sujeito ser um ótimo vocalista, mas ser um babaca que ninguém aguenta", destaca Andreas Kisser.
Diante desse critério, a banda selecionou apenas algumas fitas, convidando os escolhidos para um encontro no Brasil. "Queríamos conhecer bem os caras, para ver se a personalidade deles batia com a nossa", explica Andreas. Afinal, a química entre os membros da banda é crucial não apenas para a criação musical, mas também para suportar as demandas desafiadoras da vida na estrada.
Sepultura e a saída de Max Cavalera
Max Cavalera, membro fundador e vocalista/guitarrista do Sepultura, teve uma influência significativa na identidade da banda ao longo de mais de uma década. Sua saída, em 1996, foi marcada por diferenças internas, disputas gerenciais e tragédias pessoais.
De acordo com matéria de Bruce William, a saída de Max aconteceu no mesmo ano do lançamento do revolucionário álbum "Roots". As tensões aumentaram devido a disputas gerenciais, incluindo o contrato da esposa de Max, Gloria, que gerenciava a banda. Outro ponto de atrito foi a decisão dos outros membros (Andreas Kisser, Paulo Jr. e Iggor Cavalera) de buscar um novo empresário, algo que Max se opunha.
A última apresentação de Max com o Sepultura foi em dezembro de 1996, na Inglaterra, com a última música sendo um cover de "Orgasmatron" do Motorhead. A tragédia abalou a banda quando Dana Wells, enteado de Max e filho de Gloria, faleceu em um acidente de carro nos EUA. A situação piorou quando a esposa de Andreas Kisser tentou apressar o enterro de Dana para retomar a turnê.
O relacionamento tenso entre os membros, a falta de comunicação e o destaque excessivo a aspectos individuais contribuíram para a ruptura. Max, posteriormente, formou o Soulfly e o Cavalera Conspiracy, continuando sua carreira musical. O vocalista Derrick Green foi anunciado como substituto em 1998.
Apesar de especulações sobre uma possível reunião, até o momento não há perspectivas concretas. As razões para a saída de Max e as tensões subsequentes destacam a complexidade das relações dentro da banda e os desafios enfrentados ao longo do tempo.
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