A decisão que Phil Collins considerou "o último prego em seu caixão" nos anos 80
Por André Garcia
Postado em 18 de julho de 2024
Houve um tempo em que o rock era sinônimo de juventude, mas a partir dos anos 2000 ele acabou substituído por outros gêneros como o hip hop. Hoje em dia, o rock está muito mais para coisa de tiozão. Em 2024 isso ficou mais claro que nunca quando Slash tocou na cerimônia do Oscar com o ator Ryan Gosling o maior hit do filme da Barbie, I'm Just Ken — e as redes sociais foram inundadas com a garotada perguntando "Quem é esse maluco de cartola tocando guitarra?"
Da mesma forma, quem nasceu a partir dos anos 90 e não seja familiarizado com a música das duas décadas anteriores muito provavelmente também não sabia quem é Phil Collins.
Quem viveu os meados dos anos 80 certamente lembra bem que ele foi um daqueles astros pop que parecia onipresentes: se você ligasse o rádio ou a televisão ou se abrisse um jornal ou revista, lá estaria ele. Ele estava ao lado de nomes como Michael Jackson e Madonna como astros (ou estrelas) que todo mundo conhecia.
Assim como aconteceu com o Nickelback nos anos 2000, Phil Collins fez tanto sucesso que entrou em um processo de superexposição e acabou se tornando odiado de tanto que encheu o saco.
Conforme publicado pela Far Out Magazine, o eterno baterista (e vocalista) do Genesis revelou considerar que a rejeição a ele teve origem no Live Aid.
Realizado em 1985 para arrecadar alimentos para a África, o Live Aid foi promovido como o maior festival musical já feito. Não só seu line-up reuniu boa parte dos maiores astros da atualidade em dois continentes diferentes, ainda teve transmissão ao vivo para dezenas de países com transmissão via satélite. Hoje, com a internet, isso pode soar banal, mas que na época foi algo sem precedentes.
Phil Collins foi o único artista que se apresentou em ambos os palcos (um nos Estados Unidos e outro na Inglaterra!) — fazendo uma viagem transoceânica entre apresentações enquanto o evento rolava. A ideia partiu do promoter Harvey Goldsmith, e para Collins acabou fazendo ele um Ícaro (que voou tão alto que teve suas asas derretidas pelo calor do sol).
"Aquele foi o [último] prego no [meu] caixão. Não só toquei uma vez, como toquei duas! [Aquilo me fez ser visto como um] exibicionista do c*ralho!"
Para piorar, foi no Live Aid que ele no papel de baterista fez parte de uma desastrosa reunião do Led Zeppelin — cujo fracasso Jimmy Page não hesitou em botar na conta do convidado especial.
Phil Collins ao longo dos anos 80 faz um baita sucesso tanto solo quanto no Genesis, e ainda fazia mais participações especiais com outros artistas que Andreas Kisser e Dave Grohl juntos. Não foi à toa que ele chegou a ser considerado o maior workaholic da música pop — alcunha essa com a qual ele concordava:
"Eu nunca parei para sentir o perfume das rosas, eu só seguia em frente abrindo caminho na neve enquanto as coisas aconteciam atrás de mim. Pessoas jogando dinheiro no chapéu. [Eu ficava pensando] 'Com certeza isso não pode continuar assim… será que tem alguma coisa errada?' Mas não, aquilo seguia em frente."
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