Regis Tadeu elege cinco álbuns que tinham tudo para ser incríveis e deram errado
Por Gustavo Maiato
Postado em 30 de agosto de 2024
Regis Tadeu publicou no seu canal do Youtube um vídeo em que analisa cinco álbuns que tinham tudo para dar certo, mas não foi o que aconteceu. Confira o que ele disse.
"Vocês já conhecem discos que tinham tudo para ser incríveis, mas acabaram dando muito errado? Você já teve a sensação de ser enganado ao ouvir um disco pela primeira vez? Aquele disco que, quando acaba, você sente um incômodo profundo, como se seu fígado tivesse se transformado em uma chaleira de água fervente? Esse é o nosso assunto de hoje.
Esse sentimento geralmente surge quando você cria expectativas em relação ao novo álbum da sua banda favorita, e aí... Os caras vêm com uma verdadeira decepção. É tão ruim que você chega a duvidar se está ouvindo o disco certo. Aposto que isso já aconteceu com você, e vai continuar acontecendo, até o fim da sua vida. No meu caso, eu tento não criar expectativas antes de ouvir o novo disco, seja de qual artista for. Mas, mesmo assim, às vezes sou surpreendido por verdadeiras bombas musicais", disse.
St. Anger
O primeiro a ser lembrado por Regis foi "St. Anger", do Metallica: "Esse álbum foi fruto de uma indecisão criativa tremenda. Ele tinha a missão de apagar a má impressão deixada pelos álbuns ‘Load’ e ‘Reload’, que muitos fãs mais radicais não conseguiram engolir. Embora eu goste desses álbuns, com ‘St. Anger’, tudo deu errado".
Regis explica que a tentativa de inovar não deu certo: "O Metallica tentou inovar, mas estava com conflitos internos absurdos e, na prática, sem baixista. O resultado foi uma coleção de músicas sofríveis, com uma agressividade falsa e barata. A sonoridade do disco é permeada por um som de bateria grotesco. Parece que Lars Ulrich está tocando em latas de goiabada. É um desastre. Não há solos de guitarra do Kirk Hammett em várias músicas que pediam isso, e a produção é confusa, sem direção. É uma verdadeira zona", concluiu
The Elder
O disco "The Elder", do Kiss, foi outro que não escapou das críticas do jornalista: "Na época, o Kiss já não estava bem. Eles foram praticamente obrigados a abandonar a maquiagem para criar um novo fato e tentar recuperar as vendas de discos e ingressos dos shows. Então, o que os caras do Kiss resolveram fazer? Eles direcionaram o som da banda para aquele hard rock pop farofa que estava em alta nos Estados Unidos, o estilo que estava fazendo a fama de bandas de quinta categoria, como Bon Jovi e afins", disse.
Hot Space
Ainda que o Queen seja bastante aclamado, um de seus registros não escapou das garras de Regis: "Claro que eu não poderia deixar de falar sobre ‘Hot Space’, do Queen, que é um daqueles discos que você pensa: ‘O que aconteceu aqui?’ Para citar o Coronel Kurtz, personagem do Marlon Brando em Apocalypse Now: ‘Horror... horror...’. Essa frase define bem esse álbum, que é um dos piores da história da música mundial, sem exagero", comentou.
Tadeu explicou que a chance de ganhar mais dinheiro acabou com o álbum: "Esse desastre surgiu porque a banda ficou surpresa com a boa receptividade do álbum anterior, ‘The Game’, que era um disco razoável. Freddie Mercury e seus comparsas vislumbraram a possibilidade de ganhar muita grana ao tornar o som do grupo mais próximo de uma sonoridade pop, algo mais new wave, que estava em alta na época e era palatável para as rádios. Só que, com exceção do ótimo dueto do Freddie Mercury com David Bowie em ‘Under Pressure’, o resto do álbum é um desastre", finalizou
Slaves and Masters
"A tensão entre Ritchie Blackmore e Ian Gillan voltou com força total, e as brigas chegaram a tal ponto que Gillan pegou o boné e saiu da banda. Com Gillan fora, Blackmore finalmente se sentiu dono do grupo, algo que ele já havia experimentado quando montou o Rainbow. Para preencher a vaga de Gillan, ele trouxe um vocalista conhecido por ser obediente, Joe Lynn Turner. Turner, que sempre foi visto como cafona, até parecia ter seu passaporte separado só para a peruca!
Eles lançaram ‘Slaves and Masters’, um álbum que claramente aludia ao novo papel de Turner como o ‘servo’ e Blackmore como o ‘mestre’. A sensação de liderança de Blackmore era tão intensa que ele apostou todas as fichas em uma música fraca, ‘King of Dreams’, acreditando que seria um grande sucesso nos Estados Unidos. Insanidade total".
Balance
"E para terminar essa lista de desastres, não dá para deixar de mencionar ‘Van Halen III’. No disco anterior, ‘Balance’, já dava para sentir um frio na espinha por causa da falta de consistência nas faixas, mas ninguém estava preparado para o que veio em ‘Van Halen III’. A estreia de Gary Cherone, ex-vocalista do Extreme, no lugar de Sammy Hagar, foi uma decepção. De cara, Cherone forçou muito para tentar cantar como Hagar, e isso já indicava que as coisas iam dar errado. Mas o pior estava na atmosfera das canções, que pareciam pedir para serem odiadas.
A guitarra de Eddie Van Halen estava desleixada, as melodias preguiçosas, e os ritmos estáticos, sem qualquer criatividade. E ainda teve a tentativa ridícula de Eddie imitar Roger Waters, cantando e tocando piano em uma faixa medonha chamada ‘How Many Say I’. Para você ter uma ideia de quão ruim é esse disco, nenhuma faixa dele jamais entrou em qualquer coletânea da banda. E quando alguém corajoso resolve ouvir esse álbum, no final da audição, resta só o alívio de saber que acabou".
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