Ritchie Blackmore revela como John Bonham era "chantageado" a não sair do Led Zeppelin
Por André Garcia
Postado em 03 de outubro de 2024
O período mais trágico do rock possivelmente foi a virada do final dos anos 60 para o começo da década seguinte, quando morreram vitimados por seus excessos os três maiores ícones da psicodelia: Jim Morrison, Janis Joplin e Jimi Hendrix.
Para o hardão setentista um ano tão trágico quanto foi 1980, com a morte de Bon Scott e John Bonham (e consequente separação do Led Zeppelin.
John Bonham ficou mundialmente conhecido por sua potência, velocidade, criatividade e técnica como baterista do Led. Fora dos palcos, ele ficou famoso por conseguir beber muito — e em frequência e quantidade cada vez mais sem limites, com sua desregrada e hedonista vida de rockstar. Em 4 de dezembro de 1980 ele foi encontrado morto: sufocado em seu próprio vômito após tomar 40 doses de vodca.
Ritchie Blackmore era amigo de copo de Bonham. Sempre que suas bandas permitiam que eles se cruzassem pelos bares eles viraram madrugadas enchendo a cara e conversando, rindo, brigando e abrindo o coração.
Segundo o eterno guitarrista do Deep Purple contou em 2015 no documentário The Ritchie Blackmore Story Bonham estava infeliz no Led Zeppelin e queria sair da banda, mas o empresário Peter Grant usava um gatilho mental dele para o "chantagear" a voltar à estrada com Page e companhia.
"Ele [John Bonham] sempre dizia ao Led Zeppelin 'Eu estou saindo da banda: eu não aguento voltar [a fazer turnê pelos] Estados Unidos de novo e essa coisa toda. Aí [o empresário da banda] Peter Grant chegava e dizia 'Dá um pulo na garagem que eu quero te mostrar uma coisa'. Aí ele chegava na garagem e lá estava uma nova Lamborghini — e justamente a que ele queria. [Bonham dizia:] 'Uau! Olha só para isso!' [E Grant malandramente respondia:] 'Ela é sua... é só você ir [fazer uma turnê com o Led Zeppelin nos] Estados Unidos.' [Ele sempre acabava dando o braço a torcer dizendo] 'Beleza, tá bom [risos]!'"
O fundador do Rainbow contou ainda que o alcoolismo de seu saudoso amigo muito teve a ver com sua insatisfação com a banda:
"Era assim que ele continuava [tocando no Led Zeppelin], mas tinha um ou outro momento em que ele chegava a chorar [e desabafava que] ele não queria estar nos Estados Unidos, que sentia saudades da esposa, que não queria estar em uma banda grande, que queria tocar em uma banda pequena em Birmingham, só pelo prazer de tocar. Ele não estava nem aí [para toda a fama e badalação do Zeppelin]."
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