"Nu metal não era um estilo, mas uma época", diz baixista do System of a Down
Por João Renato Alves
Postado em 21 de novembro de 2024
O nu metal foi o último subgênero heavy a alcançar o mainstream. O fenômeno se deu na virada de século e despertou sentimentos extremos para o bem e para o mal. No período, alguns renegaram. No entanto, com o tempo abraçaram. É o caso de Shavo Odadjian.
Em entrevista à rádio 95.5 KLOS (via Blabbermouth), o baixista do System of a Down e Seven Hours After Violet refletiu sobre como foi fazer parte daquela cena. E fez questão de ressaltar as diferenças sonoras entre os envolvidos.
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"Alguém me perguntou recentemente sobre ser uma banda de 'nu metal'. E eu tenho uma visão diferente sobre isso. Não foi um estilo. Era uma época em que as bandas tocavam música pesada, mas faziam de outra forma. Não faziam o heavy básico dos anos 80. Misturavam rock-metal com algo diferente, seja hip-hop, punk rock, coisas ecléticas, complicadas, coisas progressivas, prog psicodélico. As pessoas faziam coisas diferentes. Por exemplo, o Deftones tinha aquela vibe Portishead que eles trouxeram para o metal. É muito legal. Há todo um estilo agora — há toda uma música no estilo Deftones estourando no TikTok."
A seguir, o músico falou sobre a saturação que aconteceu quando vários grupos "surfaram na onda". Para tal, usou o exemplo de outro subgênero que sofreu o mesmo impacto.
"Se você pensar bem, mano, mesmo que tenhamos sido um pouco vilanizados — a coisa do nu metal foi cafona por um tempo porque cada era sai e se torna o novo legal. Então, algumas bandas surgiram e arruinaram aquela vibe legal... O heavy metal era ótimo nos anos 80. Então essas bandas surgiram que meio que arruinaram tudo, as bandas de glam metal mais cafonas surgiram. Não quero nomeá-las, mas havia algumas bandas cafonas."
Anteriormente, conversando com a revista Metal Hammer, Shavo reconheceu que a denominação o incomodou por muito tempo. "Eu nunca gostei de ser comparado a ninguém. Quando nos colocavam em um grupo, eu sempre dizia: ‘Nós não somos nu metal, nós somos nossa própria coisa!’. Agora estou mais velho e mais sábio."
Apesar de aceitar o rótulo com maior leveza, ele insistiu que os grupos eram um tanto quando diferentes entre si. "Você não pode comparar System ou Korn com Static-X. Foi uma era de fazer metal de uma maneira diferente. Eles estavam trazendo outros elementos para o metal como um todo e não dando a mínima. É por isso que as crianças de hoje são atraídas e se conectam nesse gênero."
O artista descreveu o movimento como uma "atitude" em vez de um som concreto, comparando-o aos primeiros dias do punk rock na década de 1970. "Nossa era foi assim de uma forma diferente: não tínhamos medo de misturar elementos árabes e armênios com death metal, o Korn não se importava em misturar hip-hop, o Deftones não seguia nada, eles cantavam Sade! O Static-X adicionou disco… Havia um caldeirão tão legal. Você não pode negar que era legal e especial, certo?"
Enquanto o System of a Down segue se reunindo esporadicamente para shows e não lança material novo desde os dois singles de 2020 – "Protect the Land" e "Genocidal Humanoidz" –, Shavo Odadjian disponibilizou recentemente o primeiro álbum do Seven Hours After Violet. O grupo passou pelo Brasil, tocando no Knotfest e abrindo um show da Babymetal.
FONTE: Blabbermouth
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