A balada dos anos 90 que fala sobre sonhos, mas foi parar em coletânea romântica
Por Mateus Ribeiro
Postado em 11 de novembro de 2024
Lançado em 1990, "Empire" é o quinto registro de estúdio do Queensryche, grupo americano que é pioneiro do Metal Progressivo. Sucessor do conceitual "Operation: Mindcrime" (1988), o disco traz a canção mais famosa do grupo, a inesquecível "Silent Lucidity".
Uma das baladas mais bonitas da história do Rock/Metal, "Silent Lucidity" foi escrita por Chris DeGarmo, guitarrista que integrou o Queensryche de 1982 até 1997. Embora a melodia da música possa induzir o ouvinte a achar que se trata de uma canção de amor, o tema abordado nessa faixa é outro.
Chris concedeu entrevista à Metal Edge (via Songfacts) em 1990 e falou a respeito da letra de "Silent Lucidity".
O guitarrista afirmou: "‘Silent Lucidity’ trata do sonho lúcido, do controle dos sonhos - estar ciente do fato de que está sonhando. Os sonhos tendem a se repetir (...). Em uma vida inteira, a pessoa média passa cerca de 4 anos e meio em uma alucinação vívida do subconsciente. Você faz coisas como voar, atravessar paredes - é muito intenso. As pessoas podem experimentar sensações físicas incríveis durante o sonho.
Criamos uma paisagem onírica muito real para essa música. Tudo, desde o vocal até a orquestração, a melodia, os instrumentos, tudo está tentando criar essa paisagem muito exuberante. É uma faixa de som enorme."
Geoff Tate, o cantor que gravou "Silent Lucidity", foi peça fundamental para que a música se tornasse um hit. O ex-vocalista do Queensryche falou com o Songfacts em 2012 e relembrou o processo de gravação da obra.
"Eu adoro essa música. Acho que é uma peça linda, linda. E, embora eu não a tenha escrito, tive muito a ver com a formação do destino dessa faixa por meio de minhas contribuições melódicas e da maneira como a cantei, e também na mixagem da música e esse tipo de coisa."
Em outro ponto, Geoff Tate contou que o produtor do disco (Peter Collins) pediu para a banda descartar "Silent Lucidity". Felizmente, o pedido não foi atendido.
"Nosso produtor não queria colocá-la no disco porque achava que a ideia não estava muito bem desenvolvida. Em determinado momento, ele bateu o pé e disse: ‘Não, acho que vocês deveriam criar outra música. Vocês tem um número limitado de músicas para o disco, não acho que devam colocar essa música no álbum’. Acho que foi uma boa ideia ele ter dito isso, porque inspirou Chris DeGarmo e eu a realmente nos empenharmos e terminarmos a música, transformando-a no que ela é."
No fim das contas, "Silent Lucidity" se tornou o grande momento da carreira do Queensryche. Porém, o sucesso não veio do dia para a noite, ao menos de acordo com o que Tate contou à revista Prog.
"Demorou um pouco para que realmente se tornasse um sucesso. No entanto, a gravadora gastou muito dinheiro para fazer isso acontecer. Eles realmente acreditavam que a música valia todo o esforço e despesa. Desse ponto de vista, nos sentimos importantes, porque a gravadora demonstrou muito comprometimento."
Apesar de não ser uma música romântica, "Silent Lucidity" foi parar em uma famosa coletânea de canções apaixonadas. A composição mais popular do Queensryche é a faixa que abre o volume 1 da compilação "Lovy Metal", lançada pela gravadora Som Livre em 2001.
Curiosamente, o terceiro volume de "Lovy Metal" traz outra música que passa longe do romantismo: "18 and Life", do Skid Row. Leia mais na nota a seguir.
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