O megahit de Ozzy criado quando ele ouviu Zakk Wylde brincando com a guitarra
Por Gustavo Maiato
Postado em 19 de dezembro de 2024
Zakk Wylde, guitarrista lendário e colaborador de longa data de Ozzy Osbourne, abriu o jogo sobre a genialidade do vocalista. Em uma entrevista recente publicada pela Ultimate Guitar, Wylde destacou a habilidade única de Ozzy em transformar simples ideias musicais em sucessos avassaladores, algo que ele já demonstrava desde os primórdios do Black Sabbath.
Apesar de algumas lendas do Black Sabbath sugerirem que Ozzy não era o membro mais "musical" da banda, Wylde destacou que sua intuição para identificar potenciais hits sempre foi impressionante. Essa habilidade só se refinou em sua carreira solo, onde ele conseguiu extrair o melhor de todos os músicos com quem trabalhou.
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Wylde lembrou de um momento icônico que exemplifica a genialidade de Ozzy. Ele estava brincando com riffs e melodias quando criou a base de "I Don’t Want to Change the World", sem muita pretensão. Mas Ozzy enxergou potencial onde ninguém mais viu.
"Eu estava só brincando, improvisando e cantando qualquer coisa que viesse à cabeça. Quando Ozzy ouviu, algo clicou para ele. Eu pensei: 'Você só pode estar brincando'. Mas ele transformou aquilo em uma música que ganhou um Grammy."
Segundo Wylde, a capacidade de Ozzy de reconhecer o potencial de uma ideia e guiá-la até sua melhor versão é um talento raro. Ele explicou: "Ozzy tem essa habilidade incrível de ouvir o que funciona e saber exatamente como realizar o potencial de uma ideia. Ele faz isso desde os tempos do Sabbath e das colaborações com Randy Rhoads. Quando eu mostrava riffs para ele, ele instintivamente dizia: 'Sim, isso é bom' ou 'Não, não estou sentindo isso.' O mesmo acontece com suas linhas vocais. Em nove de cada dez vezes, a primeira coisa que ele canta é a definitiva. Ele tem o dom de criar melodias que complementam perfeitamente o riff."
Embora Ozzy tenha uma abordagem intuitiva, Zakk Wylde reforçou que os músicos ao seu redor sempre se esforçam ao máximo para corresponder ao alto padrão criativo que ele estabelece. Recordando o processo de criação de "Miracle Man", Wylde explicou que se inspirou em clássicos como "Bark at the Moon", de Jake E. Lee, e "Crazy Train", de Randy Rhoads.
"Essas músicas são parte da minha formação como guitarrista. Se eu estou aprendendo a tocá-las, vou reproduzir as partes rítmicas com perfeição, porque é assim que você realmente entende a essência da música. Trabalhar com Ozzy exige esse nível de dedicação, e minha missão era trazer algo que conectasse todos os elementos da música, como Jake e Randy fizeram."
Ele também compartilhou como suas influências moldaram seu estilo: "Em 'Miracle Man', por exemplo, o dedilhado que usei foi inspirado em 'Foxey Lady', mesmo que não soe nada parecido. Já a parte rítmica com semicolcheias veio da minha habilidade de tocar as linhas rítmicas de Randy e Jake. É como misturar diferentes ingredientes para criar um novo prato que é exclusivamente seu."
Wylde acredita que o verdadeiro talento de Ozzy está em sua habilidade de conectar as pessoas e canalizar sua criatividade. Ele resumiu o impacto do vocalista com uma frase: "Trabalhar com Ozzy é como pegar um diamante bruto e, com sua visão, lapidar até brilhar. Esse é o seu verdadeiro gênio."
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