A resposta de Andreas Kisser a pergunta de jornalista do G1 sobre preconceito contra metal
Por Gustavo Maiato
Postado em 27 de março de 2025
O metal nunca foi e provavelmente nunca será mainstream no Brasil e esse desconhecimento pode levar ao preconceito contra esse estilo musical. Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, sempre foi uma voz forte desmistificando essa história e inclusive já disse que o gênero é o mais popular do mundo.
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Em entrevista ao G1, Kisser foi questionado se ele acha que há ainda muito preconceito contra o heavy metal. Em sua resposta, ele explicou que há sim uma falta de compreensão e citou casos de bandas que são na verdade bem educativas.
"Com certeza. Existe uma incompreensão muito grande. É como se vestir preto ou ver um demônio na capa já fizesse as pessoas pensarem: ‘ah, é tudo satanista’. Seja lá o que isso signifique... Mas, na verdade, é tudo parte de uma construção histórica. A própria religião criou os conceitos de Deus e Satã — e depois reclamam quando usamos esses símbolos. Eu aprendi muito sobre Bíblia e história com o Iron Maiden. ‘The Number of the Beast’, ‘Revelations’, ‘Aces High’, que fala da Segunda Guerra Mundial, ‘Charlotte the Harlot’, ‘22 Acacia Avenue’, que traz o cenário londrino. A gente aprende muito com isso. O Metallica também traz muita influência literária, como Edgar Allan Poe, que foi uma influência para o Iron Maiden também. Muita gente não enxerga esse lado."
Ele continuou dando exemplos de como o metal é "inclusivo" e "extremamente educativo": "O heavy metal é extremamente educativo, não só nas letras e nos clipes, mas nas misturas musicais também. O Sepultura, por exemplo, trouxe a música brasileira para criar um metal diferente. O Metallica usou influências da música country americana para criar algo único. E as bandas europeias fazem isso o tempo todo. Em 2013, tocamos 16 shows na Rússia, incluindo cinco na Sibéria, com bandas locais. Elas usavam instrumentos que a gente nunca tinha visto na vida para tocar heavy metal. Isso é maravilhoso. O metal é muito inclusivo, muito amplo. Não existe uma fórmula única."
Seguindo o bate papo, o guitarrista do Sepultura comentou sobre o Judas Priest e sobre o fato de ele próprio se aventurar tocando com representantes de outros estilos musicais.
"O Judas Priest foi a primeira banda a dizer com todas as letras: ‘Nós somos heavy metal’. Eles assumiram o rótulo, usaram braceletes pretos, criaram essa identidade. Antes disso, bandas como Black Sabbath e Deep Purple, que são os pais do metal, nem gostavam do termo. Porque na época nem existia isso — era um rótulo que veio depois. Agora, eu toco com muita gente diferente, de estilos diversos, mas sempre levo o heavy metal comigo. Claro, respeitando a característica de cada música, mas sem deixar de ser eu. Já toquei com muita gente, recentemente com a Ivete Sangalo no Maracanã, numa música dela que já tem uma pegada mais pesada. Com Carlinhos Brown, Armandinho... Tem muito heavy metal ali, mesmo que esteja implícito. Tá ali, no meio", concluiu.
Confira a entrevista completa abaixo.
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