Dave Lombardo admite que estava cansado de tocar "a mesma coisa" no Slayer
Por João Renato Alves
Postado em 26 de março de 2025
O baterista Dave Lombardo foi revelado e consagrado no mundo da música como a força por trás da agressividade do Slayer em seus primeiros álbuns. No entanto, após a virada para os anos 1990, resolveu deixar a banda em busca de novos desafios. Durante entrevista à revista Fistful Of Metal, divulgada pelo Blabbermouth, o músico refletiu sobre a decisão.
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"Lá em 1989, depois de fazer turnês mês após mês com o Slayer, passei a me sentir um pouco frustrado por fazer a mesma coisa dia após dia. Tornou-se muito repetitivo e eu realmente tive uma vontade enorme de fazer algo diferente. Algo que realmente desafiasse minha habilidade. Queria me ramificar e trabalhar com outros músicos. Então, no início dos anos 1990, comecei a trabalhar com Testament e Fantômas. Senti que era um pouco camaleão, poderia simplesmente me adaptar a tantos estilos diferentes de música e trabalhar com uma gama variada de guitarristas e tempos — especialmente no caso do Fantômas."
A parceria com Mike Patton realmente se mostrou desafiante. No entanto, Lombardo reconhece ter sido uma experiência gratificante. "A dinâmica muda de uma hora para a outra na música do Fantômas, então eu tive que me adaptar muito rapidamente aos arranjos. Sou muito grato por Mike ter visto minha habilidade de fazer exatamente isso. Foi muito divertido trabalharmos juntos naquela época e ainda é hoje. Fico feliz por ele ter me convidado para essa viagem selvagem — sem mencionar ter me apresentado a John Zorn (compositor de jazz-metal). Esse foi realmente o momento que mudou tudo para mim. Era isso que eu realmente precisava quando penso naquele sentimento de frustração em 1989."

Nascido em Havana, Cuba, Dave Lombardo migrou com os pais para South Gate, Califórnia, Estados Unidos, aos dois anos de idade. Desde cedo, demonstrou aptidão musical tocando instrumentos percussivos. Suas influências iniciais vinham de sons latinos, além de funk, disco e soul.
Após passar por bandas locais, encontrou seu território no Slayer. Em duas passagens (três, se o leitor quiser ser mais rigoroso e contar a breve saída em 1986), lançou nove álbuns de estúdio com o grupo, se tornando sinônimo de bateria no thrash metal.
Em 1993, formou o Grip Inc. com o músico e produtor Waldemar Sorychta. Com proposta mais voltada ao groove metal, o projeto lançou quatro discos até 2004. Juntou-se a Mike Patton (Faith No More) e Buzz Osborne (The Melvins) no Fantômas, em 1998. Lombardo o qualifica como o projeto mais difícil, musicalmente falando, que já participou.

Atualmente, integra o Dead Cross, The Misfits e Mr. Bungle. Também gravou discos e excursionou com Testament, Suicidal Tendencies, Apocalyptica, Philm, Voodoocult e DJ Spooky. Com sua esposa, Paula, também realiza o projeto experimental Venamoris.
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