A opinião de Ace Frehley sobre seus substitutos no Kiss
Por João Renato Alves
Postado em 03 de março de 2025
Ace Frehley é considerado o guitarrista definitivo do Kiss pela maioria dos fãs. A ponto de o último titular do posto, Tommy Thayer, ter sido basicamente instruído a copiar nota por nota seus solos e riffs. Em entrevista à Guitar Player, o Spaceman original analisou os músicos que o substituíram. O único não mencionado foi Mark St. John, que gravou o álbum "Animalize" (1984) e fez poucas aparições com a banda devido a um problema de saúde.
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Bruce Kulick: "Eu diria que Bruce foi o melhor guitarrista de todos. Ele é tecnicamente um guitarrista melhor do que eu, na minha opinião. Consegue tocar coisas que eu não consigo. É apenas um músico tecnicamente melhor. Eu nunca tive uma aula de guitarra, sabe? Mas quando se trata de tocar solos melódicos, você sabe que ninguém é melhor do que eu!
Muito disso tem a ver com como você bate na corda com a palheta e com o dedo ao mesmo tempo. É assim que você obtém os harmônicos. Muitos músicos nem conseguem fazer isso. Leva um tempo para aprender essa técnica com um vibrato realmente bom, mas é uma combinação vencedora.
Eu sei que Bruce me admira como músico e vice-versa. Nós tocamos juntos em algumas convenções, mas não foi muito além disso. Bem, quero dizer... no meu disco ‘Origins Volume 2’, ele tocou em uma música do Hendrix, ‘Manic Depression’. Nós trocamos solos, mas foi feito remotamente com o Pro Tools."

Vinnie Vincent: "Vinnie Vincent tocava muito rápido. Nunca prestei muita atenção nele em relação a qualquer outra coisa. Sei que Paul Stanley costumava reclamar comigo sobre Vinnie. Dizia que ele era como um canhão solto, dobrava a duração do solo de guitarra, tocava as coisas muito rápido e eles não conseguiam controlá-lo, sabe?
Mas eu fiquei realmente surpreso... Eu não o conhecia. A primeira vez que o encontrei foi há alguns anos na Flórida — e não sabia o quão baixinho ele era. (risos) Eu parecia uma torre ao seu lado! Mas o problema com o shredding é que não é memorável, sabe? Quando você coloca 64 notas em um compasso ou dois, não sabe o que o cara está tocando. Quer dizer... nem todo mundo consegue fazer isso, mas eu gosto mais de melodia."

Tommy Thayer: "Tommy tocava as notas certas, mas não tinha a arrogância certa. Ele simplesmente não tem a mesma técnica que eu. Por exemplo, meu pai era um excelente pianista. Ele tocava Beethoven, Chopin e tudo mais. Ele sempre me dizia: ‘Não é tanto tocar as notas certas; é o quão forte você bate e como usar os pedais abaixo do piano. Está tudo na técnica!’
Eu nunca esqueci isso. E como meu pai tinha um toque muito leve e uma técnica excelente, eu peguei isso e transferi para a guitarra elétrica. Então, para mim, não é apenas sobre tocar as notas certas, mas fazer isso com estilo. Você sabe — meu estilo.
Mas é verdade que Tommy teve que me mostrar algumas dessas partes antigas quando voltei para a reunião. Você tem que perceber que há músicas que Paul e Gene queriam que eu não tocava há 10 ou 15 anos. Tommy é como uma enciclopédia e ele sabe como tocar as notas certas.

Mas Tommy era engraçado. Quando eu tocava certos solos, eu os tocava em uma posição diferente no braço do que ele pensava que eu tocava. Ele dizia, 'Uau, isso é surpreendente!' Eu dizia, 'Bem, Tommy, eu não sou um músico escolarizado, então eu toco coisas onde sinto vontade de tocá-las!' E isso o surpreendeu porque ele pensou que eu as tinha tocado em uma posição diferente no braço.
No fim das contas, ele também não estava tocando corretamente. Eu achei engraçado, e ele também. (risos)"
Nascido no Bronx, em Nova York, Paul Daniel Frehley começou a tocar guitarra ainda na infância, incentivado pela família. Participou de uma série de bandas amadoras entre o final dos anos 1960 e início dos 1970s.

A consagração veio quando se juntou ao Kiss. Esteve presente em dois momentos, entre 1972 e 1982, regressando em 1996 e ficando até 2002. Criou o personagem Space Ace, além de ter desenhado o logotipo da banda. É até hoje o membro preferido de uma parte considerável dos fãs.
Na segunda metade dos anos 1980 comandou o Frehley’s Comet, que lançou dois discos de estúdio e teve repercussão mediana junto ao público. Possui sete álbuns solo, incluindo o lançado em 1978, quando ainda estava no Kiss e os dois volumes da série de covers "Origins".
Após décadas lutando contra a dependência química, Ace garante estar sóbrio há 18 anos. Atualmente mora em Nova Jersey e mantém um relacionamento estável.

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