Pete Townshend relembra a experiência que fez com que ele decidisse parar de usar drogas
Por André Garcia
Postado em 17 de maio de 2025
Desde a primeira metade do século passado músicos de jazz e blues adoravam levar um estilo de vida boêmio. Com o surgimento do rock, o consumo de bebida e drogas, bem como o hedonismo, foi levado às últimas consequências. Daí o lema "Sexo, drogas e rock n roll".
No The Who o vocalista Roger Daltrey sempre foi o mais saudável e careta — um daqueles que preferia deixar as drogas de lado para focar mais no sexo e no rock. O restante da banda, por outro lado, metia o pé na jaca.
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Tanto que o baixista John Entwistle, sempre tão sério e quieto, em 2002 morreu de overdose de cocaína em Las Vegas durante uma farra particular com uma stripper. Anos antes, em 1978, o baterista Keith Moon morreu de overdose de remédio para parar de beber.
Já o guitarrista Pete Townshend alternou entre a sobriedade e o abuso químico. Conforme publicado pela NME, em recente entrevista para promover a turnê de despedida do The Who nos Estados Unidos ele relembrou:
"A outra coisa que aconteceu comigo na volta [de uma turnê nos Estados Unidos em 1967] foi um pouco mais espetacular. O traficante do Grateful Dead me deu uma pequena pílula chamada STP. Durante toda a viagem de volta, eu fiquei olhando para Rog [Daltrey, vocalista], que parecia um anjo, e para a aeromoça, que parecia um porquinho."

"Assim que aterrissei no Reino Unido, bem no meio da era hippie, decidi não usar mais drogas."
Em entrevista para o The Irish Times Pete voltou a falar sobre o assunto:
"Eu não gostava de estar em uma banda de rock e não gostava do rock enquanto negócio, e acho que não teria continuado lá sem beber. Foi isso o que me fez ficar […]. Eu não era tão careta quanto Roger Daltrey se diz, mas parei de fumar maconha em 1967, quando eu tinha 22 anos. Só voltei a usar qualquer tipo de droga por pouco tempo por volta de 1979, logo após a morte de Keith Moon."

Townshend disse que parou de usar drogas em 1967, só que em outra ocasião ele mesmo admitiu que usou LSD no Woodstock dois anos depois, por mais que tenha sido contra sua vontade:
"Eu levei minha filha de seis meses de idade, e foi muito esquisito. Eu não gostei nem um pouco. Nos largaram de uma limusine em 1,8 metros de lama, e ficamos lá por 5 horas esperando para prosseguir. Eu tomei uma caneca de café, e 5 minutos depois eu estava numa viagem de LSD sem querer. Eles botavam LSD no café, LSD na lama… se você caísse e acidentalmente bebesse água da lama, você ficaria viajando."

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