A opinião de Rita Lee sobre o punk rock de Ratos de Porão, Cólera e Olho Seco
Por Gustavo Maiato
Postado em 20 de junho de 2025
Rita Lee, uma das maiores roqueiras brasileiras, acompanhou de perto as transformações do rock nacional. Nos anos 1980, quando o movimento punk ganhou força nas periferias de São Paulo, ela não apenas observou de longe — como muitos de sua geração —, mas reconheceu a autenticidade daquele som agressivo e direto.
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Prova disso está na música "Punk da Periferia", composta por Rita e regravada por Gilberto Gil. A letra, carregada de ironia e crítica social, exalta a vida dura das margens: "Sou um punk da periferia / Sou da Freguesia do Ó… Transo lixo / Curto porcaria". Um retrato ácido de quem vive à margem e uma tradução da sensibilidade da artista para os temas sociais que afloravam no punk brasileiro.

Mais de três décadas depois, em meio à pandemia da covid-19, Rita voltou a encontrar no punk um alívio criativo. Em entrevista ao jornal O Globo (via TMDQA), em 2020, ela revelou que escreveu uma música chamada "Vírus do horror", com sonoridade punk, para lidar com o clima de tensão. Reclusa, encontrou na rotina com plantas e animais — além da música e dos filmes antigos — formas de manter a serenidade e o espírito livre.
Ainda nos anos 1980, em entrevista à revista Bizz, Rita já havia manifestado seu entusiasmo pelo movimento punk brasileiro. "Os mais punks do planeta são os brasileiros. Gosto muito de Ratos de Porão, Olho Seco, Cólera", disse. Para ela, o punk nacional tinha mais verdade do que muitos artistas consagrados no exterior: "Odeio Smiths, por exemplo… Prefiro ouvir Cólera." Na visão da cantora, não importa se é cópia ou original — o essencial era ser revolução.

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