O primeiro disco da Legião Urbana é um clássico ou farsa musical? Regis Tadeu opina
Por Bruce William
Postado em 08 de junho de 2025
Lançado em 1985, o álbum de estreia da Legião Urbana completa 40 anos em 2025 e segue sendo um divisor de águas no rock brasileiro. Para Regis Tadeu, esse disco ainda desperta "amor e ódio em proporções quase bíblicas", não só entre fãs e detratores, mas também dentro de quem tenta analisá-lo com algum distanciamento. O crítico reconhece que, mesmo imperfeito, o disco carrega uma verdade que o tempo não apagou.
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Segundo ele, a importância do álbum só pode ser compreendida dentro do cenário político e cultural do Brasil naquele momento. A ditadura militar havia acabado, a redemocratização engatinhava, e os jovens estavam ávidos por se expressar. O Legião Urbana capturou esse espírito com uma mistura de urgência emocional, ambição poética e uma certa crueza técnica — combinação que encantou muita gente e irritou outra tanta.
Regis destaca que o disco tem letras que tentam soar grandiosas, mas nem sempre conseguem. Ele menciona, por exemplo, que Renato Russo costumava pegar ideias emprestadas de autores como Oscar Wilde e até do I Ching, mas ainda era um jovem de 25 anos tentando entender o mundo. "É por isso que algumas letras, como a de ‘O Petróleo do Futuro’, caem num didatismo quase infantil, tentando soar profunda, só que sem aquela maturidade que o Renato Russo desenvolveria nos discos posteriores.", diz.
O crítico também não alivia na parte técnica. Diz que muitos shows da banda foram fracos em termos de execução e lembra que a própria estreia foi vista por parte da imprensa como uma tentativa de imitar bandas como The Smiths e U2 sem a mesma bagagem. Ele afirma: "Eu mesmo vi alguns shows do Legião Urbana que foram terríveis em termos de execução ao vivo em cima dos palcos".
Mesmo assim, Regis não descarta os méritos do álbum. Ele acredita que sua força está na sinceridade e na capacidade de tocar quem o ouve de coração aberto. "Eu não desprezo esse disco, porque bem ou mal, ele tem alma, ele tem uma verdade, e isso é algo que nenhuma produção milionária pode comprar." Para ele, os defeitos fazem parte da história do disco — e talvez sejam justamente eles que o tornem tão humano.
Os fãs seguem venerando o disco porque ele fala diretamente às emoções, mesmo com seus tropeços. Já os haters continuam rejeitando o que consideram uma supervalorização injusta. Para Regis, ambos os lados têm seus motivos. Mas o fato é que, 40 anos depois, ainda se discute intensamente o legado desse primeiro passo da Legião Urbana.
Seja num sarau de violão, num show cover ou em playlists de quem nem viveu os anos 80, o álbum continua circulando. Não é uma obra-prima no sentido técnico, mas virou um documento histórico que registra com sinceridade a chegada de uma das bandas mais influentes da música brasileira — amada, odiada, mas jamais ignorada.
O vídeo de Regis Tadeu falando sobre o álbum de estreia da Legião Urbana pode ser conferido no player abaixo.
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