A lenda (nem sempre) do rock que, para Elton John, podia cantar qualquer coisa "e soa bem"
Por Bruce William
Postado em 03 de julho de 2025
Nem toda voz que marcou o rock precisava ser tecnicamente perfeita. Muitas vezes, bastava um timbre inconfundível, um certo tipo de entrega, uma presença que se impunha mesmo sem atingir notas altas. Elton John, por exemplo, nunca se considerou um cantor excepcional, mas sempre soube reconhecer quem tinha um talento especial nesse aspecto, inclusive um colega que, mesmo alvo constante de críticas, parecia capaz de cantar qualquer coisa.
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Rod Stewart nunca foi unanimidade entre os críticos. Durante a carreira, foi acusado de se vender ao som do momento, de se afastar do rock cru que o consagrou, e até de flertar demais com a música pop de apelo comercial. Mas, para Elton John, esse tipo de crítica não fazia o menor sentido. A voz de Stewart, segundo ele, bastava por si só, disse em vídeo com transcrição da Far Out. "Acho que, porque os discos do Rod fizeram tanto sucesso, os críticos acharam que ele tinha se vendido. Mas aquela voz pode cantar qualquer coisa, e soa bem."
A declaração ganha peso vindo de alguém que também passou por fases diferentes e que entende como é difícil manter identidade artística em meio ao sucesso massivo. Elton, desde o início, não se via como um grande cantor, e sim como um compositor. Cantava porque ninguém mais ia cantar suas músicas, e com o tempo aprendeu a interpretar letras como as de Bernie Taupin com personalidade e entrega. Mas, em termos vocais, ele sempre admirou quem tinha algo único, e nisso, Stewart era imbatível.

Os dois mantiveram por décadas uma relação de amizade temperada por provocações públicas, apelidos engraçados e pequenas sabotagens mútuas em turnês. Mas, por trás disso, havia respeito verdadeiro. Elton nunca tentou encaixar Rod Stewart na caixinha do glam rock britânico, onde muitos tentaram colocá-lo. Até porque, segundo ele, aquela voz não precisava seguir rótulo algum, ela funcionava tanto no rock, quanto no soul, no pop, no folk, ou até mesmo na disco, para desespero de certos fãs.
Stewart, por sua vez, também reconhece seus tropeços. Ele mesmo já afirmou que não se orgulha de "Do Ya Think I'm Sexy?", embora tenha abraçado o sucesso que a faixa teve. Mas erros pontuais nunca apagaram o impacto de canções como "Maggie May", "Hot Legs" ou "Stay With Me". Quando aquele timbre rouco entrava, não importava o estilo, sempre soava autêntico, com alma, com corpo.

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