Como João Fera passou a tocar com os Paralamas do Sucesso, segundo o próprio
Por Gustavo Maiato
Postado em 26 de agosto de 2025
Antes de se tornar peça fundamental no som dos Paralamas do Sucesso, o tecladista João Fera levava a vida entre bailes de cinco horas de duração e pequenos trabalhos musicais que nem sempre correspondiam à expectativa. Em entrevista ao Corredor 5, ele relembrou os detalhes de como passou de "João de Seropédica" para "João Fera", apelido e personagem que entraria de vez para a história do rock brasileiro.
No início dos anos 1980, João integrava a RB7, banda de baile que exigia dos músicos decorar até 40 canções para cada apresentação. "Era emendado, não tinha que esperar aplauso. Tudo no ouvidômetro", contou. Foi nesse período que conheceu João Barone, vizinho em Seropédica que costumava assistir aos ensaios e pedir dicas ao baterista da RB7. Pouco depois, Barone se tornaria o baterista dos Paralamas, que começavam a despontar com Herbert Vianna e Bi Ribeiro.
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Os Paralamas viviam uma fase de crescimento. Tocavam em bares, faziam shows em festivais universitários e, em 1985, já tinham conquistado o país com apresentações históricas, incluindo o Rock in Rio. Mas apesar da força do trio, algo parecia faltar. Fera recorda que, ao assistir a um show da banda na Universidade Rural, sentiu esse vazio: "Quando chegava na hora dos solos do Herbert, eu pensava: ‘Falta uma segunda guitarra ou um teclado para segurar aí’."
Paralamas do Sucesso e João Fera
O convite para preencher essa lacuna veio de forma inesperada — e com a ajuda do pai de Barone, João Lagoa. "Ele me encontrava sempre na missa e falava baixinho: ‘Olha, acho que eles estão procurando um tecladista e pensaram em você’." Apesar das dificuldades para se comunicar na época — "Eu tinha que andar 3 km até uma telefônica e encarar fila" —, Fera conseguiu falar com Barone e foi chamado para um teste.
Antes do ensaio, porém, veio um primeiro contato marcante: um show dos Paralamas no Canecão. "Quando terminou, fui ao camarim falar com o Herbert. Depois, Barone me levou para ensaiar. O último dinheiro que eu tinha usei para comprar o ‘Selvagem?’ e tirei os teclados do Liminha. Eu estava com a maior expectativa."
Foi nesse momento que nasceu o apelido que ficaria para sempre. "Quando cheguei na casa do Herbert, ele falou: ‘Caramba, é o João Fera!’. Eu falei que não era fera nada, mas ele insistiu. O apelido ficou."
O teste acabou sendo mais simples do que Fera imaginava. "Eu só fiz o trivial, mas o Herbert pulava enquanto a gente tocava. Perguntei ao Barone se eles tinham gostado e ele disse que sim, que eu estava aprovado. Eu mesmo não acreditava. Cheguei em casa e falei para minha esposa: ‘Passei, mesmo sem fazer nada demais’."
A partir dali, João Fera se juntou de vez à engrenagem dos Paralamas do Sucesso, ajudando a moldar o som que marcaria uma geração. Sua entrada não apenas deu mais corpo ao trio, mas trouxe novas possibilidades para as composições de Herbert Vianna, consolidando a banda como um dos maiores nomes do rock brasileiro.
Confira a entrevista completa abaixo.
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