A relação familiar - só que não - dos integrantes do Deep Purple nos intervalos das turnês
Por Bruce William
Postado em 14 de setembro de 2025
Em entrevista concedida em 11 de setembro de 2025 ao Third Age Trust, organização que apoia mais de mil instituições de caridade ligadas ao movimento U3A no Reino Unido, Ian Gillan foi questionado se o Deep Purple poderia ser descrito como uma família. O vocalista respondeu com sinceridade e bom humor, conforme transcreveu o Blabbermouth: "Não... [risos] Socialmente, o Deep Purple é... Bom, tenho que dizer: se existisse um planeta com cinco polos, se chamaria Deep Purple. Somos todos muito diferentes - socialmente, politicamente e em atitudes gerais".

Gillan procede teorizando o que os mantém unidos quando estão excursionando: "Acho que o motivo de nos amarmos tanto quando estamos trabalhando é porque todos cedem e fazem concessões em prol do bem maior, que é a música. Então é uma banda muito feliz na estrada. Mas, para ser honesto, quando a turnê acaba... No ano passado, arrumei minha mala em maio e terminamos a turnê em novembro. Ao chegar em casa, ninguém manda e-mails ou faz ligações. Cada um segue com a própria vida, e só volto a ver os caras quando nos reunimos para ensaios ou voltamos para a estrada. Temos um tempo fantástico em estúdio, e isso é ótimo."


Gillan completou 80 anos em agosto e deixou claro que a rotina de shows ainda segue intensa. Questionado sobre os próximos compromissos, ele revelou que a agenda de 2026 já está em preparação. "No ano que vem será de abril a novembro, começando no Extremo Oriente e possivelmente América do Sul. Depois, em maio e junho, vem a temporada de festivais por toda a Europa. Julho e agosto serão na América do Norte, acho que provavelmente Canadá, Estados Unidos e possivelmente México - ou isso pode ser mais tarde. E então setembro, outubro e novembro será a turnê em arenas pela Europa - norte, sul, leste e oeste. Já perdi a conta de quantos meses são, mas é bastante."
Assim, o Deep Purple confirma que sua longevidade não depende apenas de laços pessoais, mas do compromisso coletivo com a música. Mesmo sem o convívio cotidiano, os integrantes continuam encontrando no palco e no estúdio o ponto de união que mantém a banda ativa há mais de meio século. Fora dali, cada um toca a vida à sua maneira, sem grupos de WhatsApp ou encontros de família no fim de semana. Mas quando as luzes se acendem e os amplificadores roncam, a química aparece como se o tempo não tivesse passado - talvez aí esteja o verdadeiro segredo para seguir na estrada por tantas décadas.

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