A capa do Iron Maiden que traz nove bandeiras de países envolvidos na Guerra Fria
Por Gustavo Maiato
Postado em 12 de novembro de 2025
Entre as muitas camadas de simbolismo nas artes do Iron Maiden, uma das mais comentadas é a capa do single "2 Minutes to Midnight", de 1984. À primeira vista, a imagem criada por Derek Riggs mostra Eddie - o mascote da banda - em um cenário bélico, com uma série de bandeiras dispostas a meio mastro ao fundo. Mas, como apontam fãs e estudiosos, aquelas bandeiras não foram escolhidas ao acaso.
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De acordo com uma discussão no Reddit, as bandeiras representam nações envolvidas em conflitos armados reais da época, todos ligados, direta ou indiretamente, à Guerra Fria. Entre os exemplos citados estão os Estados Unidos e a União Soviética, protagonistas da corrida nuclear e das tensões geopolíticas dos anos 1980; o Reino Unido e a Argentina, que haviam acabado de travar a Guerra das Malvinas (1982); o Irã e o Iraque, em guerra desde 1980; além do Afeganistão, palco de uma sangrenta invasão soviética.
A capa de "Two Minutes to Midnight"
As bandeiras aparecem a meio mastro, em um gesto simbólico de luto - uma metáfora visual para o estado de constante tensão e destruição em que o mundo vivia. Segundo a teoria amplamente aceita entre fãs, Riggs teria se inspirado na fachada da ONU, onde bandeiras de diferentes nações são dispostas lado a lado, sugerindo que a paz mundial estava por um fio.
Essa leitura encontra respaldo no livro "Powerslave – Um clássico do Iron Maiden", do pesquisador Stjepan Juras, que detalha a simbologia por trás do single. O autor destaca que o artista britânico Derek Riggs mencionou ter "esquecido da bandeira verde no meio e a colocado sem motivo", mas o próprio Juras duvida da justificativa: "Tenho certeza de que cada uma tinha um motivo para estar lá e que Riggs foi instruído a incluí-las especificamente."
Lançado no mesmo ano em que o Relógio do Juízo Final foi ajustado para três minutos para a meia-noite, o single ecoava o sentimento de medo global diante da ameaça nuclear. A canção, escrita por Bruce Dickinson e Adrian Smith, faz referência direta ao Doomsday Clock, símbolo criado em 1947 pelo Bulletin of the Atomic Scientists para representar o quão próxima a humanidade está de uma catástrofe global.
O livro de Juras lembra que, em 1953, o relógio marcou "dois minutos para a meia-noite" - o ponto mais próximo da destruição, após os testes de bombas de hidrogênio pelos EUA e pela URSS. Em 1984, quando o Iron Maiden lançou a música, o relógio foi novamente ajustado para três minutos, refletindo o clima de desconfiança entre as superpotências.
Dickinson explicou anos depois que a letra não se referia apenas à Guerra Fria, mas a uma crítica mais ampla ao "romance da guerra". Ainda assim, o contexto histórico e os elementos visuais da capa tornam impossível ignorar o paralelo com a tensão geopolítica da época.
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