A melhor música do Metallica, na opinião de Mateus Ribeiro
Por Mateus Ribeiro
Postado em 10 de outubro de 2025
O Metallica é uma daquelas raras bandas que mudaram os rumos da música pesada. Mais do que dominar o thrash metal, o grupo soube transformar agressividade em arte, unindo técnica, emoção e fúria em proporções únicas. Desde o início dos anos 1980, o quarteto liderado por James Hetfield e Lars Ulrich pavimentou uma trajetória marcada por ousadia, evolução e intensidade.
A discografia do Metallica apresenta grandes clássicos do metal, com destaque para os cinco primeiros álbuns, lançados entre 1983 e 1991. O quarto deles, "...And Justice for All" (1988), representa uma pequena mudança na sonoridade da banda. As canções, ainda que pesadas, tornaram-se mais longas e passaram a ter estruturas complexas, revelando uma faceta mais ambiciosa do grupo.


"...And Justice for All" traz em sua lista de faixas aquela que este redator considera a melhor composição do Metallica. Trata-se da apoteótica "One", que décadas após seu lançamento se mantém firme como um dos maiores sucessos da banda.
"One" é construída como uma narrativa sonora em ascensão. A introdução melancólica evoca um sentimento de isolamento - um prenúncio da dor que domina a letra. Aos poucos, o peso surge. As guitarras se sobrepõem, e a bateria de Lars Ulrich pontua cada mudança com precisão quase militar.

A partir da metade, o que era introspecção se transforma em tormento. A música acelera, ganha agressividade e culmina em uma sequência de riffs cortantes e batidas metralhadas - uma das passagens mais emblemáticas da história do metal. Nesse turbilhão, Kirk Hammett brilha com seus solos incendiários, que soam como gritos de desespero e libertação. É o instante em que a sonoridade encarna o suplício do protagonista.
A força de "One" vai além do instrumental perfeito. Sua letra profunda retrata a história de um soldado gravemente ferido na Primeira Guerra Mundial. Ele perde os quatro membros e todos os sentidos, mas permanece consciente - aprisionado em um corpo sem voz, sem visão e sem escape.

O desespero existencial vivenciado pelo protagonista de "One" encontra eco em versos como "Darkness imprisoning me / All that I see / Absolute horror" ("A escuridão me aprisiona / Tudo o que vejo / É horror absoluto"). Hetfield interpreta a dor e a impotência do personagem com uma carga emocional que transcende o papel de vocalista: ele encarna a própria agonia humana.
"One" rendeu o primeiro clipe da carreira do Metallica. A produção alterna cenas da banda tocando em um galpão escuro com trechos do filme "Johnny Got His Gun". O contraste entre a intensidade do som e a imagem do soldado imóvel cria uma atmosfera sufocante, que amplifica o impacto dessa obra-prima musical.

Agora que você conhece melhor a história de "One", é hora de ouvir essa maravilha. Aperte o play e confira a seguir a melhor música do Metallica.

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