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Shadows Legacy: Blog Arte Metal conversa com Max Batista

Por Leandro Fernandes
Fonte: Blog Arte Metal
Postado em 09 de agosto de 2014

A Shadows Legacy vem crescendo com seu Heavy tradicional, sendo bastante fiel ao estilo. Uma banda que passou por seus altos e baixos, hoje se encontra em uma bela ascensão, mostrando sempre que um grupo unido consegue vencer os mais árduos caminhos. Em um papo bastante agradável e descontraído, Max Batista (guitarrista) nos fala um pouco sobre os projetos, a participação de Blaze Bayley (Ex – Iron Maiden) e um fato muito marcante que foi a perda de um dos membros da banda. Confiram!

Primeiramente gostaria de parabenizar a banda pelo excelente trabalho, pela qualidade e pela fidelidade ao estilo. Bom, gostaríamos de saber como foi a participação de BLAZE BAYLEY na música "Hate Whitin".

Max Batista: Olá amigos da Arte Metal, ficamos honrados pelo espaço e pela oportunidade dessa entrevista. Enfim acho que a participação do Blaze Bayley em nosso álbum foi algo extraordinário, nunca imaginávamos que poderíamos ter a voz desse cara em nossas músicas. Até que um dia o Leandro disse que tinha entrado em contato com o empresário do Blaze e a resposta foi positiva, "sim ele vai cantar a música de vocês". Quando ouvimos a gravação a emoção foi grande, e a única coisa que eu pensava era: "sempre fui fã do Iron, sempre curti o Blaze no Iron, e hoje nós temos a participação dele em nossa música". Isso é fantástico. No dia do lançamento do álbum, estávamos preparados para fazer um grande show, e confesso, senti um leve frio na barriga. A passagem de som foi a melhor parte, foi o momento onde tivemos um contato maior com ele e faltava pouco para concretizar nosso objetivo. O que mais me impressionou nesse dia foi a simplicidade e humildade do Blaze, ele se apresentou primeiro que nós, e depois disso eu achei que ele iria ficar no camarim até chegar a hora de cantar com a gente, mas não, foi ao contrário do que imaginava, ele ficou próximo ao palco dando autógrafos e assistindo um pouco do nosso show. E mesmo depois de ter cantado ele ficou até a nossa última música. Eu já tinha uma admiração pelo Blaze e depois desse dia passei admirar ainda mais, tanto como pessoa quanto como musico, "o cara é foda", e acho que é isso que torna ele um grande ícone do Heavy Metal, essa proximidade que ele tem com os fãs, não só por isso, suas músicas, seus álbuns e a forma como canta. Blaze é uma influência direta para o Shadows Legacy.

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Vocês estrearam com um excelente EP. Até que ponto a boa aceitação de "Rage And Hate" influenciou na concepção de "You’re Going Straight To Hell"?

Max Batista: Na verdade, quando lançamos o EP, as músicas do CD já estavam praticamente prontas, se as criticas do EP fossem negativas, nós não iríamos ter tempo hábil para mudar isso. Mas o resultado foi muito positivo e isso nos trouxe a certeza de que estávamos no caminho certo.

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E como foi o processo de composição do debut?

Max Batista: Pra mim o processo de composição das músicas é parte mais legal disso tudo. É onde você coloca suas ideias, expões seus pensamentos, às vezes rola um leve atrito nas composições, mas nada de anormal que possa contrariar os integrantes. O que é mais legal na banda é que todos têm mente aberta, ninguém diz não antes de tentar colocar as ideias em prática. Bruno é um cara com ótimas melodias, Leandro sempre aparece com uns riffs fodidos escondido na manga, Luciano tem uma técnica impressionante no baixo, ele coloca as notas nas músicas onde a gente nunca imaginava que poderia encaixar, o Augusto praticamente chegou agora, mas já percebemos que ele tem ideias e técnicas que vão ajudar nas próximas composições, e eu acho que vou no embalo desses caras (risos). As músicas do álbum demoraram um ano e meio pra ficar prontas, cada música demora de 2 a 3 meses pra terminar, e ainda assim elas nunca saem do jeito que esperávamos, sempre sai um pouco diferente e as vezes muito melhor (risos).

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Com relação à mídia especializada, como está sendo a aceitação de "You’re Going Straight To Hell"?

Max Batista: O que estamos vendo ultimamente são resenhas extremamente positivas, as pessoas estão curtindo nossas músicas, estão querendo ver nosso show, algumas resenhas dizem que estamos construindo um legado, e nós acreditamos nisso. Acreditamos no que fazemos, nossas músicas são boas, até eu escuto de vez em quando (risos).

Sabemos que em 2007, a banda perdeu o guitarrista Gilberto Bandeira, em um acidente. A música I Remember My Friend feita em homenagem a ele com certeza remete a lembranças. Vocês pensaram em desistir depois desse triste fato ou tiraram forças extras para seguir em frente?

Max Batista: Essas lembranças ainda machucam, já se passaram quase sete anos, mas parece que foi ontem. O ano de 2007 foi pesado pra mim, no mês de maio eu perdi meu irmão também em um acidente de moto, "’pouts’ como esse cara faz falta na minha vida", é algo irreparável perder uma pessoa que você tanto ama. Alguns meses mais tarde recebi a triste notícia de que um grande amigo faleceu em um acidente de moto, pronto, lá estava eu a reviver toda aquela dor novamente. Não conseguia imaginar que Gilbertinho não estava mais aqui, lembro que uma semana antes eu tinha encontrado com ele no hospital em que eu trabalhava, e ele estava muito animado com os projetos da banda que na época se chamava apenas "Legacy". Falou-me sobre um show que eles iriam fazer em um encontro de motos e iriam ganhar uma grana legal, iriam investir essa grana para fazer um CD demo. Estava feliz pelos caras do Legacy, por toda a correria que eles faziam. Na época eu tocava em uma banda chamada Thrashed, e quase sempre nós dividíamos palco com eles. Não sabia exatamente qual seriam os planos do Legacy a partir daquele momento triste, até que um dia o Leandro e Luciano chegaram a mim e disseram: "Gilberto tinha planos de ir pra Portugal, e teria que sair da banda por causa disso, e o único cara que ele queria no lugar dele era você, e ai, quer entrar para o Legacy?" Quanta honra e quanta responsabilidade senti naquele momento, foi ai que percebi que as coisas não parariam por ali. Tiramos força pra conquistar um sonho do nosso grande amigo, e acho que conseguimos, ainda tem muito por fazer, e sei que se ele estivesse aqui também faria o mesmo. Quando toco I Remember my Friend me vem as lembranças do meu Irmão e do Gilberto.

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Como está a agenda da banda com o lançamento do debut? Previsão para algo maior no exterior ou ainda é cedo pensar nessa possibilidade?

Max Batista: Acho que é cedo pensar em algo pra fora, nós queremos conquistar o Brasil primeiro, embora isso seja um pouco difícil, mas nada é impossível para o Shadows Legacy. Estamos na correria para programar shows em nosso país, qualquer lugar que aparecer nós estamos indo. Os headbangers do Brasil tem muita energia pra gastar, e estamos dispostos a fazer isso.

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É perceptível que os fãs tem um contato direto com a banda. Essa proximidade, uma relação de amizade com os fãs enriquece o trabalho da banda?

Max Batista: Com certeza, acho que acima de tudo, nós somos iguais a todo mundo. Temos nossos empregos, ralamos normalmente todos os dias da semana, batalhamos duro para fazer o melhor pra banda. E quando um fã se aproxima e diz que curte as músicas, isso se torna gratificante. Não somos rockstars, somos simples, temos humildade, a única coisa que queremos é fazer shows e beber cerveja gelada com a galera.

A banda passou por um fato desagradável, que foi um roubo bem às vésperas do lançamento do disco. Claro que nunca estamos preparados para isso, vocês tinham um plano B ou foi refeito tudo na "unha" mesmo?

Max Batista: Cara, isso foi foda, foi um banho de água fria... Todo aquele tesão de ver o CD pronto foi pro saco (risos). Ficamos uns três meses sem ação, desanimados mesmo com aquilo. Eu mal falava com os caras, acho que chegamos a um ponto de desistir de tudo. Eu e o Luciano tivemos um desentendimento por causa disso, mas foi mais uma fase que tivemos que superar. Começamos do zero novamente e as coisas foram fluindo e o nível das músicas foram ficando bem melhores que a gravação perdida. Acho que tudo tem o tempo certo, e aquele não era o tempo certo para lançar o nosso CD. Foi por esse motivo que conseguimos ter a ideia de colocar o Blaze Bayley na nossa música.

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O convite para participar de uma coletânea chamada de "Imperative Music", surpreendeu ou foi encarado de forma natural? Como aconteceu a participação neste projeto.

Max Batista: Com certeza surpreendeu, na verdade um grande amigo fã da banda que fez isso por nós, Eládio. Devemos muito a esse cara, ele entrou em contato com o Gilson da Imperative que rapidamente curtiu a ideia de colocar a gente pra participar. Isso nos rendeu bons frutos, várias pessoas de outros países entraram em contato por e-mail querendo saber mais sobre nós, sobre CDs, sobre datas, querem conhecer a banda. Outras bandas já entraram em contato também para saber qual a nossa experiência sobre a Imperative Music e sempre digo que esses caras são extremamente profissionais e de muita confiança. Pode ter certeza de que o CD da Imperative Music vai passar por lugares onde você nunca possa imaginar.

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Falando um pouco da cena do Heavy Metal no Brasil. Como está hoje o movimento pelo Centro-Oeste e Norte do Brasil com relação à aceitação e surgimento de bandas?

Max Batista: Tudo é questão de tempo, você tem que conquistar o seu espaço, trabalhar para atrair o publico. A cena por aqui ainda não é uma das melhores, mas cada dia que passa surge mais pessoas querendo fazer o melhor pelo Heavy Metal no Brasil, seja ele produtor ou banda. Fizemos um show em Rondonópolis no dia 12 de abril, e aquilo foi loucura... A galera tinha uma energia violenta, fiquei impressionado, cantaram, pularam, gritaram, agitaram pra caramba. Isso é sinal de que público para Heavy Metal não falta, mas ainda assim temos um pouco de dificuldade para arrumar shows em outros estados brasileiros. Como havia dito "você tem que conquistar seu espaço".

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Alguma previsão para um registro de um DVD ou disco ao vivo da banda?

Max Batista: Bom, já pensamos nisso sim... Mas acredito que ainda precisamos rodar os quatros cantos do país, digamos "dar uma leve amaciada no terreno". Temos que fazer o público brasileiro conhecer o Shadows Legacy. No dia que estivermos ao nível do Hibria, grande banda brasileira que vem destruindo tudo por onde passa ai sim poderemos fazer algo como um DVD ou um disco ao vivo. Só espero que não demore muito, mas isso não quer dizer que não vamos apresentar novidades em breve.

Agora um recado para os fãs e sobre os projetos futuros pra este ano e os outros vindouros.

Max Batista: E aí fãs do Shadows Legacy! Estamos na correria de divulgar nosso trabalho, e esperamos em breve pisar nas terras de cada um de vocês para fazer shows e sentir a energia do público. Fazer shows é o nosso principal objetivo agora, e sempre vamos contar com o apoio e a força de todos. Grande Abraço a todos vocês. E valeu galera da Arte Metal por nos abrir esse espaço.

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Sobre Leandro Fernandes

Conheci o rock em 1992, tendo o primeiro disco do Iron Maiden. Com o passar dos anos me apeguei ao rock progressivo e tenho bandas como Pink Floyd, Jethro Tull, Rush e Uriah Heep sendo as favoritas. Profissional da área de T.I, casado e uma filha. Sempre buscando conhecimento no rock/metal em geral.
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