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Van Halen: "Eu esperava bem mais", diz Sammy Hagar

Por Nathália Plá
Fonte: Blabbermouth.net
Postado em 17 de janeiro de 2012

O site Cack Blabbath entrevistou o frontman do CHICKENFOOT/ex-VAN HALEN Sammy Hagar no dia 12 de janeiro no Academy em Manchester, Inglaterra. Seguem alguns trechos da conversa.

Cack Blabbath: O CHICKENFOOT foi rotulado como um projeto paralelo, mas não é isso, é? Vocês estão todos focados nisso nesse momento e então vocês vão fazer outras coisas?

Hagar: Não há projeto paralelo. Com nossa idade e com o sucesso e experiência que tivemos, é difícil simplesmente dizer, "Ah, vamos simplesmente fazer isso", e daí fazemos o que quisermos. Não somos mais crianças juntas. Quando eu estava no VAN HALEN, por exemplo, eu não tinha permissão para fazer discos solo. Era tipo, "Ah, cara, você não pode fazer isso, você não pode fazer aquilo". Eu ficava tipo, "Que diabos esses caras estão pensando?" Quero dizer, eu não ligava muito, mas depois de uns 10 anos, eu comecei a me importar porque eu tinha um catálogo de umas 70 músicas que eu tinha composto e não estavam sendo usadas. No CHICKENFOOT não temos essas restrições uns com os outros; o Joe «Satriani» pode ir fazer um álbum solo ou uma turnê solo amanhã de manhã. Mas quando fazemos o CHICKENFOOT, estamos muito comprometidos.

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Cack Blabbath: Então como está funcionando ter o Kenny «Aronoff, baterista» no lugar do Chad «Smith»? Isso muda alguma coisa na banda?

Hagar: Ah, isso muda a banda. Ele é ótimo, mas ele é diferente do Chad. Eu percebi, estando em bandas minha vida inteira, que se você mudar um membro, as coisas mudam, algumas vezes para melhor, outras para pior, e algumas vezes é paralelamente, e acho que o Kenny é uma mudança lateral do Chad. O Kenny é mais sólido, o Chad não faz nada que não seja ótimo – tudo o que ele faz é ótimo – mas ele improvisa mais, então às vezes as músicas não são tocadas tão bem quanto no disco. Não porque ele esteja errando, mas simplesmente porque ele se solta muito. O Kenny é mais preciso, então ele está tocando as músicas muito bem, entende?! É como se fosse um lado ou o outro. Desde que o Kenny entrou para a banda, o Mike «Anthony, baixo» e eu, nossos vocais estão tão bons, eu sinto que eu tenho que cantar melhor as músicas. Antes eu podia me soltar e gritar e fazer bobagem porque éramos mais como uma banda de improviso. Essa banda improvisa, mas as músicas estão sendo muito bem tocadas.

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Cack Blabbath: Vocês são rotulados de supergrupo, mas vocês soam mais como uma banda do que indivíduos que pegam seus jatos e vão cada um para um canto depois do show. Tem uma energia muito boa, como se vocês estivessem juntos há eras.

Hagar: Sim, concordo 100%. Eu não ligo se alguém nos chamar de supergrupo; é lisonjeiro, sabe?! Acho que somos, mas não é nossa intenção. Não criamos a banda para fazer negócios. Não criamos a banda por nenhuma outra razão senão porque queríamos tocar juntos, e a razão pela qual nós soamos como uma banda é porque nós somos uma banda. Não há um líder. Sob nenhuma circunstância o Joe é o líder, sob nenhuma circunstância eu sou o líder. Quem quer que seja o melhor em fazer certa coisa em particular torna-se o líder até terminarmos essa coisa, então novamente não há nenhum líder. Quando estávamos tentando encontrar um baterista, que foi um dos nossos maiores problemas. A maioria dos bateristas que está no nosso nível são astros do rock, por assim dizer, e nós não gostamos de ficar tentando ser astros do rock. Nós somos astros do rock porque é o que a gente faz, mas nós não praticamos esse papel, não vivemos como eles, nós três. O Chad era assim também, e ele se encaixou, porque não dá para ficar com um cara que fica "Eu preciso ter meu próprio jatinho, e eu preciso dos meus guarda-costas e eu preciso disso e daquilo". Então essa é parte da razão pela qual nós não somos como um supergrupo porque os caras que estavam disponíveis para baterista eram astros do rock. Muitos deles eram bons o suficiente mas não eram o tipo de ser humano. Nós somos muito humanitários entre nós e não temos nenhum problema.

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Cack Blabbath: O que você acha da recepção que o novo álbum «"Chickenfoot III"» teve até agora?

Hagar: Acho que considerando que somos caras velhos, caras velhos e ricos, que as pessoas poderiam realmente nos criticar por isso, e não foi assim. Acho que temos sido tratados muito gentilmente pela impressa, e acredite-me, estou aqui dizendo "Amén," porque o VAN HALEN, nós fomos criticados pela imprensa porque éramos tão grandes, e então eu estava substituindo o Dave «Lee Roth». É como se sempre houvesse uma razão, e os fãs também, eles são assim como a imprensa pois podem ir na Internet e acabar com você, dizer o que quiser nas suas costas e com um nome falso. Nós nos colocamos em uma posição muito vulnerável ao fazer o que fazemos e sermos tão cabeçudos quanto a isso, do tipo "Não estamos nem fudendo, vamos lançar essa música porque gostamos dela, famos fazer esse vídeo porque gostamos dele, vamos lançar em um selo independente porque não gostamos dos grandes selos". Somos uns bundões, entende?! Vamos fazer só 12 shows esse ano. Você pode nos criticar muito facilmente, então acho que temos sido tratados com muita tolerância.

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Cack Blabbath: O que você acha da volta do VAN HALEN? Eu tenho uma pergunta aqui que não era para ser especificamente sobre eles, mas sobre grandes bandas que voltam, elas fazem isso pela música ou fazem isso pelo dinheiro?

Hagar: Bem, eu não vou specular sobre por que alguém faz o que quer que seja, mas uma coisa eu te digo, eles esperam demais e eles não são muito amistosos com os fãs e sendo tão grande quanto o VAN HALEN foi no passado... Era sobre isso que a gente costumava discutir quando eu estava na banda. Eu fui expulso porque eu não queria fazer um disco de coletânea de maiores sucessos. Eu disse, "Por que diabos? Nós somos a maior banda do mundo. Todos álbuns que eu fiz desde que entrei na banda foi nº 1, nós lotamos todos estádios do planeta. Agora porque deveríamos querer vender a eles o mesmo disco de novo e dar a eles duas faixas novas? Por que você quer fazer isso com os fãs?" E entramos nessa. Eles queriam fazer isso na época por dinheiro, veio um novo produtor e ele achava que a gente podia ganhar um monte de dinheiro por nada, e eu dizia "Nós temos um monte de dinheiro, então por que estamos fazendo isso?" Nós realmente não precisávamos de fazer aquilo e eu realmente causei problemas na banda. Por que eles estão fazendo isso agora, eu não faço idéia, mas acho que já era hora. Eu pessoalmente não acho que o que eles acabaram de lançar, o que vi e ouvi, é bom. Podia ser melhor do que é, mas ei, é o que é, e pelo menos eles estão de volta e pelo menos eles trouxeram algo, é tudo o que posso dizer, sabe. Deus os abençoe, mas eu esperava bem mais.

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Leia a entrevista na íntegra no Cack Blabbath
http://www.cackblabbath.co.uk/2012/01/14/chickenfoot-interview-with-sammy-hagar/

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Sobre Nathália Plá

Mineira de Belo Horizonte, nasceu e cresceu ouvindo Rock por causa de seu pai. O som de Pink Floyd e Yes marcou sua infância tanto quanto a boneca Barbie, mas de uma forma tão intensa que hoje escutar essas bandas lhe causa arrepios. Ao longo dos anos foi se adaptando às incisivas influências e acabou adquirindo gosto próprio, criando afinidade pelo Hard Rock e Heavy Metal. Louca e incondicionalmente apaixonada por Bon Jovi, não está nem aí pras críticas insistentes dirigidas à banda. Deixando a emoção de lado e dando ouvidos à técnica e qualidade musical, tem por melhores bandas, nessa ordem, BlackSabbath, Led Zeppelin, Deep Purple, Metallica e Dream Theater. De resto, é apenas mais uma apreciadora do bom e velho Rock'n'roll.
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