Gamma Ray: "criar música é algo muito egoísta"
Por Daniela Pozzobon
Fonte: 69 Faces Of Rock
Postado em 06 de janeiro de 2012
Mark Kadzielawa do 69 Faces Of Rock recentemente conduziu uma entrevista com o guitarrista/vocalista Kai Hansen, dos alemães do Power metal GAMMA RAY. Algumas partes extraídas da conversa seguem abaixo.
69 Faces Of Rock: Você ainda é fiel às mesmas influências que tinha quando começou a escrever música?
Kai: Eu sou, eu acho. Eu não acho que mudou muito. Você sempre encontra novas coisas que começa a gostar, e começa a trabalhar na sua música. Você coloca nisso o seu próprio filtro, digere, e basicamente você caga isso à sua própria maneira. E nesse ponto, isso se torna algo que você faz. Eu acho que isso nunca vai mudar. Eu ainda encontro coisas novas. Eu não estou restrito a URIAH HEEP, ou qualquer outra coisa que eu gostasse enquanto estava crescendo. Eu sou aberto à músicas nova e novas inspirações. Eu tento ver além dos meus próprios horizontes às vezes. Eu acho que compor muda um pouquinho a cada novo álbum.
69 Faces Of Rock: E se olharmos o álbum atual, "To The Metal", quais novos elementos você acha que ele traz à cena?
Kai: Você nunca saberá isso antes de ouvir o álbum completo. Mas, se fossemos repetir tudo que fizemos antes, seria nos aborrecermos a nós mesmos, ao menos para mim. Sempre que eu começo uma nova fase em composição, e após o álbum estar completo, eu paro e reflito sobre ele. Então nós entramos em turnê e após isso, eu reponho as baterias, e absorvo as impressões sobre música e o que acontece ao meu redor. E então de repente existe a necessidade de mostrar algo. Eu tenho ideias, melodias, algumas linhas, o que seja. E então eu mudo para o meu computador interno e começo a gravar música. É aí que começo. E a partir desse ponto você nunca sabe, mas sempre muda e nunca é o mesmo.
69 Faces Of Rock: Você levou um bom tempo para fazer sucesso nos Estados Unidos com o GAMMA RAY. Como você vê o mercado aqui e a base de fãs?
Kai: Os Estados Unidos são como um ponto de interrogação que nunca pode ser respondido. Não temos certeza da resposta. Eu sei que chegamos a um ponto legal com o HELLOWEEN. E então se fez o silêncio. Quando eu comecei o GAMMA RAY, nós lançamos os álbuns nos Estados Unidos e eles foram muito bem. Não foi mal. Nós nunca fizemos turnê porque não havia cena. Os promotores não queriam trazer uma banda alemã no começo dos anos 90. Então o movimento grunge meio que destruiu o Power metal, ou a cena clássica do metal. Todo mundo virou alternativo e eles nem realmente reinventaram a roda. Eles faziam um estilo musical velho com uma nova roupagem. Não tinha como fazermos uma turnê aqui mesmo.
69 Faces Of Rock: Quando eu visito várias sites ou fóruns que discutem sua música, eu noto que os fãs geralmente reclamam sobre gostar ou não gostar de algum álbum de vocês ou o fato que o álbum atual não está como o antigo e vice-versa. Você vê essas reclamações e elas afetam você de alguma forma?
Kai: Nós ouvimos essas coisas. E eu as levo seriamente de alguma forma, mas de outra, eu tenho que dizer que criar música é algo muito egoísta, ou interesseiro. É a maneira que eu vejo, e é a maneira que eu faço isso. Eu tenho que ser feliz primeiro. É o meu primeiro objetivo. Satisfazer a mim mesmo, e estar feliz com o que eu estou fazendo, porque é o que eu faço. Eu não objetivo fazer essa ou aquela pessoa feliz com o novo álbum. Se eu fizesse isso, eu não seria verdadeiro comigo mesmo. Às vezes eu fico internamente um pouco chateado sobre algo que escuto ou leio. Se alguém tem uma crítica real e diz "Eu não gosto desse álbum por causa disso e daquilo, e eu prefiro isso". Eu não tenho problemas com isso. Mas é tudo uma questão de gosto, no final. Mas se alguém acha que é objetivo e diz "Esse álbum é uma porcaria", isso me deixa triste porque não é justo. Pode não ser do seu gosto, e algo que te satisfaça, mas estamos lidando com um nível aonde o que fazemos é bem feito. E se você não gosta disso, eu não tenho um problema com isso. Escute um outro álbum, outra banda. Diga-nos que você não gosta, aceitamos isso, mas não diga que "é uma porcaria", porque é uma porcaria ouvir isso.
Leia a entrevista inteira no 69 Faces Of Rock.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A música de amor - carregada de ódio - que se tornou um clássico dos anos 2000
Monsters of Rock confirma as 7 atrações da edição de 2026 do festival
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
O melhor baterista dos últimos 10 anos, segundo Lars Ulrich do Metallica
As quatro músicas do Metallica que James Hetfield considera suas favoritas
O Melhor Álbum de Hard Rock de Cada Ano da Década de 1980
A banda clássica que poderia ter sido maior: "Influenciamos Led Zeppelin e Deep Purple"
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
Brian May escolhe os três maiores solos de guitarra de todos os tempos
A banda esquecida que Eric Clapton considera os pioneiros do heavy metal
Roger Waters presta homenagem a Marielle Franco em nova faixa
A banda cuja formação mudou quase tantas vezes quanto a do Megadeth
Camiseta oficial de Ozzy Osbourne zoa Roger Waters por fala que irritou a todos
Evanescence anuncia turnê mundial para 2026
David Gilmour revela quais as quatro bandas de prog rock que ele mais detesta
A banda que para o ator Tom Hanks superava os Beatles; "muito melhor"
O álbum do Iron Maiden considerado por Bruce Dickinson fraco e por Steve Harris forte
Guitarras: as 15 músicas mais complicadas para tocar

Os 25 melhores discos da história do power metal, em lista da Metal Hammer
Cinco músicas de bandas de Heavy Metal que exploram a vastidão do cosmos
Mustaine: "tive momentos difíceis por me assumir cristão"
Axl Rose: drogas, atrasos, agradecimentos ao Nirvana e muito mais



