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Tommy T. Baron: Mille Petrozza, do Kreator, odeia Metal

Por Carlos Henrique Schmidt
Fonte: Radio Metal
Postado em 02 de agosto de 2010

Spaceman, do Radio Metal, conduziu uma entrevista com Tommy T. Baron, do CORONER, que falou sobre diversos assuntos, inclusive os trabalhos que lançou com o KREATOR; confira abaixo alguns trechos da matéria:

Kreator - Mais Novidades

Nós todos vimos o anúncio informando que o Coroner vai reunir-se para tocar no Hellfest em 2011. Será que isto será só para um show ou podemos esperar mais desta reunião?

Nós não planejamos uma reunião. Temos apenas um plano para tocar em alguns shows juntos e o Hellfest será um deles. Eu acho que é realmente o primeiro.

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Existe um significado especial para começar essa seqüência de shows no Hellfest?

É um dos melhores festivais do mundo. Sempre gostei de tocar na França. França sempre foi o país onde o Coroner foi mais popular. Então, pensei que poderia começar por aqui.

Você sempre foi claro em entrevistas anteriores sobre o fato de que Cononer nunca iria se reunir novamente. Assim, o que aconteceu para que de repente você decidisse tocar em alguns shows de novo?

Sim. Na verdade isso não vai acabar como um reencontro. Quero dizer que não haverá um álbum. Mas tocar traz muito prazer! Por muito tempo eu toquei muito no estúdio e eu senti falta de tocar ao vivo. Por isso eu pedi que os outros caras, se eles estariam ok para tocar em alguns shows e eles disseram: "ok! Porque não?" Na verdade nós não ensaiamos ainda. Nós vamos começar a ensaiar em poucas semanas, eu acho. Então, vamos ver. Você sabe, os caras não tocaram por mais de dez anos. Nós só subiremos no palco, quando formos capazes de tocar tão bem como nós fizemos quando nós paramos, caso contrário, não vamos fazê-lo.

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Talvez depois de quatro ou cinco shows, vamos dizer "Hey! Vamos fazer um álbum!" Ninguém sabe o que vai acontecer.

Por que você sempre se recusou a fazer uma reunião com o Coroner?

Porque todo mundo fez isso! Na verdade, eu não tenho tempo para isso. Eu estava ocupado produzindo o tempo todo. A construção do meu próprio estúdio também tomou muito tempo, eu tenho um dos maiores estúdios na Suíça (nota: o New Sound Studio New Sound Studio (http://www.newsound.ch/).

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Em quinze anos, o mundo evoluiu. Você acha que as pessoas estariam agora mais preparadas para o tipo de música que você fez no Grin?

Eu não sei. Esse é o tipo de problema quando você faz algo novo.

Você tem o material antigo que os velhos fãs antigos gostam, ao contrário de você, que acha que deve seguir em frente e compor de uma forma mais contemporânea, pelo menos um pouco.

Hoje, quando ouço o nosso primeiro álbum eu penso "Hmm... Estranho. Eu teria feito isso de forma totalmente diferente."

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No álbum auto-intitulado, Marky não tocou em todas as novas músicas. Por quê?

Este best of contém mais de quatro músicas novas. Marky tocou em duas delas, que são do tipo leves. Há duas ou três músicas mais pesadas que ele não gravou. Quando gravamos essas músicas o Coroner já havia se separado. Só fiz isso porque eu queria sair em turnê com Stephan Eicher, mas naquele momento estávamos sob um contrato com a gravadora, que me impediu de fazer isso. Nós concordamos com a gravadora para lançar um best of com algumas músicas novas, a fim de nos libertar contratualmente. Na época, tivemos que entrar no estúdio e gravar essas músicas, Marky não estava pronto porque ele não tocava bateria há quase dois anos. Por isso, contratamos um amigo chamado Peter Haas (nota: baterista do Mekong Delta à época) para gravar as partes de bateria.

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Qual foi a razão para a separação? Eu sempre li que era por causa do Noise Records que não fez promoção para a banda...

Sim, essa foi uma das razões. Além disso, depois de doze anos, era hora de fazer algo diferente. Nós estávamos apenas chateados!

Você não tem mais nada a dizer?

Não, não há nada entre nós. Nós não tivemos nenhuma briga na banda, ainda somos bons amigos e muitas vezes nos encontramos. Nós só queríamos fazer coisas diferentes. Eu queria trabalhar mais no estúdio. Então eu entrei no Kreator... Foi só o tempo para fazer algo diferente, é chato fazer sempre a mesma coisa.

O Coroner sempre evoluiu a partir de um álbum para outro, dando a impressão de que você estava indo em busca da perfeição. Você acha que, em certo sentido, você já atingiu o álbum perfeito com Grin?

O álbum perfeito? Nada é perfeito, nunca. É um álbum muito bom. Eu ainda estou muito orgulhoso dele. No entanto, está longe de ser perfeito. Enfim, a perfeição é chata! Nós tentamos sempre ir longe com os nossos álbuns. Acho que a principal diferença com hoje em dia é que nós apenas fizemos o que gostamos. Nunca fizemos algo para vender mais discos. Era mais assim: "vamos se divertir tocando isso? Sim! Vamos fazer isso! "Agora, um monte de bandas pensa: ok, vamos tocar esta música, porque dessa maneira nós vamos vender um monte de discos. " Eu odeio isso. Eu acho que todas as bandas agora soam iguais. Muitos dos meus clientes, no estúdio, copiam bandas como Green Day. Mesmo suas capas parecem com as do Green Day. Eles também têm letras semelhantes ... Eu odeio isso!

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E você aponta isso para eles?

Sim! Digo-lhes que eu odeio e que eles deveriam mudar a sua música. (Risos)

Como eles reagem?

Bem, eles são meus clientes. Eu vivo de seu dinheiro. Então, eu não posso ser demasiado áspero com eles. (Risos) Se eles gostam, o problema é deles.

Você disse que provavelmente não haverá nenhum novo álbum de Coroner. Mas o Coroner nunca lançou nenhum álbum ao vivo. Você vai gravar alguns dos próximos shows?

Sim, você está certo. Isso é realmente uma boa idéia! Nós devemos fazer isso! Na verdade, pretendo fazer um DVD com um monte de imagens antigas. Nós também temos um monte de filmes de nossa turnê no Estados Unidos, que queremos juntar para o DVD, assim como entrevistas, etc.

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Os álbuns do Coroner atualmente são difíceis de encontrar...

Sim. Talvez uma nova versão seria uma boa idéia também.

A última pergunta é sobre Kreator. Você fez dois álbuns com eles: Outcast e Endorama. No entanto, eles não foram muito bem recebidos por parte dos fãs por causa da sua direção musical mais suave, mais melódica e até mesmo gótica. Você realmente foi responsabilizados por isso. Não é um pouco frustrante?

Não, porque não era minha idéia. O problema é que o Mille (Petrozza) ouve muita música pop. Ele odiava metal. Ele queria fazer "música real". Eu disse a ele sobre o Endorama: "você tem certeza que quer fazer isso?" E ele disse "sim! Eu quero ser mais comercial." Eu era apenas um homem do lado dele. Eu estava aqui para ajudá-lo a alcançar esse objetivo. Quando um álbum não é muito bem-sucedido, é fácil dizer "a culpa toda é desse cara ai!"

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Você está dizendo que o Mille não gosta de metal, então o que ele está fazendo liderando uma banda de thrash metal?

Ele tem que fazê-lo. Essa é a maneira como ele ganha seu dinheiro. Não há outra maneira.

Leia o texto completo (em inglês) no link abaixo.

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Sobre Carlos Henrique Schmidt

Graduado em Computação e Administração, a paixão pela música pesada surgiu nos primeiros anos da adolescência e permanece até os dias de hoje. Apesar da preferência pelos estilos mais x-tremos da música pesada (Black, Death, Grind), o seu universo musical não limitado por estes rótulos, mas pelo que a música em si transmite.
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