Freak Kitchen: Entrevista exclusiva com Mattias IA Eklundh
Postado em 28 de dezembro de 2002
Entrevista por Thiago Corrêa Sarkis
Há algum tempo Mattias IA Eklundh vem deixando a Europa e o Japão boquiabertos com seus trabalhos. Não obstante, na América, o guitarrista e líder do Freak Kitchen, obteve sucesso e reconhecimento, assinando contrato com a Favored Nations para distribuição do material de sua carreira solo, a qual, por enquanto, consiste no fantástico "Freak Guitar".
Steve Vai, dono da Favored Nations, disse ter ficado pasmo ao ouvir o debute solo de Eklundh e também seus álbuns com o Freak Kitchen, o que acabou levando-o a colocar a banda no elenco de sua empresa.
Como se vê, Mattias é um dos mais considerados e renomados músicos da atualidade. O ‘shredder’ sueco não segue a linha de seu conterrâneo Yngwie J. Malmsteen, e parte para um heavy com fortes influências de Frank Zappa e jazz em geral, agressivo, e de letras bem polêmicas, com uma atitude rara de se ver neste meio onde a técnica normalmente aparece única ou, ao menos, se sobrepõe às composições e aos outros instrumentos.
Sua insanidade, nomeada e fixada pelo título de álbuns e nome de sua banda, tem o suporte de Christer Örtefors no baixo e Björn Fryklund na bateria, formando um dos power trios mais "in" dos últimos tempos: in-crível, in-sano-, in-coerente, in-umano.
Como se não bastasse, o ‘doidão’ ainda descobriu um garoto, o qual virou seu discípulo e lançou um álbum solo. Johan Randén, 13 anos, vem sendo chamado de o "guitarrista do novo milênio" pela mídia especializada.
Numa entrevista descontraída, Mattias IA Eklundh nos falou do novo álbum do Freak Kitchen, do trabalho com Johan Randén, da cena do rock/metal na Suécia e, entre outras coisas, comentou sobre a situação do estilo neoclássico e até abordou assuntos políticos. Confira o polêmico e simpático "IA", como pede para ser chamado:
Whiplash - O Freak Kitchen está lançando um novo álbum, intitulado "Move". O que você tem a dizer sobre esse álbum? Como foi o processo de composição?
IA / Bem fácil de fato. Todo o processo de composição, ensaios e gravações, foi bem morno e tranqüilo, graças aos novos membros, Christer e Björn, que estavam completamente preparados.
IA / Estou muito orgulhoso do "Move". Acho que se tornou um CD muito bem feito e honesto. Soa bastante com o que fazemos ao vivo, com um minimalista retoque na produção. Quero dizer, nós não fizemos overdubs de tudo dois milhões de vezes e tal.
Whiplash - Você tem contrato com a Favored Nations (gravadora de Steve Vai) para a sua carreira solo. Esse contrato não inclui o Freak Kitchen? "Move" será lançado na América?
IA / Tenho a esperança de que "Move" seja distribuído correta e adequadamente logo na América. Estará disponível por vários sites, como www.guitar9.com, Laser's Edge Records e isso em algumas semanas. O contrato com a Favored Nations é apenas para meu material solo, por enquanto, mas nós temos algumas pessoas interessadas no Freak Kitchen por lá. A questão é que, nós poderíamos ter o catálogo todo do Freak lançado há muito tempo atrás, porém nós somos muito seletos sobre com quem vamos fazer acordos, já que vemos tantos artistas sendo ‘afogados’ e colocados na espera por anos por causa de simplesmente assinar o pedaço errado de papel e foder seu futuro nos negócios. Não queremos fazer isso, não vale a pena.
Whiplash - Falando de sua carreira solo... Você tem planos de lançar um novo álbum, o sucessor de "Freak Guitar"? Qual seria a direção desse disco?
IA / Pode apostar que há mais insanidade indo em seu caminho! O direcionamento do disco é, obviamente, nenhum e passa por todos os lugares, qualquer coisa. Estou interessado em quebrar novas barreiras por mim mesmo. Também haverá o lançamento de uma vídeo aula em DVD, mas isso não acontecerá até, no mínimo, o começo de 2004.
Whiplash - Voltando ao "Move"... os nomes das músicas são muito fortes. A banda segue com seu tom crítico a assuntos políticos nas letras, não? O que te inspira na composição dessas letras?
IA / Todos os dias da vida, basicamente. Coisas e tópicos que simplesmente não vão embora. Acho uma benção ter a atenção das pessoas aqui e agora e acharia um saco sair fazendo um milhão de shows, e todas as noites cantando sobre dragões se matando.
Whiplash - Bem, vamos à pergunta tradicional. Qual sua música preferida no "Move" e por quê?
IA / Varia o tempo todo. Agora mesmo creio que seja "Porno Daddy", o que é um tanto quanto perturbador, pois Christer a pula todas as vezes quando estamos ouvindo o álbum. Eu tenho a impressão de que será uma boa canção ao vivo.
Whiplash - O Freak Kitchen recebe um bom feedback em todos os cantos do Mundo. Mas sem distribuição é quase impossível de ter acesso aos CDs da banda, por causa dos preços altos dos produtos importados. O que você diria às pessoas que ouviram algum MP3 ou sample do Freak Kitchen e adoraram a banda, mas não têm possibilidades de adquirir seu material?
IA / Não tenho problema algum com esse lance de mp3. No nosso caso, isso vem apenas ajudando a banda. Nós construímos o Freak Kitchen calma e facilmente e mais cedo ou mais tarde nós acertaremos um saudável contrato de distribuição ou licença num país próximo a você.
Whiplash - Isso é bom. Voltando à música. O Freak Kitchen apresenta um tipo único de músicos com bastante influências de Jazz e Frank Zappa, mas, ao mesmo tempo, é muito pesado. O que você pensa que faz o Freak Kitchen ser diferente das outras bandas?
IA / É difícil dizer. Eu apenas componho a música que vem à minha cabeça. Embora meu coração sempre vá bater para o heavy metal, eu não escuto esse estilo em casa. Geralmente tudo que ouço é jazz, pop, música clássica, etc. Desta forma, eu posso adquirir um olhar crítico e abrangente sobre meu próprio estilo e esperançosamente criar então algo original neste mundo do ‘fast food’.
Whiplash - Nos conte um pouco sobre o primeiro álbum, "Appetizer".
IA / Bem... Appetizer (lançado em 1994) foi o primeiro a sair, e foi o único num estúdio convencional, na verdade em três, mixado e masterizado da maneira mais cara. Nós não conhecíamos nenhuma outra possibilidade e a tecnologia não era tão sofisticada ainda. Ouvindo-o agora, me lembro ligeiramente descontrolado tentando encontrar minha voz. Eu tinha uma grande sacola de coisas que pensei que teria que provar. Ainda assim, sei que nós fizemos nosso melhor e sempre terei recordações apaixonadas de "Appetizer". Muitas das músicas são regularmente tocadas em nossos sets atuais, porém em versões um pouco atualizadas. Eu também me lembro de nós sobrevivendo à primeira excursão alemã numa verdadeiram Kombi Toyota e uma caravana Bacomatic, escrevendo canções como "Jerk" e "Burning Bridges, nos levando ao nosso segundo álbum.
Whiplash - "Spanking Hour"...
IA / "Spanking Hour" (1996) foi muito mais homogêneo que o álbum debute. Eu também gosto mais das guitarras. Nós começamos experimentando gravar no HD, e funcionou bem e desde então tem sido uma benção para mim em todas as maneiras. Nesse disco nós estávamos ralando para combinar vários estilos musicais e ainda assim nos mantermos pesados. De alguma forma, há uma ligação entre "Move" e "Spanking Hour", já que as músicas foram produzidas de uma maneira meio que ao vivo. Músicas fáceis de tocar (N. do E.: imagine o que é fácil pra ele) e que soam bem nos shows. "Spanking Hour" vendeu bastante no Japão e na minha primeira visita ao país, tive contato com as guitarras Caparison, com as quais venho trabalhando desde então. Também foi o primeiro álbum no qual usei amplificadores Laney, os quais também uso atualmente.
Whiplash - O auto-intitulado, "Freak Kitchen".
IA / Você vai me fazer falar de todos?
Whiplash - Creio que sim... (risos)
IA / Ah... ok, vamos lá. O terceiro, auto-intitulado CD, foi uma noz dura de quebrar. Nós sabíamos que queríamos fazer algo diferente, não estritamente um disco de heavy metal. Eu entendo agora, uns quatro anos depois do lançamento, o quão diferente ele realmente foi, e estou orgulhoso dele. As faixas básicas foram gravadas juntas ao vivo, mas eu sentia fortemente que estava longe de ser algo completo quando o ouvia. Acho que Joakim (baterista na época) e Christian (baixista na época) pensaram que ele soou OK, nada de demais. Feito e falado, foram quatro meses e meio de gravações e produção por mim mesmo e mais três mixagens e aí finalmente fiquei satisfeito, e ainda estou.
[an error occurred while processing this directive]IA / Algumas pessoas ficaram em real estado de choque quando ouviram-no pela primeira vez, pois ficara muito longe dos primeiros dois discos. Nós o chamamos de "estouro do inferno", música popular tocada por músicos de heavy metal. Acessível como pode parecer, com melodias cativantes e tudo, era um suicídio comercial completo e foram muitos anos até os fãs começarem a apreciá-lo. Agora, é o disco favorito de muitos fãs do Freak.
IA / "Dead Soul Men" é um álbum obscuro e provavelmente o nosso mais pesado até hoje. Novamente, nós queríamos fazer algo totalmente diferente dos antecessores. O disco foi gravado em cozinhas, banheiros, sótãos, etc. Simplesmente tudo, menos um estúdio real. A cada moeda de dez centavos, eu tento investir em novos equipamentos para soar o máximo independente possível. Para esse álbum eu usei o, infelizmente falido atualmente, sistema Paris da Ensoniq, que soa muito bem.
IA / Acho que "Dead Soul Men" tem bons momentos e muita energia. Eu realmente gosto de "Gun God", "Silence", "Everything is Under Control" e "The Sinking Planet". Basicamente a primeira metade do CD. Eu o ouvi outro dia pela primeira vez depois de um bom tempo, tentando decidir quais músicas eu levaria para a turnê do "Move". Eu me lembro completamente sem tempo para gravar os solos de guitarra e sinto, agora, que eles poderiam ter sido infinitamente melhores. Eu me foquei muito nos vocais e acho que "Dead Soul Men" tem mais a minha marca, pegada, minha própria voz, comparando com os outros álbuns do Freak Kitchen.
Whiplash - E "Move"?
IA / Mais? Você vai me matar...
Whiplash - Você nem imagina como será difícil transcrever isso...
[an error occurred while processing this directive]IA / Argh (risos). "Move" é a marca de uma nova era. Acho que ele soa mesmo bastante como Freak Kitchen, mesmo tendo muitas coisas novas rolando, por causa, é claro, das grandes personalidades de Björn e Christer tocando. É definitivamente o mais pesado de todos, e eu ainda assim o acho bastante acessível, com uma porrada de melodias. Um pouco para cada um. Foi o mais divertido de se fazer, com o mínimo de problemas, na verdade, nenhum. Extremamente tranqüilo o processo. Eu gosto da maneira como ele é quase que "sem produção". Você ouve tudo o que está rolando. Eu gravei um monte de coisas extras, sons engraçados, guitarras semi-distorcidas, e.t.c. Mas tirei tudo depois de um tempo. Era muito mais desafiador fazê-lo dessa forma. Mal posso esperar para levá-lo às turnês.
Whiplash - Bem, você falou bastante de originalidade. Há muita coisa vindo da Suécia, como o Pain Of Salvation, por exemplo. Como é a cena rock / metal aí? E uma pergunta que sempre quis fazer, há algo especial na água que vocês suecos bebem?
IA / (risos) Acho que a Suécia tem uma excelente cena metálica. O engraçado é que, sendo um país bem pequeno, com aproximadamente nove milhões de habitantes, acho que há um músico de heavy metal em todo sueco. Nós começamos a tocar na escola, bem novos, e temos uma cultura musical muito forte. Estão aparecendo cada vez lugares melhores para se tocar, uma progressão saudável. Você falou de Pain Of Salvation, e não os conheço muito bem. Apenas ouvi algumas músicas e parece muito bom. Sobre a água (risos)... também é muito boa .
Whiplash - É estranho ver tanta originalidade proveniente de um país com um dos músicas mais influentes da história, Yngwie J. Malmsteen. O mundo ‘shredder’ é praticamente dominado por clones ou seguidores dele e, provavelmente a Suécia é repleta de músicos como estes. Isso acontece realmente? Como Yngwie é visto na Suécia?
IA / Yngwie é considerado muito mais como um palhaço na Suécia do que como um fabuloso guitarrista. Todos falam de como ele está gordo, de sua família zoneada, das drogas, bebidas, etc. Muito poucos babam por sua técnica e produções. Infelizmente, creio eu, o cara fode ele mesmo de certa forma. Ele não dá a mínima ao que as pessoas falam dele. Eu me lembro da primeira vez que o ouvi com o Alcatrazz. Fiquei completamente maluco. Ainda o considero um grande guitarrista, embora, estranho como sou, seria realmente interessante vê-lo sendo espancado por Rick Rubin na cadeira de produção com Tom Petty & the Heartbreakers, ou algo assim. O estilo neoclássico cheira estranho há um bom tempo... Nós já ouvimos tudo isso antes.
Whiplash - Wow... Mudando de assunto. Você compôs o álbum "Lead Guitar" tocado pelo jovem Johan Randén. Podemos sentir seu toque ali. Porém, não é só isso, há algo diferente no disco. No que você pensou enquanto compôs o álbum? Você tentou passar algo diferente e especial que pudesse caracterizar o garoto?
IA / Johan é um tesouro. Quando decidimos gravar um disco inteiro, eu queria apenas que fosse um álbum solo dele e não meu. Em outras palavras, não era para ser um "Freak Guitar II" com um garoto de 13 anos na guitarra. Eu queria fazer o álbum o mais diretamente possível, como "Move", bem fácil e bom de se gravar. Johan pegou a guitarra dele num instante e eu fiquei embasbacado assistindo-o tocar com todo o seu coração.
Whiplash - Johan participou da composição de alguma música, deu sugestões e idéias, ou apenas as executou?
IA / Ele não compôs nada de fato, mas ele teve algumas idéias aqui e ali para os solos, os quais acabaram se tornando melodias que se pudesse repetir e modificar.
Whiplash - Quando você o descobriu? Nas primeiras audições, o que te chamou a atenção nele?
IA / Ele veio até mim. O pai dele, Bengt, me chamou um dia, e perguntou se eu podia dar aulas particulares para Johan, porque eles não podiam ensinar nada a mais pra ele na escola de música. Como está dito no encarte do "Lead Guitar", eu fiquei totalmente chocado na primeira em que ele chegou na minha sala. Não conseguia acreditar naqueles dedos pequenos movendo pra cima e pra baixo velozmente na guitarra. O resto é uma história "freak".
Whiplash - Voltando ao Freak Kitchen. Você tocou na França, na Dinamarca, no Japão, entre outros países. Como você vê a resposta da platéia a vocês ao vivo? Faça uma auto-análise de seus shows.
IA / Nós estamos no palco apenas para entreter as pessoas o máximo que pudermos. Acho que oFreak Kitchen tem uma audiência tipo que liberal, cabeça aberta, que sabe que qualquer coisa pode acontecer, e freqüentemente, em qualquer show. Nós improvisamos muito no palco. Todo show é um jogo diferente. A reação é bem mesma seja qual for o lugar onde tocamos. Agora mesmo, nós estamos indo muito bem na França e, você sabe, a França não é um país realmente conhecido como um típico país de heavy metal e nós não somos tão conhecidos como uma banda de heavy metal tradicional. Acho que essa é uma das razões de estar funcionando.
Whiplash - Vocês já receberam propostas de tocar em outros lugares como América e Oceania? Por quê não rolou?
IA / Nós construímos as coisas lentamente, fixando nossos pés num piso sólido e fazendo tudo à nossa maneira. Leva tempo, mas é a única maneira se você está se preparando para viver de sua música, alimentando os cães, enchendo o tanque do seu carro, etc. O dinheiro dos discos retorna para a banda e não há nenhum empresário idiota para nos roubar. Eu vejo de longe grupos demais vendendo muitos álbuns, excursionando feito loucos e que não conseguem ainda assim comprar um pão ao fim do dia. Isso é uma vergonha. Cedo ou tarde, nós iremos excursionar em todos os lugares. Basta!
Whiplash - Quais bandas e artistas você diria que são as principais influências na música do Freak Kitchen?
IA / Frank Zappa, Django Reinhardt, Slayer, Steely Dan, Kiss, Howard Shore, Van Halen, Bela Bartok, John McLaughlin, Metallica, Miles Davis e um monte de outros.
Whiplash - Agora eu te pediria para ser o Mattias das letras do Freak Kitchen e de suas declarações de sempre. Sincero, e nada mais. Como você vê o movimento nu-metal?
IA / Eu não ouvi muito de nu-metal, mas o que ouvi, o que chegou aos meus ouvidos soa ok. Acho que a coisa boa desse estilo é que é melódico e tem groove. Eu nunca ouço rádio e raramente compro CDs, então estou muito fora de contato com o que está rolando.
Whiplash - Greg Howe tocou com o 'N Sync ano passado. Muitos renomados músicos, de alta técnica, tocaram em bandas pops. Provavelmente não é a preferência deles, considerando que a guitarra chega a não aparecer algumas vezes. Você tocaria numa banda como essa? Qual sua opinião sobre artistas que, bem... vendem-se num tempo livre para ganhar um dinheirinho?
IA / Eu nunca tive interesse em ser uma máquina contratada, uma arma.. Não tenho tempo e nem vontade, já que amo demais fazer o que faço. Posso entender as pessoas que entram num grupo popular do momento para fazer um dinheiro rápido, na ânsia de alimentar as crianças. Nada errado com isso, mas não é para mim. Se Frank Zappa ressuscitasse, eu faria qualquer coisa pra tocar na banda dele. Qualquer coisa, além disso... hm... não!
Whiplash - Além de Johan Randén, há algo que vem chamando a sua atenção no meio musical?
IA / Não, tenho medo que não, mas isso é apenas por minha causa. Eu não estou dizendo que não há nada de novo e interessante por aí.
Whiplash - Qual sua opinião sobre Jason Becker?
IA / Para te dizer a verdade, eu ouvi muito pouco de Jason Becker, e não reconheceria seu estilo se fosse colocado a escutá-lo. Eu apenas participei do CD tributo a ele para ajudar de alguma maneira, da maneira que eu podia, então...
Whiplash - Saindo da música. Qual sua opinião sobre a política Americana com os outros países do mundo? Você vê Bush como um bom presidente e líder?
IA / Não, não gosto de George e seus camaradas. Eu vejo algo que me assusta por trás dos olhos dele. Um cara perigoso. Eu acho que Clinton, apesar de seus hábitos, era um presidente muito mais educado.
Whiplash - Como você recebeu as notícias dos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001?
IA / Foi um choque estrondoso quando um amigo meu me ligou, horrorizado no telefone, e disse para que eu ligasse a TV. Aquele sentimento nunca irá embora. É difícil de compreender toda vez que vejo aquilo. É surreal, terrível. Nos fez parar e pensar um pouco, não foi? Sobre o atual estado mental do Planeta, o quão feio e pobre ele realmente está em certas partes do Oriente Médio, o porque de coisas como o 11 de Setembro acontecerem.
Whiplash - O que você acha que deve ser feito para se reduzir as diferenças sociais pelo mundo afora, mais especialmente no chamado Terceiro Mundo?
IA / Primeiro de tudo, nós, pessoas ocidentais, deixarmos nossa fedida mentalidade lucrativa. Há comida para todos. Não há problema. Educação. Uma democracia trabalhada e liberta de sujeitos com poder sórdido através de eleições controladas, para podermos construir uma infra-estrutura maleável de trocas, além de contratos longos para apoiar a indústria local. E tudo mais, basicamente.
Whiplash - Bem Mattias, obrigado pela longa entrevista e desculpe por qualquer pergunta inoportuna. Esse espaço é aberto a você...
IA / Ao risco de parecer um completo babaca, eu gostaria de dizer que espero que vocês gostem e curtam bastante "Move", o tanto quanto eu curti fazendo-o. Siga verdadeiro e ‘freaky’! Obrigado pela entrevista e por lerem isso. Boa noite Thiago.
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