Mary Black - Entrevista exclusiva com a banda
Postado em 05 de julho de 2001
Começando a despontar no circuito do sul do país, a Banda Mary Black, de Florianópolis, é formada por Emília Carmona no vocal, Alexandre Polaco na guitarra, Marcelo Chico no baixo, Rafael Gonçalves na bateria, Samuel Scaini nos teclados, e Fábio Jack na voz, Sopro e percussão. Vem conquistando espaço com um estilo musical que mistura Black Music, Reggae e Funk. Na entrevista abaixo você pode conhecer um pouco mais da banda e se ligar no nome que tem tudo para estourar pelo Brasil
Por Rodrigo Simas, colaboração Keler Junior.
Whiplash! - Como surgiu e quanto tempo tem a banda Mary Black.
Emília / A banda fez um ano agora em maio. A gente começou com essa formação, com essa idéia de Mary Black mesmo em abril de 2000. Mas nós já tocamos há um tempão, todo mundo aqui já tocou com alguém diferente em bandas diferentes até chegar onde a gente está hoje e decidir fazer uma carreira de música própria.
Alexandre / Nós tínhamos uma banda antes. Eu, Rafael, Samuca e o Chicão. Nós fazíamos bares, um circuito meio underground, meio escravidão. Daí o Jack entrou na história e a gente começou a fazer uns arranjos de metais. A partir daí a gente começou a perceber que com o vocalista que tínhamos não ia dar certo, então o tiramos e começamos a cantar, mas vimos que a gente também não cantava porra nenhuma, e resolvemos chamar a Emília pra cantar.
Whiplash! - E como está o circuito Underground para quem está começando em Floripa?
Emília / Agora eles deram um corte geral. O lugar que as bandas daqui começavam a tocar era na Lagoa. Foi lá que nós começamos também, mas agora eles proibiram e cortaram de vez o barato de quem queira começar em Florianópolis. Se você perguntar onde qualquer banda daqui de Floripa começou, a maioria vai dizer que foi na Lagoa.
Rafael / Ficou bem complicado, se para as bandas grandes daqui o circuito já é pequeno, imagina para quem está começando.
Whiplash! - Como está o mercado para a Banda?
Alexandre / Floripa para nós ainda é o forte, mas o sul do estado também está muito bom. O sul do estado tem uma estrutura que você nem imagina. Lá nós somos muito bem recebidos. Agora queremos fazer o interior de Santa Catarina e cair na estrada para fora do estado.
Whiplash! - Quais são as principais influências da banda?
Marcelo Chico / Cara, eu comecei ouvindo Iron Maiden, sou completamente viciado, tenho todos os CDs. Gosto também de Ramones, Dazaranha, Iriê, John Bala Jones (bandas de Floripa), o Rappa e Red Hot Chilli Peppers. Procuro me espelhar no Steve Harris e no Flea.
Rafael / Eu escuto tudo, cara. Tenho muito som instrumental em casa, muito jazz. Eu gosto muito de Dave Matthews Band. O Carter é um batera que é impossível não ser influenciado por ele. Curto muito Bem Harper, Pedro Luís e a Parede e Fernanda Abreu. Gosto muito de escutar bateria e a percussão juntas, tipo Lenini, Suzano e assim vai, assim a gente absorve alguma coisa.
Alexandre / Eu sou do reggae, brother. Mas eu gosto de tudo, gosto de escutar qualquer coisa. Eu curto todos os tipos, um pouquinho de cada coisa. De influência de guitarrista acho que o Fernando Vidal é um cara que toca pra caralho, é um cara que tem um swing Legal. O primeiro guitarrista do The Waillers também era muito bom. Gosta da galera do heavy metal também. O Chicão me ensinou a escutar heavy metal, o Rafa me ensinou a escutar um som meio zen, o Jack me ensinou a escutar jazz, a Emilia um som mais pop, e o samuca o verdadeiro pagode. A banda tem uma influência bem variada.
Fábio Jack / Música brasileira. Curto muito bossa nova, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Baden Powell, essa galera toda. Curto muito Hermeto Pascoal, Arismar Espirito Santo, Banda Mantiqueira, Toninho Horta. Da música internacional curto muito Jazz, Chat Baker. Miles Dave, essa galera toda das antigas, Jaques Pastoris, Massive Atack. Curto muito Funk tipo Ed Mota, a galera do hip hop, Racionais MC, Comando MC. Tenho influência de tudo cara, tudo que eu acho bom eu venho trazendo para a banda.
Samuca / Na real eu curto muita coisa, estou sempre escutando coisa diferente. Já toquei em uma banda de pagode, aprendi muita coisa. Tenho muita influência do samba, e agora estou descobrindo muita coisa. César Camargo Mariano, Jamiroquai e ultimamente tenho escutado bastante Harbie Hancok. Tudo que eu sei que pode acrescentar alguma coisa no meu som eu fico ligado.
Emilia / Eu acho que eu sou uma pessoa de fazes, escuto aquilo que me identifico emocionalmente no momento. Já fui de escutar bossa nova, MPB, Gilberto Gil, Marisa Monte, Lauryn Hill, Fugges. Hoje eu escuto muito Max de Castro; Patra é uma mulher que tem sido muito guia para mim. Admiro bastante a Fernanda Abreu. Já fui viciada em Madona e Michael Jackson, já fui bem fã do Guns também, já ouvi muito Beatles e Rolling Stones quando era mais nova, era uma influência de pai e mãe, inevitável. Ultimamente tenho me preocupado muito em escutar esse som novo que tem vindo aí como O Rappa, Pedro Luís e a Parede, mas o som que tenho gostado muito é do D'Ângelo.
Whiplash! - Com quem fica a parte de composição e melodias da banda?
Emilia / Nós estávamos compondo devagarinho, agora é que estão começando a sair as coisas mais rápido. Acho que a banda está se encontrando na hora de compor, a gente está achando o caminho que vai todo mundo junto. Quem faz as letras na maioria somos eu e o Jack, mas tem uma composição do Chico também. Na hora de compor as melodias, nós temos a idéia crua e a banda pinta em cima disso, procurando seguir a idéia da pessoa que fez a letra.
Whiplash! - Como vocês definem o som da banda?
Emilia / O que tem de comum entre todos da banda é o funk, a black music. Mas cada um traz um pouco da sua influência para o som da banda, seja o hip hop, o samba, o rock, ou o reggae. A gente só não gosta de chamar a Mary Black de uma banda de funk, por que o funk hoje em dia é tido como bonde do tigrão e essas outras besteira.
Alexandre / É uma banda de sonzeira, velho.
Whiplash! - No som de vocês dá para perceber uma forte influência de black music, pode-se perceber até pelo nome da banda...
Emilia / Quando a gente resolveu chamar a banda de Mary Black a principal idéia que a gente tinha, era de uma menina que cantava e porque a gente tinha muita influência de black music. Tanto que no começo a gente tocava muita musica das antigas, tocávamos Jackson Five, disco, várias coisas desse gênero.
Whiplash! - Vocês já tem algum projeto da gravar um CD?
Rafael / Nós estamos com a idéia de gravarmos um CD demo para começar a mandar para as rádios e pro nosso público, mas cd, cd mesmo, só no próximo ano.
Alexandre / Primeiros temos que montar uma estrutura, não vamos colocar o peito assim para ver o que dar.
Emilia / O interessante assim, é que a gente não tem nem um ano e nossa história tá rolando legal, isso até assusta um pouco porque nós só temos nove músicas próprias e o pessoal já cobra CD e vê a gente assim como uma banda grande, isso é muito legal, pois cada vez mais impulsiona a gente a compor e tocar cada vez melhor ainda.
Whiplash! - Uma coisa que chama atenção no show de vocês é a presença de palco. Vocês tem uma presença de palco muito marcante, que cativa mesmo quem não conhece o som da banda...
Samuca / Isso foi acontecendo, né? Nós fomos bolando uns negócios fazendo umas coreografias...
Emilia / O Bom que aqui ninguém tem vergonha, todo mundo é meio cara de pau, chega lá na frente e sai as coisas meio natural mesmo. Foi uma questão de se encontrar no palco, no começo a gente se batia muito, mas agora a gente aprendeu a se movimentar no palco. É uma questão de não deixar o palco pesado, saber equilibrar mesmo e com isso acaba rolando umas correrias e umas danças malucas.
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