Queen: "Pink Floyd é um grupo estranho", diz John Deacon em 1981
Por Tiago Abreu
Fonte: Musikexpress & Sounds
Postado em 25 de fevereiro de 2015
O baixista do QUEEN, John Deacon forneceu uma entrevista para a revista Musikexpress & Sounds em 1981, época em que a banda acabara de lançar a trilha sonora "Flash Gordon" e seguia em divulgação do álbum "The Game". Na conversa, o músico falou acerca do processo criativo do QUEEN e citou algumas bandas, como o THE WHO e o PINK FLOYD.
Deacon contou que, ao contrário do início da banda, até aquele momento as contribuições dos integrantes estavam praticamente equilibradas, enquanto, mais antigamente, a maioria do repertório era escrito por Brian May e Freddie Mercury. O músico reiterou que mesmo que existiam gostos e diferenças musicais entre os quatro, ele e Roger Taylor estavam bem mais inseridos no repertório do grupo.
Citando ainda sobre o individualismo dentro de um grupo, John fez observações acerca do PINK FLOYD nos tempos de The Wall: "[...] PINK FLOYD - bem, esse é um grupo estranho. Nós ainda tentamos fazer a cada ano um disco com uma turnê para chegar a algum lugar, mas o FLOYD faz alguns shows em Los Angeles, alguns em Nova York, alguns em Londres e agora alguns em Dortmund - e voltam a sumir por um longo tempo. Ou, por exemplo, o seu novo álbum, que não é nada mais do que um álbum solo de Roger [Waters]."
"[...] já deve ser um fardo para o grupo. O público sabe nada sobre isso, na visão deles é o PINK FLOYD. As tensões e deslocamentos que existem dentro de um grupo nos bastidores geralmente não são visíveis a todos. Posso imaginar que não é, necessariamente, mais vantajoso para a atmosfera em um grupo quando Nick Mason, por exemplo, sente-se que é o baterista e não tem mais nada para conquistar."
"De sorte que nós do QUEEN somos diferentes, embora recentemente nós tivemos um problema semelhante quando gravamos o novo LP Flash Gordon. Começamos a trabalhar e criar tudo juntamente, mas no final foi Brian que assumiu a posição de controle, decidindo que músicas eram para o disco, etc. Esta é uma situação incomum para o QUEEN, a partir do qual, então, prontamente gerou desentendimentos. Brian quis um engenheiro alemão, com quem havíamos trabalhado com proximidade em Munique, se autointitulando como produtor, [diferentemente de] como gostávamos de fazer um álbum conjunto do QUEEN. Brian então acabou prevalecendo, nós cedemos. Mas, para o público, ele ainda será um álbum normal do QUEEN. "Flash Gordon - música do QUEEN." Além disso, dificilmente há distinções. Eu também acredito que os de fora não percebem o quão pessoais e particulares são algumas músicas que surgem dentro de um grupo. Para o público, é uma música do QUEEN, ainda que na verdade é uma canção muito pessoal de um membro."
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