"Cycles of Pain" é um divisor de águas na carreira do Angra
Resenha - Cycles of Pain - Angra
Por Heitor G. Volff Pereira
Postado em 09 de novembro de 2023
Lançado em 03 de novembro, o álbum "Cycles of Pain" vem ganhando notoriedade por se tratar de um novo trabalho de uma formação nem-tão-nova-assim que ainda buscava se consolidar em meio às críticas dos fãs mais saudosistas e conservadores. O Angra, seja em suas redes sociais ou através dos perfis de seus próprios integrantes, trabalhou muito bem o hype sobre aquele que, por muitos, foi precocemente denominado como o melhor trabalho de Fabio Lione nos vocais.
Como a grande maioria das pessoas, meu primeiro contato com este álbum (além dos reports no canal da banda no YouTube) foi através dos três singles liberados pela banda entre 04 de agosto e 13 de outubro. Em minha opinião, todos os três singles se destacam por, em algum nível, demonstrarem características de um Angra que todos conhecem, ressalvando apenas a magistral "Gods of The World", que realmente me surpreendeu de forma muito gratificante.
O fato é que, desde o lançamento dos singles, pudemos notar um Angra mais criativo e, musicalmente falando, anos-luz mais maduro que aquele Angra mostrado durante a pré-produção, produção e lançamento do Ømni – que envelheceu mal por se tornar um álbum majoritariamente sem sal e irrelevante frente aos demais trabalhos da discografia da banda.
Ao longo de todos os segundos das 1h04min (conforme informação do Spotify) do álbum, podemos notar todas as nuances esperadas de um álbum do Angra: temos um pouco de power metal em vários momentos e, mais ainda, muitas influências de progressivo em quase todas as faixas, as quais passam por trocas de tempo e ritmo inesperadas em uma música ou outra, bem como demonstram certo virtuosismo de todos os membros dessa formação em vários momentos. Falando sobre virtuosismo, aproveito para registrar que é mais que uma obrigação enaltecer a química da cozinha da banda, magistralmente conduzida por Felipe Andreoli e Bruno Valverde.
Não há necessidade de falarmos sobre todas as faixas do álbum, até porque, enquanto entusiasta do trabalho da banda e entusiasta forte de música, me declaro suspeito para realizar uma resenha isenta de qualquer pensamento pró ou contra o Angra. Mas, se me perguntassem qual foi a minha música favorita desse trabalho, eu respondo sem nem pensar duas vezes que a queridinha da vez é "Vida Seca".
Por fim, e não menos importante, podemos declarar o Cycles of Pain como um divisor de águas na carreira do Angra e do próprio Rafael Bittencourt, único pedaço remanescente da primeira célula embrionária da banda. É um álbum que possui capacidade plena de ser considerado um trabalho único dentro da discografia, dadas as suas particularidades em relação aos seus antecessores, mas, principalmente, pela sonoridade e nível de composições alcançados neste 03 de novembro de 2023. Também, seja por piedade ou justiça, é preciso salientar que o Cycles of Pain tem grandes chances de se consagrar como um dos melhores trabalhos do Angra ao lado de Temple of Shadows, Holy Land etc.
O tempo dirá se estamos diante de um novo clássico ou apenas mais uma peça da discografia. Mas, modestamente, o que temos para esse momento é um trabalho absurdamente relevante, bem feito e cativante.
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