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Rival Sons: em pleno 2023, um oásis no meio do deserto

Resenha - Darkfighter - Rival Sons

Por Hugo Alves
Postado em 17 de julho de 2023

Os Rival Sons gozavam de ótimos resultados obtidos com o disco "Feral Roots", lançado em 2019 e tido por muitos (este que vos escreve incluso) como o melhor trabalho da banda até ali. O disco chegou a ser indicado para duas categorias do Grammy – a maior premiação da música mundial – e, embora não tenha vencido, somente a menção ao nome da banda num evento de tamanho peso abriu muitas portas. Não por acaso, a banda fez aquela que foi sua mais extensa turnê até então, além de ter estourado a bolha e se feito presente até mesmo em trilhas sonoras de produções bem conhecidas como, por exemplo, um episódio da série "Grey’s Anatomy". Faltava bem pouco para que os Rival Sons atingissem o merecidíssimo status de "mega banda" e começasse a fazer seus próprios shows em estádios mundo afora. As propostas, inclusive, já estavam começando a aparecer.

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Então, veio a pandemia da COVID-19.

Assim como vários outros artistas, os Rival Sons também viram seus planos serem frustrados. Os músicos, de forma semelhante ao resto do mundo (e como não poderia deixar de ser), tiveram que ficar em casa até segunda ordem. O período entre 2020 e 2022, que poderia ter sido a consolidação dos Rival Sons como "novos gigantes do Rock", acabou sendo de escoamento de recursos financeiros, frustração de grandes expectativas e planos e muita, muita incerteza. Qualquer banda ficaria estremecida, e não foi diferente com os Rival Sons. Poderiam até ter desistido.

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Mas os Rival Sons não são qualquer banda.

O grupo retornou às atividades no meio de 2021, primeiramente fazendo shows discretos onde fosse liberado, e em seguida tematizando a turnê com a comemoração aos 10 anos de "Pressure and Time", lançado em 2011, sendo o disco que verdadeiramente cravou o nome dos Rival Sons como uma realidade na cena. Durante a turnê, tocaram o disco inteiro e na sequência original, finalizando com outras canções de seu já vasto catálogo. Se essa celebração foi precoce, cabe a cada fã ter sua própria opinião (eu, por exemplo, acho que poderiam facilmente ter esperado os 20 anos do disco, mas OK). O fato é que, durante o período de reclusão e também durante esta turnê, todo o contexto ao redor de Jay Buchanan (voz), Scott Holiday (guitarra), Todd "Mofo" Ögren (teclados), Dave Beste (baixo) e Michael Miley (bateria) serviu como combustível para a criatividade. Muita criatividade.

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O que nos traz ao ano de 2023, um ano muitíssimo especial para os fãs da banda. No romper dos semestres, tivemos o lançamento de "Darkfighter", o oitavo trabalho de inéditas da banda (estou contando com o EP homônimo de 2010), um disco que, se não repete a mesma grandeza de seu antecessor supracitado, traz uma faceta renovada da banda, que respeita as fontes das quais bebeu (Led Zeppelin é frequentemente citada como a grande referência da banda, além de outras influências admitidas pelos próprios membros, como Van Morrison, David Bowie, Rolling Stones e Beatles), mantém firme o legado que já construiu, mas também traz elementos que deixam no ar um frescor enorme. É, os Rival Sons ainda não erraram. Ainda bem.

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Para quem estava acostumado com as canções de aberturas bombásticas presentes em todos os discos anteriores, os primeiros segundos de "Mirrors" podem causar um choque, pois o que ouvimos aqui é uma introdução de órgão que mais parece uma daquelas canções que preparam o terreno pras bandas entrarem no palco. O que vem a seguir, é claro, nos leva "de volta pra casa". São os Rival Sons em sua melhor forma: base pesadíssima, melodias de guitarra cativantes e uma das performances mais lindas e absurdas que Jay Buchanan já entregou em termos de capacidade vocal e interpretação. Forte candidata a favorita dos fãs, essa canção chega entregando o recado: nem mesmo uma pandemia mundial foi capaz de derrubar os californianos.

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A segunda faixa já é relativamente uma velha conhecida dos fãs mais atentos; "Nobody Wants to Die" vinha sendo tocada pela banda há mais de um ano e foi também a primeira a ganhar o primeiro dos três videoclipes que o grupo soltou pra "esquentar" os fãs antes do lançamento da bolacha. É outra performance bombástica dos Sons, menos épica e mais "direto ao ponto" que a anterior. Rock and Roll sem frescura, como tem que ser.

Um dos muitos acertos dos Rival Sons em sua identidade sonora, porém, é a diversidade que conseguem oferecer sem, no entanto, perder a mão na assinatura que torna suas canções facilmente identificáveis. A dobradinha aqui começa com "Bird in the Hand", uma canção meio cabaré dos anos 1970 sacana pra caramba (na melodia) que foi divulgada com o terceiro clipe, e termina com "Bright Light", bem mais introspectiva e reflexiva, mas que não deixa a peteca cair, dona de outra acertada melodia simples e muito emocional. Cativa na primeira audição, fácil.

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A segunda metade do disco começa com "Rapture", o segundo single/ videoclipe. Muita gente está endeusando essa canção e, embora eu jamais diga que ela é ruim, vou soltar aqui uma opinião impopular: ela me parece uma baladinha com potencial mal-explorado, pretensiosa demais para o que realmente entrega. Sei lá, é uma canção que, pra mim, começa bem, mas falta algo e "não chega lá". Boa, mas não ótima. Felizmente, a régua sobe de novo com "Gillotine" que, pra mim, oferece as melodias mais imprevisíveis de todo o álbum, eu realmente gosto muito dos caminhos melódicos que os músicos encontraram nessa canção. É Rock and Roll feito pra chocar e ser cantado por milhares de pessoas em arenas e estádios. Eles sabem o que estão fazendo (aliás, menção aqui ao Scott Holiday, essa canção o destaca demais, é o melhor trabalho dele no disco inteiro).

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O fim do disco é marcado por ainda mais surpresas. Se em "Gillotine" os Rival Sons inovam dentro do que sabemos que eles poderiam fazer, em "Horse’s Breath" dá pra ver que eles ainda estão muito longe de serem uma banda que se acomoda e segue a mesma fórmula sempre – e que bom que eles não são assim. Essa faixa me parece os Rival Sons flertando com um Indie Rock mais sujo, garageiro até, e dando uma bela injeção de ânimo nesse gênero que rapidamente ficou tão repetitivo e cansado de si mesmo. Veja bem: eu não disse que os Rival Sons estão fazendo Indie Rock; disse que estão flertando com o estilo, beleza? E aí, somos surpreendidos com "Darkside", que me parece o tipo de som que sairia de uma sessão de estúdio entre o Pink Floyd da era Syd Barrett e o Lou Reed. É um som muito grande, expansivo, depressivo mas ainda assim belíssimo. Não sei se consigo explicar direito o efeito que essa canção me causou. Só sei dizer que os Rival Sons deixaram nesta última faixa sua declaração de que, mais uma vez, não são os mesmos. Eles mudaram – e nos levaram junto a eles.

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Mas peraê! Já acabou? Calma. Lembra que eu disse lá em cima que 2023 é um ano muito especial para nós, fãs dos Rival Sons? Pois é... A banda ficou muito tempo reclusa, mas jamais inoperante – e deu em tanta música que eles prometeram não um, mas dois discos para este ano. O próximo lançamento, previsto para o finzinho do ano, é "Lightbringer". Em entrevistas recentes, Jay Buchanan e Scott Holiday já deram alguns spoilers: os dois discos serão conectados e a faixa que abrirá o próximo lançamento se chamará "Darkfighter" – sim, a faixa-título de um disco sairá noutro (quem aí se lembrou de "Houses of the Holy" do Led Zeppelin?), conectando os dois lançamentos como uma só obra. Coisa de gente excêntrica, gênios, como são os Rival Sons – a banda certa na era errada, que seria tão grande quando um Black Sabbath, Deep Purple ou mesmo o próprio Led Zeppelin, tivessem eles lançado seu primeiro disco em 1970. Que coisa boa: quando é que se viu uma banda de Rock tão boa lançando dois discos no mesmo ano pela última vez?

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Resumidamente: ainda tenho "Feral Roots" (2019) como o melhor álbum já lançado pelos Rival Sons. Não acho que "Darkfighter" o supere – e acho difícil que eles consigam repetir o que fizeram quatro anos atrás –, mas vejo que nem foi essa a ideia. Aqui, os Rival Sons simplesmente saem cortando mato e abrindo uma estrada nova em seu mapa musical. É uma banda que soa muito madura e plenamente certa do que está fazendo. "Darkfighter" é um oásis no meio do deserto, uma boa dose de fôlego e ar puro em meio a tanta música "instagramável" ou feita pra caber no TikTok como temos presenciado (com muito desprazer) ultimamente. É disco pra escutar até furar! A torcida é pra que tamanha qualidade musical os leve onde querem – o panteão das grandes bandas, aquelas capazes de arrebanhar dezenas de milhares de pessoas pra um único show. Essa dúvida, somente o tempo é quem pode responder.

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Sobre Hugo Alves

Hugo Alves é formado em Letras (Português and Inglês) pela UNISO - Universidade de Sorocaba e futuro mestrando em Literatura ou Semiótica. Começou a escutar Rock aos 11 anos com "Bring Me to Life" do Evanescence, mas o que o tomou para sempre para o Rock and Roll foi "Fear of the Dark" (versão ao vivo no Rock in Rio), do Iron Maiden, banda que, ao lado de The Beatles, considera como favorita, amando quase que igualmente os sons de Viper, Angra, Shaman, Andre Matos, Rush, Black Sabbath, Metallica, etc. Foi vocalista das bandas Holygator e Bad Trip, iniciantes em Sorocaba/ SP, e também toca guitarra e baixo. Outra de suas paixões é a Literatura, pela qual desenvolveu o gosto pela escrita e comunicação.
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