Anette Olzon: menos originalidade e mais peso em segundo álbum solo
Resenha - Strong - Anette Olzon
Por Victor de Andrade Lopes
Postado em 15 de setembro de 2021
Nota: 6
Depois de participar de vários projetos da Frontiers Music Slr (dois lançamentos com o The Dark Element, um disco de duetos com Russel Allen e uma metal opera de Magnus Karlsson), era um tanto óbvio que a cantora sueca Anette Olzon aproveitaria a "deixa" para prosseguir com sua carreira solo pela gravadora italiana.
Essa perspectiva deixaria qualquer um um tanto apreensivo, conhecendo o modus operandi da gravadora e a natureza extremamente formulaica, repetitiva e comercialesca de suas produções. Contudo, para alguém que sequer tem a música como principal ganha pão, a profissional da saúde se saiu muito bem na arte de imprimir sua personalidade na obra.
Sacrificando a originalidade e a diversidade em nome do peso, a sueca faz um álbum condizente com seu nome ("forte", em inglês). Temos faixas bombásticas de power metal sinfônico e até vocais guturais, gritados por seu marido Johan Husgafvel, que também assume o baixo.
Se Shine era um disco "iluminado" que lançou luz (se me permitem o trocadilho em dose dupla) às emoções e sentimentos da cantora, Strong percorre uma direção contrária, no sentido de que ele expressa a visão de Anette sobre questões como relacionamentos abusivos ("Sick of You"), relacionamentos com os pais ("I Need to Say"), a pandemia ("Strong"), corrupção e mentiras ("Parasite"), perdas familiares ("Sad Lullaby"), terror noturno ("Catcher of My Dreams") e até a sua saída do Nightwish ("Bye Bye Bye").
O ponto forte do trabalho é justamente o seu peso, especialmente porque ele pode ser o que faça os fãs que a conheceram pelo Nightwish sorrirem. É uma roupagem agressiva que combina com a acidez das letras.
Por outro lado, o retrocesso nos quesitos "originalidade" e "diversidade" é gritante. Talvez pelo fato de Magnus, o coringa da Frontiers, ter sido o coautor das faixas, elas parecem ter a mesma cara, a mesma produção, enfim, tudo excessivamente devoto a uma zona de conforto que permitiu à vocalista cantar sobre muita coisa, porém quase sempre do mesmo jeito.
De qualquer forma, Strong é sim interessante e tem seus momentos memoráveis (como "Sick of You", "Parasite" e "Catcher of My Dreams"), sendo o melhor trabalho de Anette pela Frontiers até o momento. Ela diz pretender trabalhar no terceiro solo em breve; veremos se será mais do mesmo ou se ela conseguirá manter sua personalidade no sucessor desta obra.
Abaixo, o vídeo de "Parasite":
FONTE: Sinfonia de Ideias
https://sinfoniadeideias.wordpress.com/2021/09/13/resenha-strong-anette-olzon/
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps