Jason Becker: O triunfo do guitar hero
Resenha - Triumphant Hearts - Jason Becker
Por Alessandra Soares
Postado em 28 de dezembro de 2018
Nota: 10 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Dizem que nem todos os heróis usam capas e Jason Becker confirma isso com o lançamento de mais um super disco, "Triumphant Hearts" (Mascot Label Group/Music Theories Recordings).
O músico, considerado um guitarrista lendário devido as suas notáveis habilidades, firmou-se como um compositor brilhante após ter quase todo o corpo paralisado pela Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença degenerativa, cruel e sem cura.
Jason vive há quase 30 anos com ELA, mas continua fazendo música usando um dos poucos movimentos que lhe restam: o de seus olhos, os quais também lhe permite se comunicar através de um sistema simples criado por seu próprio pai.
Lançado em 7 de dezembro, o disco está disponível em todos os formatos, inclusive vinil. E "Triumphant Hearts" está repleto de participações especiais, entre elas a de guitarristas igualmente lendários como STEVE VAI, JOE SATRIANI, ULI JON ROTH e seu parceiro de CACOPHONY, MARTY FRIEDMAN. Além disso, apresenta uma novidade nos trabalhos de Jason: músicas com letras, o que revela mais um face de seu enorme talento.
O álbum contém 14 faixas e começa com a doce "Triumphant Heart" que traz um pouco do Cacophony ao disco, devido a participação de Friedman e pelo estilo da canção, que remete às escalas exóticas de seu amigo. A faixa seguinte é a emocionante e autobiográfica "Hold On To Love", que apresenta o Jason letrista contando sua história através da voz de Codany Holiday e a participação de um incrível coro, o que a torna ainda mais tocante e faz os olhos se encherem de lágrimas.
A terceira canção, "Fantasy Weaver", poderia muito bem estar na trilha sonora de alguma adaptação cinematográfica de algum livro de Tolkien, devido a suavidade e delicadeza de sua melodia.
E voltando a falar de Cacophony, "Once Upon A Melody" revisita a canção "Go Off!" do álbum homônimo da banda. O solo final de "Go Off!" simplesmente se converteu em uma obra-prima, com direito a belíssimos arranjos orquestrais traz um forte sentimento de nostalgia para aqueles que presenciaram os dias de Cacophony.
"We Are One", a faixa 6, também conta com letras e possui forte influência do soul e do funk, que é algo totalmente surpreendente devido ao passado shredder de Jason. Foi uma grata surpresa ouvir esta canção e isso mostra a incrível capacidade que o músico tem de se reinventar, mas sem perder sua essência.
Passando o furor vem outro momento de calmaria com "Magic Woman". Os fãs do guitarrista já conheciam sua melodia principal, por ela ter aparecido ainda rudimentar em "Not Dead Yet" (documentário sobre Jason Becker de 2012). Esta era uma das canções mais esperadas do disco e superou todas as expectativas. Detaque para Chris Broderick e Uli Jon Roth nas guitarras.
Como aconteceu em "Perspective" (1996), Jason revisita uma faixa de BOB DYLAN, desta vez a escolhida foi a linda "Blowin' In The Wind". Com muito respeito a melodia original, ele soube acrescentar com maestria seu toque pessoal, colocar seus Beckerismos sem comprometer a melodia de Dylan. E a versão ficou incrível.
A faixa 8 é mais uma revisitação, desta vez do próprio Becker, "River Of Longing". A música que aparece em dose dupla em "Collection" (2008) aqui ganha novos ares sem perder o encanto das primeiras versões.
Ela prepara o terreno para a explosão da faixa seguinte, "Valley Of Fire", primeiro single do disco. O destaque aqui é a participação de 13 heróis da guitarra, apelidados de The Magnificent 13 (O Magnífico 13, em tradução literal). A faixa possui uma base e vai tomando forma através da colaboração de cada guitarrista, entre os 13 está Steve Vai, PAUL GILBERT, Marty Friedman, GREG HOWE e JEFF LOOMIS. O resultado final é épico, apenas épico.
Então, mais uma versão de "River Of Longing" pode ser ouvida, o que demonstra que a canção é uma das maiores composições de Jason Becker, pois mesmo havendo outras a mágica nunca se perde.
A canção 11, "Taking Me Back", é mais uma instrumental e remete muito ao disco "A Little Ain't Enough" de DAVID LEE ROTH, que Jason participou. Bem, isso não é fruto do acaso já que a canção é o reaproveitamento de uma demo não utilizada no disco de Diamond Dave. Sim, isso significa que o próprio Jason é o guitarrista da canção.
"Tell Me No Lies", a faixa seguinte, é outra canção matadora. Com forte influência blues, nos dá a chance de ouvir novamente outra gravação inédita dele. O timbre de sua guitarra é inconfundível.
Fechando o disco há um remix de "Hold On To Love", que traz de volta o sentimento de emoção ao ouvir a trajetória do músico transformada em canção e um recado curto mas super especial dele próprio ainda criança: "You Do It", em tradução livre isso significa "Você Faz". Essa frase é um incentivo de alguém que diante de uma provação tão grande ainda consegue sorrir, sonhar e levar adiante sua maior paixão: a música.
Jason Becker não desiste e com uma nota de cada vez, ele prova mais uma vez que é definitivamente um herói, um herói com um coração triunfante.
Track-list:
1. Triumphant Heart (feat. Marty Friedman, Glauco Bertagnin, Hiyori Okuda)
2. Hold On To Love (feat. Codany Holiday)
3. Fantasy Weaver (feat. Jake Shimabukuro)
4. Once Upon A Melody
5. We Are One (feat. Steve Knight)
6. Magic Woman (feat. Uli Jon Roth & Chris Broderick)
7. Blowin' in the Wind (feat. Gary Rosenberg)
8. River of Longing (feat. Joe Satriani, Aleks Sever, Guthrie Govan, Steve Morse)
9. Valley of Fire (feat. Michael Lee Firkins, Steve Vai, Joe Bonamassa, Paul Gilbert, Neal Schon, Mattias IA Eklundh, Marty Friedman, Greg Howe, Jeff Loomis, Richie Kotzen, Gus G., Steve Hunter, Ben Woods)
10. River of Longing (feat. Trevor Rabin)
11. Taking Me Back
12. Tell Me No Lies
13. Hold On To Love (feat. Codany Holiday) [Chuck Zwicky Remix]
14. You Do It
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O clássico do rock nacional cujo refrão é cantado onze vezes em quatro minutos
Dream Theater anuncia turnê que passará por 6 cidades no Brasil em 2026
O disco que Flea considera o maior de todos os tempos; "Tem tudo o que você pode querer"
Helloween fará show em São Paulo em setembro de 2026; confira valores dos ingressos
A banda de rock que deixava Brian May com inveja: "Ficávamos bastante irritados"
O guitarrista que Geddy Lee considera imbatível: "Houve algum som de guitarra melhor?"
A opinião de Ronnie James Dio sobre Bruce Dickinson e o Iron Maiden
Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
Como e por que Dave Mustaine decidiu encerrar o Megadeth, segundo ele mesmo
Lemmy lembra shows ruins de Jimi Hendrix; "o pior tipo de coisa que você ouviria na vida"
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
A maior banda, música, álbum e vocalista nacional e gringo de 1985, segundo a Bizz
O clássico álbum ao vivo "At Budokan" que não foi gravado no Budokan
Os dois discos do ELP que Carl Palmer disse que deveriam virar vasos


"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional
"Rebirth", o maior sucesso da carreira do Angra, que será homenageado em show de reunião
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme


