Aeternitas: Novo álbum "moderniza" a sonoridade da banda
Resenha - House of Usher - Aeternitas
Por Carlos Cesare
Postado em 29 de novembro de 2016
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Apesar de ter quase duas décadas de existência, AETERNITAS é uma banda alemã bastante desconhecida fora da Europa (e em certo nível até mesmo naquele continente). Lançando seu quarto álbum, House of Usher, a banda adota a postura de abandonar boa parte de sua antiga proposta, que era a de praticar um symphonic metal teatral, que rendeu três álbuns repletos de elementos operísticos: Requiem, La Danse Macabre e Rappacinis Tochter - Gesamtwerk, que literalmente era uma peça de teatro, que chegou a ser encenada e disponibilizada em um dvd, com o mesmo título do álbum e facilmente encontrado no Youtube.
A mudança brusca na sonoridade é impactante para os (possivelmente poucos) fãs da banda: saem as influências operísticas e teatrais, entram faixas com uma pegada mais "moderna" e a adoção de um visual bem menos tétrico. Contudo, explorar novos caminhos não é sinônimo de fracasso ou decepção, e a banda demonstra isso com este bom álbum, que tem tudo para agradar os fãs antigos e atrair novos fãs.
Assim como os trabalhos anteriores, House of Usher é um álbum conceitual, baseado em conto de Edgar Allan Poe. A intro "Le Coeur" e a faixa "House of Usher" iniciam o trabalho mostrando bem qual é a pegada do novo Aeternitas: os vocais ora eletrizantes, ora calmos da vocalista Alma Mathar, em conjunção com as guitarras que oscilam entre o rock e o metal e os teclados que ainda mantém um pouco da pomposidade dos trabalhos anteriores da banda. A banda também conta os vocais masculinos de Oliver Bandmann, que dá uma melhor prova de suas boas habilidades vocais em seguida, com "The Prophecy" e uma das melhores faixas do trabalho, a pesada "Roderick".
"Madeline", que havia sido disponibilizada anteriormente pela banda, trilha caminhos mais confortáveis, consistindo em uma ótima power ballad na qual Alma transita confortavelmente. "Fear" tem uma pegada mais acelerada, em alguns momentos flertando com o power metal; já "Forbidden Love" é um dos momentos no qual os antigos elementos da banda ainda aparecem com certa força, mesclando pomposas e belas orquestrações com ótimos duetos entre Alma e Oliver. "The Haunted Place" é outra balada competente, mas que passa um pouco ofuscada. A faixa seguinte, "Tears", mistura de forma até mesmo inusitada o "velho" e o "novo" Aeternitas: os corais contrastam com vocais cheios de efeitos e riffs distorcidos, causando um pouco de estranheza.
"Buried Alive" e "The Fall" dão prosseguimento a bons duetos e passagens melódicas, enquanto "Can Your Hear the Demons" destoa por ser um dos momentos menos interessantes do álbum. Já a faixa seguinte, "Falling Star", é um dos pontos altos do álbum: extremamente grudenta com uma cozinha veloz e um clima épíco, é uma daquelas músicas que induz a ativarmos a função "repeat" do player. "Open Your Eyes" e "Ethelred" encerram o trabalho, trazendo uma síntese do que fora anteriormente apresentado.
Com House of Usher, o AETERNITAS abandona boa parte dos elementos que diferenciavam a banda dentre as tantas outras de um gênero que atualmente encontra-se saturado, mas traz um resultado bastante competente. Com exceção de alguns poucos momentos, o álbum "moderniza" a sonoridade da banda sem cair em caminhos mais fáceis ou forçosamente mais "pop", mas ainda assim pode facilmente trazer novos fãs e mais destaque para um banda que definitivamente merece um lugar ao sol.
TRACKLIST
1.Le Coeur
2.House of Usher
3.The Prophecy
4.Roderick
5.Madeline
6.Fear
7.Forbidden Love
8.The Haunted Palace
9.Tears
10.Buried Alive
11.Can You Hear the Demons
12.The Fall
13.Falling Star
14.Open Your Eyes
15.Ethelred
FORMAÇÃO
Oliver Bandmann - Vocal
Alma Mathar - Vocal
Stefan Baltzer - Bass
Frank Mölk - Drums
Alexander Hunzinger - Guitars, Backing vocal
Daniel T. Lentz - Lead guitars
Anja Hunzinger - Keyboards
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



E se cada estado do Brasil fosse representado por uma banda de metal?
A categórica opinião de Regis Tadeu sobre quem é o maior cantor de todos os tempos
O álbum que David Gilmour vê como uma continuação de "The Dark Side of the Moon"
Max Cavalera diz ser o brasileiro mais reconhecido do rock mundial
O que James Hetfield realmente pensa sobre o Megadeth; "uma bagunça triangulada"
É oficial! Iron Maiden vem ao Brasil em outubro de 2026; confira as informações
A melhor música de rock lançada em 2025, segundo o Loudwire
Alter Bridge abrirá para o Iron Maiden apenas no Brasil
Steve Harris e Bruce Dickinson comentam tour do Iron Maiden pela América Latina
Guns N' Roses confirma novo local para show em Porto Alegre
Clemente (Inocentes, Plebe Rude) sofre infarto e passa por cirurgia
Adrian Smith comenta mudança de cenários físicos para telas digitais na nova turnê do Maiden
Cinco grandes bandas de heavy metal que passarão pelo Brasil em 2026
O rockstar que não tocava nada mas amava o Aerosmith; "eles sabiam de cor todas as músicas"
Brasileiro se torna baixista temporário do Crashdiet
A ótima música do Ghost que fez a cabeça de Charlie Benante, baterista do Anthrax
A banda brasileira que abriu tantos shows gringos que virou alvo de antipatia
Público pequeno, guitarra desafinada e "cano" do baixista marcaram primeiro show do Sepultura


"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional
"Rebirth", o maior sucesso da carreira do Angra, que será homenageado em show de reunião
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme



