Cannibal Corpse: Devorado por Vermes, os 19 anos de "Vile"
Resenha - Vile - Cannibal Corpse
Por David Torres
Postado em 22 de maio de 2015
Parece que foi ontem que o vocalista Chris Barnes deixou o Cannibal Corpse para se dedicar exclusivamente ao seu Six Feet Under, que se iniciou como um projeto paralelo interessante e terminou por se tornar a sua prioridade. Entretanto, já faz vinte anos que o "frontmen" original deixou a banda e hoje, 20 de maio, "Vile", o quinto álbum de estúdio do Cannibal Corpse, está completando o seu 19° aniversário.
Cannibal Corpse - Mais Novidades
Marcando a estreia do vocalista George "Corpsegrinder" Fischer (ex-Monstrosity, ex, Corpsegrinder, Paths of Possession, Voodoo Gods), "Vile" foi lançado em 20 de maio de 1996, através da Metal Blade Records e com a produção de ninguém, ninguém menos do que Scott Burns, que já trabalhou com a banda anteriormente e é mundialmente conhecido por ter colaborado com diversas de bandas da cena Death/Thrash mundial. A arte de capa é novamente horrenda e maravilhosamente brilhante ao mesmo tempo, ilustrada pelo incrível Vincent Locke, que já realizou trabalhos para histórias em quadrinhos e cinema, além de ter desenhado todas as capas dos álbuns dos norte americanos.
Um detalhe curioso sobre esse registro é que ele é o primeiro disco a apresentar o novo logotipo do grupo, simbolizando uma nova fase para os músicos. O logo foi alterado devido ao fato de Chris Barnes ter sido o criador do original, tanto que nos relançamentos dos álbuns com Barnes nos vocais, o segundo logo foi utilizado e não o primeiro. É muito importante mencionar que álbum também tem o mérito de ser o primeiro álbum de Death Metal a entrar nas paradas da Billboard, ficando na posição #122 no mesmo ano de lançamento. Sem dúvidas um grande feito para um registro de uma banda do Metal Extremo.
A clássica e violentíssima "Devoured By Vermin" inicia a carnificina rasgando os alto-falantes com a voz demoníaca do aqui estreante George "Corpsegrinder" Fischer, que já demonstra nessa faixa de abertura que não é apenas um vocalista à altura para substituir o lendário Chris Barnes, como também pode ser ainda mais monstruoso com seus urros guturais impiedosos. A faixa de abertura é um legítimo hino mortífero, onde todos os músicos demonstram total entrosamento. Os "blast beats" do baterista Paul Mazurkiewicz e as palhetas da dupla de guitarrista Jack Owen e Rob Barett são puramente insanos. Há um "groove" na metade do som que proporciona uma atmosfera "doom" completamente soturna. O final da composição não deixa por menos e retoma a velocidade devastadora que há no começo da música. Existe uma rara "demo tape", "Created to Kill", ainda com Barnes nos vocais e nela consta a versão original desse som. Para promover o álbum, um videoclipe para "Devoured By Vermin" também foi produzido.
"Mummified in Barbed Wire" mantém a pegada da faixa de abertura, proporcionando a mesma estrutura e estilo, contudo, tão interessante e fantástica quanto à primeira música. Já "Perverse Suffering", a terceira faixa, é na minha humilde opinião uma composição avassaladora e inacreditável. Técnica e velocidade se aliam de forma precisa e perfeitamente insana.
A cadenciada e espetacular "Disfigured" se inicia de forma empolgante e balanceado, com um "riff" impecável e de fácil assimilação, ganhando mais velocidade em sua metade. "Bloodlands", por sua vez, começa de forma bem arrastada e depois passa a ser permeada por variações de andamento bem construídas, se encerrando de forma devastadora e maníaca.
Frenética e insana, "Puncture Wound Massacre" vem logo após, repleta de mais uma enxurrada de "riffs" que dilaceram os tímpanos de qualquer um sem qualquer misericórdia. Em seguida, temos ainda "Relentless Beating", uma faixa instrumental que metralha os alto-falantes, recheada de viradas mirabolantes, cortesia de um instrumental formidavelmente infernal. Um verdadeiro arrasa quarteirão!
Incumbida de dar sequência ao álbum, "Absolute Hatred" mescla momentos cadenciados com outros totalmente rápidos, sendo mais um deleite para os apreciadores de uma brutalidade técnica. Jamais perdendo a mão e a criatividade, a banda prossegue com "Eaten from Inside", outra música fabulosa, que já se inicia completamente vertiginosa. Logo no começo da composição temos um inspiradíssimo solo de guitarra. É uma faixa mais cadenciada, contudo, dotada de uma ferocidade e genialidade do mesmo nível e qualidade das músicas anteriores.
"Orgasm Through Torture" mantém a loucura em atividade, trazendo ainda mais "riffs" sujos e moedores, muito bem acompanhados por variações rítmicas bem estruturadas e elaboradas, além, é claro, dos monstruosos guturais de Fischer. O "gran finale" é reservado para a soberba "Monolith", uma das minhas composições prediletas do disco. É incrível como a banda consegue manter o clima escuro, denso e macabro faixa após faixa sem pecar um segundo sequer. Os "riffs" apresentados aqui são novamente marcantes e grudentos, os andamentos variam mais uma vez de cadenciados para desvairados, tudo concebido de forma minuciosa e caprichada. Uma maneira perfeita para encerrar um grande álbum como esse.
"Vile" faz totalmente jus ao seu título, sendo uma obra vil, malevolente e brilhante, possuindo todos os ingredientes que um álbum do Cannibal Corpse precisa ter e utilizados sabiamente. Muitas bandas se perdem ao trocarem de vocalistas e demais membros da banda, perdendo a sua identidade e química musical, entretanto, esses norte-americanos malucos jamais erram a mão e esse registro é um belo exemplo disso. Talvez o único ponto negativo seja a produção, que mesmo ficando a cargo do experiente Scott Burns deixou a sonoridade excessivamente suja, o que acabou soterrando o baixo do talentosíssimo Alex Webster. De qualquer maneira, o produto final ainda é excelente!
01. Devoured by Vermin
02. Mummified in Barbed
03. Perverse Suffering
03. Disfigured
05. Bloodlands
06. Puncture Wound Massacre
07. Relentless Beating
08. Absolute Hatred
09. Eaten from Inside
10. Orgasm Through Torture
11. Monolith
George "Corpsegrinder" Fisher (Vocal)
Alex Webster (Baixo)
Rob Barrett (Guitarra)
Jack Owen (Guitarra)
Paul Mazurkiewicz (Bateria)
Luis Alberto Braga Rodrigues | Rogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



As músicas do Iron Maiden que Dave Murray não gosta: "Poderia ter soado melhor"
"Guitarra Verde" - um olhar sobre a Fender Stratocaster de Edgard Scandurra
As duas bandas que atrapalharam o sucesso do Iron Maiden nos anos oitenta
A banda brasileira que está seguindo passos de Angra e Sepultura, segundo produtor
Ramones e a complexidade técnica por trás da sua estética
Como foi para David Gilmour trabalhar nos álbuns solos de Syd Barrett nos anos 1970
O filme de terror preferido de 11 rockstars para você assistir no Halloween
A única música do Led Zeppelin que Geddy Lee conseguia tocar: "Padrão repetitivo"
A banda que deixou o Rage Against The Machine no chinelo tocando depois deles em festival
Valores dos ingressos para último show do Megadeth no Brasil são divulgados; confira
"Ace Frehley não teve qualquer influência sobre mim", diz George Lynch
A música favorita de todos os tempos de Brian Johnson, vocalista do AC/DC
O guitarrista que Steve Vai diz que nem Jimi Hendrix conseguiria superar
Mais um show do Guns N' Roses no Brasil - e a prova de que a nostalgia ainda segue em alta
Inferno Metal Festival anuncia as primeiras 26 bandas da edição de 2026
Sarcófago: pioneirismo, polêmica e death metal
Os álbuns que Andreas Kisser mandou Derrick Green tirar pra ser guitarrista do Sepultura
O ponto fraco de Yngwie Malmsteen segundo Ronnie James Dio, em 1985


Os 10 melhores álbuns da história do death metal, em lista da Metal Hammer
Como George "Corpsegrinder", do Cannibal Corpse, entrou no mundo do metal extremo
George "Corpsegrinder" Fisher, do Cannibal Corpse, não gosta de violência


