Ira!: "Clandestino" é um dos melhores álbuns do rock brasileiro
Resenha - Clandestino - Ira!
Por Victor Porto
Postado em 03 de novembro de 2013
Nota: 10 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Em 1990, após o ótimo, mas duramente criticado LP "Psicoacústica", o IRA!, odiado pela grande mídia, pelos produtores de festivais e até mesmo por parte da gravadora, acabou perdendo também o apoio da crítica depois de Clandestino. Tudo porque a banda resolveu compor a maior parte do repertório deste disco com canções do baú de Edgard Scandurra, que havia acabado de deixar suas composições mais recentes registradas no primeiro disco solo, "Amigos Invisíveis".
Bobagem! Se três anos antes Renato Russo fizera o mesmo com "Que País é Este", por que o IRA! também não podia? E a raspa do tacho de Scandurra não deixava nada a dever aos delírios punks do líder da Legião. Na humilde opinião deste autor, Clandestino bem que merecia sorte melhor.
"Melissa", que abre o disco, é a uma tentativa de emular "Psicoacústica". "Tarde Vazia" é uma das mais belas composições de Scandurra, virando um clássico instantâneo entre os fãs da banda, com sua melodia e letra simples. Não fez o sucesso que merecia. O disco continua "Efeito Bumerangue", mais um riff pegajoso e certeiro de Scandurra embala esta porrada. "Boneca de Cera" é uma balada não muito atrativa, mas preenche bem o espaço. "Cabeças Quentes" é uma mistura de samba e rock, que mesmo sem ter sido lançada com single, é lembrada pelos fãs da banda como uma das melhores músicas do IRA!. "O Dia, A Semana, O Mês" continua com o qualidade da música anterior, sendo um dos pontos altos do álbum, com seu ritmo bem bolado. A pequena "Patroa", de menos de dois minutos, embola o ouvinte a dançar mais um ritmo animado. "Consciência Limpa" é uma boa batida de rock, mas nada comparada a faixa título, "Clandestino", que é uma das músicas mais pesadas do IRA!, que dois anos se disse farta do rock and roll. Para acabar com chave de ouro, "Nasci em 62", é uma das melhores músicas da banda, tendo sido escrita originalmente para o álbum "Vivendo e Não Aprendendo", de 1986.
"Clandestino" é com certeza um álbum pouco e mal ouvido. O álbum vendeu menos que "Psicoacústica", "apenas" 30 mil cópias, comparado aos 285 mil cópias de "Vivendo e Não Aprendendo". Na realidade, é um dos melhores álbuns do IRA! e do rock brasileiro.
Faixas:
1. "Melissa"
2. "Tarde Vazia"
3. "Efeito Bumerangue"
4. "Boneca de Cera"
5. "Cabeças Quentes"
6. "O Dia, A Semana, O Mês"
7. "Patroa"
8. "Consciência Limpa"
9. "Clandestino"
10. "Nasci em 62"
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
9 bandas de rock e heavy metal que tiraram suas músicas do Spotify em 2025
Iron Maiden bate Linkin Park entre turnês de rock mais lucrativas de 2025; veja o top 10
Justin Hawkins (The Darkness) considera história do Iron Maiden mais relevante que a do Oasis
A lenda do rock nacional que não gosta de Iron Maiden; "fazem música para criança!"
Ian Gillan atualiza status do próximo álbum do Deep Purple
A dificuldade de Canisso no estúdio que acabou virando música dos Raimundos
Os 10 melhores discos de metal progressivo lançados em 2025, segundo a Metal Hammer
A banda de rock nacional que nunca foi gigante: "Se foi grande, cadê meu Honda Civic?"
Show do Slipknot no Resurrection Fest 2025 é disponibilizado online
Cinco bandas de heavy metal que possuem líderes incontestáveis
A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
O músico que atropelou o Aerosmith no palco; "Ele acabou com a gente"
Show do System of a Down em São Paulo entre os maiores momentos do ano para revista inglesa
Ian Gillan nem fazia ideia da coisa do Deep Purple no Stranger Things; "Eu nem tenho TV"

"Guitarra Verde" - um olhar sobre a Fender Stratocaster de Edgard Scandurra
A opinião de Humberto Gessinger sobre Nasi se posicionar politicamente em show
A diferença fundamental entre o Ira! e os Paralamas do Sucesso, segundo Nasi


